Capítulo 11 Uma Noite Quase Perfeita

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Mal entramos na boate e Martim recebeu uma encarada do Marco Antônio um dos caras mais populares da cidade, vindo de uma família rica, era sarado, rato de academia mesmo, usando roupa de grife, um conquistador, estudamos na mesma classe, mas mal nos falávamos, eu era insignificante demais para ele, mas agora eu vejo ele ali "secando" o Martim de um jeito que fiquei meio que desconcertado e fui logo o beijando, como se fosse para deixar bem claro que ele estava acompanhado, eu penso que ciúme gritou no meu peito.
Como as coisas mudam nessa vida, antes eu nem queria me envolver com ninguém, agora eu estava ali morrendo de ciúmes só de um olhar! Fora isso a noite foi muito divertida, bebemos algumas cervejas, dancamos bastante e sim ele dançava muito bem. Eu não sabia o quanto era bom dançar com ele! Como era incrível ver que naquela noite ele era todo meu!
Na hora do intervalo foi que a magia aconteceu, o DJ colocou uma música bem romântica daquelas bem antigas pra se dançar com o rostinho colado, "Endless Love", Martim me arrasta pra pista e dançamos enquanto ele sussurrou em meu ouvido; "eu nunca vou me esquecer desse momento, quando dancei com você a minha música preferida!" O meu chão desapareceu. Tive a impressão de que flutuava e que meu peito poderia explodir a qualquer momento de tanta felicidade!
Mas nem tudo foi perfeito, assim que a música acabou o Marco Antônio, o mesmo cara que encarou ele logo na entrada, teve a cara de pau de chamar ele pra dançar. Aí foi demais pra mim! Claro que ele recusou, mas, mesmo assim, fiquei muito mal só de pensar na possibilidade do Martim dançar ou até mesmo tocar outra pessoa que não fosse eu, ainda mais depois daquele momento perfeito. Não foi nada bom me sentir desse jeito! Doeu, deu uma vontade de fazer igual criança, sair correndo pra chorar em um cantinho escondido! Mas Martim parece que percebeu tudo e me chamou pra ir embora: 

—Vamos voltar pra casa? — me perguntou sério. 

— Vamos sim, mas primeiro posso ir ao banheiro? — perguntei. 

— Sim, eu te acompanho — respondeu rápido. Caminhamos em direção ao banheiro masculino, se o clima já não estava bom, nessa hora piorou, porque eu acabei vendo o Pedro, namorado da Júlia, beijando a Marcela uma das suas melhores amigas dela! Fiquei totalmente pasmo e sem ação! Pedro também me encarou assustado! E o pior foi o Martim que fica observando tudo com um ar de interrogação. 

Então entro depressa no banheiro, Martim me espera na porta, assim que eu saio do banheiro, o Pedro já tinha sumido! Então saímos da boate em silêncio, enquanto caminhávamos na direção do hotel, resolvi falar: 

—Martim, sabe aquele rapaz que estava beijando uma menina perto do banheiro masculino? Ele é o namorado da Júlia! Ele estava beijando a melhor amiga dela! Você acredita? 

— Nossa! Serio? Isso vai dar uma confusão! — respondeu espantado. 

— Pois é! E agora? O que eu faço? Conto pra ela? 

Martim pensativo coça a cabeça e me responde: 

— Na verdade, a decisão é sua! Mas se eu fosse te dar um conselho seria pra você ficar quieto! Que a verdade vai chegar nela de alguma forma! Eu tenho medo de você contar, ela não acreditar e gerar uma briga desnecessária entre vocês dois! Mas se ela te perguntar, aí eu penso que você deve ser sincero! 

— É?... Não sei... Afinal ela é a minha irmã! Vai ser uma traição se eu ficar quieto! Acha mesmo que eu devo ficar calado? 

— Flávio, a cidade aqui é pequena! Vai por mim! Logo ela vai ficar sabendo! Já passei por isso! Eu contei e acabei perdendo a amizade! Esse é o meu conselho, mas como eu te falei, a decisão é sua! Se quer mesmo contar, eu posso até ser testemunha... Mas por mim. É melhor que ela saiba pelos outros! 

—Ah não sei! Talvez, você tem razão! Mas outra coisa que eu queria te falar, me perdoa pelo climão lá na boate, sabe eu não sou assim não! Na verdade, eu nem sei o que eu estava sentindo, mas foi ruim, me desculpa por estragar a nossa noite! 

— Flávio, você sentiu ciúmes e isso é normal! Se qualquer um daqueles caras te chamassem pra dançar, com certeza eu também não gostaria! Mas não vamos deixar que isso estrague a noite maravilhosa que eu tive contigo, apenas não ligue eu já te falei uma vez e vou repetir, agora eu só tenho olhos para você — disse isso e acabou me beijando ali no meio da rua mesmo, apesar do medo eu não resisti, foi um beijo longo e carinhoso, voltamos a caminhar assim que ele ia entrar no hotel, eu segurei o braço dele impedindo a sua entrada, meio sem jeito falei: 

—Eu não sei se ainda está de pé o seu convite, mas eu queria muito tomar aquele vinho com você. — falei abaixando a cabeça... 

— Nossa! Sim o convite tá valendo sim, vai ser uma honra! — respondeu meio sem jeito, mas sorrindo da forma mais linda que eu já tinha visto!

Pelo Mar e Por AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora