Resista-me... se puder

Capítulo 1

Já era quase duas da tarde quando Nickolas chegou ao aeroporto, estava exausto e ainda um pouco irritado com a incopetência do diretor financeiro da filial da cidade do México.
Precisou perder praticamente um dia todo para resolver as merdas que ele  havia feito.

Não via a hora de chegar na sua casa, ou melhor, na casa do seu pai o senhor Peter Walters, para descansar, o motorista já estaria esperando por ele.

Mas se surpreendeu ao ver Jean com uma plaquinha escrito: "Nickolas Walters".

Não conseguiu conter um riso. Jean era seu primo, e também advogado da empresa. Passou um bom tempo em sua casa em Nova Iorque enquando fazia seu curso de direito na Universidade de Nova Iorque, mas já havia algum tempo que não o via, e estava com saudades, especialmente do seu bom humor.

- Você está cada dia mais idiota – ele disse rindo e lhe dando um abraço

- Já estava com saudades dos seus elogios – disse rindo – Como foi de viagem? – perguntou ele enquanto iam em direção ao estacionamento.

- Bem. O que houve com Xavier? – perguntou se referindo ao seu motorista que tinha vindo antes dele dos EUA, para continuar trabalhando para ele aqui no Brasil.

- Eu o dispensei – disse dando de ombros – Disse ao seu pai que eu mesmo viria buscá-lo.

- Você realmente não estava se aguentando de saudades não é? – disse Nickolas o provocando.

- Cara você as vezes é detestável sabia? – os dois riram.

Foram conversando animadamente durante todo o caminho.
Jean era uma das poucas pessoas com quem ele se sentia a vontade, e eles eram muito amigos.

Quando chegaram na frente da enorme mansão de muro de pedra e portão de aço, Nickolas  ficou tenso, e desconfortável, ele tinha péssimas recordações daquele lugar, estar de volta mesmo que cinco anos depois daquela tragédia ainda mexia muito com ele.

Jean percebeu como seu primo ficara tenso ao adentrar os portões da mansão, mas preferiu não fazer nenhum comentário.

Assim que chegaram ao hall Nickolas foi recebido com um forte abraço de Sônia.

- Nick! Que bom que você chegou querido – disse ela ainda abraçada a ele.

- Sônia... – respondeu retribuindo com carinho seu abraço.

- Você parece cansado querido – disse com ar de preocupação – Fiz um lanche bem gostoso pra vocês!

- Não me diga que fez pão de queijo? – perguntou Nickolas

- Estão quentinhos, acabei de tirar do forno – disse com um sorriso de satisfação.

- Ah Sônia, você é a melhor! –disse Nick lhe dando um beijo na testa.

Ele estava com saudades da comida dela, a senhora Smith com certeza não entendia de culinária brasileira. Desde que Sônia voltara para o Brasil, seis meses atrás, ele comia como um típico americano, nada de pão de queijo, nem arroz e feijão, e muito menos feijoada.

Sônia trabalhava para sua família desde antes dele nascer, esteve com ele em todos os momentos da sua vida.
E quando sua mãe faleceu , ela se tornara sua segunda mãe.

Logo após a morte de Marta sua mãe, seu pai o colocou num colégio interno na Inglaterra, e era Sônia que atravessava o oceano durante as férias para visitá-lo. Já que seu pai estava ocupado demais para permitir que ele viesse passar as férias com ele nos EUA, e ainda mais ocupado para ir até a Inglaterra visitá-lo.