Capítulo 26

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CAPÍTULO 26

Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade dentro de um carro imerso em um silêncio constrangedor, finalmente chegamos ao Paris Buffet. Bem em cima da hora!

Tom aproximou o carro da entrada e os portões de ferro lentamente se abriram para nossa passagem. Havia um grande pátio para estacionamento cercado de um gramado bem cuidado. Apesar de ser uma área escura, podíamos observar que o local estava lotado de carros. Mesmo dali também já dava para ver o salão da festa. De fora era possível ver sua iluminação muito clara e nítida diante dos nossos olhos. Mas as portas estavam fechadas e o que víamos eram as luzes de dentro refletindo do lado de fora.

Enquanto descíamos do carro, pude observar que em frente ao grande salão havia o que parecia ser uma casinha. Essa sim estava com a porta aberta. Em frente a porta estavam 3 mulheres: duas jovem de cabelos muito escuros e outra senhora que aparentava ser mais velha. Estavam paradas na porta, sorrindo e eu podia jurar que estavam nos observando passar.

O que vocês estão fazendo aqui vendo a vida passar ao invés de estarem na festa? – me deu vontade de perguntar, mas não disse nada e segui em frente.

Quando nos encaminhávamos em direção à grande porta do salão, outro carro muito conhecido por nós também chegava ao local: Brian. Desceu do mesmo carro que Sam e eu tínhamos dado voltas às escondidas há alguns meses atrás e correu para nos acompanhar. Tom arregalou os olhos:

- Brian! Você... veio!

- Claro que vim! Não posso perder o casamento de um grande amigo. E eu tô vendo que cheguei bem na hora, hein?

- Seu time foi perfeito, Brian. – Falei.

- Ótimo! – Brian viu Tom e eu de braços dados e Sam sozinha meio de escanteio. – Você veio sozinha, Sam?

- Fui obrigada, acredita?

- Acredito... Mas não é porque você veio sozinha que será obrigada a ficar sozinha. – Ofereceu seu braço para ela. – Posso te acompanhar nessa?

- Claro, seria ótimo! – Sam respondeu entrelaçando seu braço ao de Brian.

Seguimos assim, em pares, até a entrada do salão. Olhei para Tom que ajeitava a gravata com uma mão só, parecendo suar de nervoso. Passei a mão em seu braço e perguntei: - O que foi? – Mas ele limitou-se a balançar a cabeça e dizer ‘nada, nada’ em uma altura quase inaudível. Se é assim, então sigamos em frente.

Tom e eu desentrelaçamos os braços e ele apressou-se a abrir a grande porta de madeira do salão para que Brian, Sam e eu seguíssemos na frente. Segundos depois, Tom parou ao meu lado, com um sorriso de orelha a orelha, enquanto nós três estávamos parados, sem entender o que estava acontecendo. Era uma cena meio estarrecedora.

A Imagem que tínhamos em nossa frente era a seguinte: um salão muito bem iluminado e enfeitado com flores em arranjos. Normal em um casamento. Cadeiras bem organizadas em ambos os lados da sala, separadas por um corredor por onde se estendia um tapete branco que seguia em direção ao altar. Mas, sentados nessas cadeiras havia rostos conhecidos. Não conhecidos por mim, por Brian, ou até mesmo por Tom, mas sim por Sam. E todos os convidados olhavam em nosso sentido.

E mais estranho ainda: em frente ao altar havia um padre. Eu sei que isso não é estranho em um casamento. Mas ao lado do padre que estava o motivo da suspeita de que havia algo de errado ali: Danilo. Danilo vestido em um terno preto, ao lado do padre, com um microfone na mão. Levei as duas mãos à boca já imaginando aonde aquilo iria parar. Olhei para Tom que ainda mantinha o sorriso parvo na cara. Olhei para Sam, totalmente petrificada de um lado. Olhei para Brian e entendi o motivo da surpresa de Tom na hora da entrada: não era pra ele estar ali. Simplesmente não era para ele estar de braços dados com a mulher por quem é apaixonado, praticamente levando-a ao altar para ela se casar com outro. Estava tudo muito errado!

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