Capítulo 18

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CAPÍTULO 18

Mel descera do 8° andar arrancando elogios por onde passava. Ia em direção à entrada do prédio, onde ficaria esperando pela chegada de Seth Winston. Na ultima vez em que o encontrara, Seth deu a ela seu número pessoal e armazenou o dela em seu smarthphone.

Naquela noite, ainda no caminho à portaria, precisamente dentro de um dos dois elevadores que faziam as viagens de subida e descida do nosso edifício, Mel recebeu uma ligação de seu par da noite. Mas o sinal dentro daquele cubículo metalizado era péssimo.

- M...e..e...shhhhhhhh – fez-se a voz de Seth em meio a interferência.

- O-oi! Fala mais alto, não consigo te entender! – Gritou Mel, que por sorte estava sozinha no elevador.

- Eu...chhhhhh preto. Tô quase...chxhxhhxhxh

- O QUÊ? QUEM QUE É PRETO? PRETO ONDE?

- O CARRO!

- Calma, não precisa gritar. Ok entendi.

Mel percebera que o sinal da ligação ficava melhor à medida que ela abaixava a localização do celular, de modo que ela já estava de joelhos, com o celular no chão e a cabeça grudada nele quando ela conseguiu entender o que Seth falava a respeito do carro.

Quando o elevador chegou no térreo, havia um casal de idosos a sua espera, que olharam no mínimo curiosos para o papelão que Mel protagonizava dentro dele.

- Opa – ela falou, levantando do chão, com metade dos cabelos sobre a cara. – Era uma ligação importante.

O casal limitou-se a acenar com a cabeça e seguiram seu rumo, ainda estupefatos. Talvez até pensando se foi uma boa escolha decidir morar naquele prédio.

Mel parou no portão do prédio focada em esperar o carro preto. Por excitação ou por pura falta de atenção, ela se esquecera de perguntar qual era o carro de Seth. Tsc.

Vermelhos, azuis, amarelos cor de marca texto. Foram alguns dos carros que pararam em frente ao portão do edifício Redenção. Passageiros iam e viam alegremente enquanto Mel esperava. Da Janela do nosso apartamento, Tom e eu podíamos vê-la, impaciente, roendo as unhas que demoraram tanto para serem cuidadosamente feitas ainda naquela tarde. De repente, um carro preto, tipo sedan parou. Ninguém saiu dele, apenas o som da buzina. Mel observou e pensou: “bom, deve ser comigo”, e saiu correndo na direção dele. Abriu a porta do passageiro e entrou com tudo.

- Nossa, achei que você não vinha mais. Eu me arrumar toda pra nada, imagina que erro seria... – disse ainda fechando e colocando o cinto. Mas ao virar-se para o motorista do carro, percebeu que não precisaria imaginar que erro seria, pois era nítido: o motorista era um estranho e ela havia entrado no carro errado.

Ficou paralisada por um momento, apenas sentindo seu rosto ficar rubro de vergonha. O Motorista, um garoto que aparentava não ter mais que 18 anos, limitara-se a gargalhar em alto e bom tom.

- Me desculpe – disse Mel desafivelando o cinto.

- Desculpar pelo quê? – divertia-se o jovem – Quem dera que isso me acontecesse todos os dias. Mulheres estranhas e lindas entrando no meu carro sem convite ou aviso prévio. Hahahaha. – Desatou a rir – Foi engraçado, proveitoso até ter a sua presença aqui no meu humilde carro, mas acho que essa é a sua deixa. Eu estou esperando minha namorada e acho, ACHO, tenho pra mim que ela não vai achar tão engraçado te encontrar aqui no meu carro quanto eu.

- Talvez até te bata, não é?

- Esperamos que não chegue a esse ponto.

- Olha, me desculpe mais uma vez – Abriu a porta e saiu do carro. Pela janela aberta do lado do passageiro fez seu ultimo comentário – Isso nunca me aconteceu antes...

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