Capítulo 30 Uma Segunda Chance

112 20 334
                                    

Nessa noite, eu fui dormir bem mais aliviado, foi como a Rosa havia falado as coisas precisam de um tempo para se acertarem; logo eu estaria em Portugal, mas antes eu ainda tinha que resolver algumas pendências e no dia seguinte eu levantei bem cedo e fui direto pra cozinha, eu precisava falar com a Rosa e a minha ansiedade era tão grande que mal ela chegou, eu disparei uma "metralhadora" de palavras em sua direção: 

— Rosa, bom dia! Eu preciso muito falar com você! Necessito da sua ajuda urgente! — falei afobado, e nessa hora parece que ela fez de propósito! Pra irritar mesmo! Sentou calmamente em uma cadeira, sem falar nada pôs a bolsa em cima da mesa e calmamente falou: 

— Bom dia, Flávio! Primeiro deixa eu chegar no meu recinto de trabalho! O que você fez dessa vez? Quem você matou? Porque pra chegar com toda essa agonia só pode ter morrido alguém! — e me olhou com cara de deboche. 

Respirei fundo tentando recuperar a calma, falei: 

— Senhora limão estragado! Nada de grave aconteceu! Eu não matei e nem agredi ninguém! Eu apenas vou precisar da sua ajuda para algo muito importante! Tudo bem se você não quiser colaborar! — respondi com bom humor, mas sendo um pouco irônico. 

— Pelo visto, você está bem melhor que ontem! Eu fico muito feliz por isso! Mas, já te falei! Limão estragado é a vovozinha! Então me fala o que é, oh! mala sem alça! — me respondeu ainda de cara feia. 

Primeiro eu fiz um pouco de 'suspense', me sentei do lado dela e com muita calma comecei a falar: 

—Sim, estou muito bem, Rosa! Eu tive uma conversa com a Júlia e o meu pai! Enfim tudo se resolveu, e desculpa pela minha empolgação! É que eu estou tão feliz! E eu quero te agradecer muito, eu serei eternamente grato por tudo o que você fez por mim! Obrigado de coração! — falei bastante emocionado. 

— Eu sabia que tudo ia se resolver! Se você fosse menos teimoso e tivesse ouvido o meu conselho antes... — e me olhou com ar de vitoriosa. — Mas isso nem importa agora! Você está feliz e é isso que interessa! E venha cá, anda! Me dá um abraço! — falou se levantando e abrindo os seus braços! 

Fui em sua direção e lhe dei um abraço bem apertado, na tentativa de demonstrar toda a gratidão que eu sentia, porque, no fundo eu sabia que nem todas as palavras do mundo seriam o suficiente para expressar o meu sentimento! 

— Mas sabe Rosa, tenho uma coisa pra te falar — fiz cara de suspense — em breve, Rosa, eu vou tirar umas férias! Vou viajar para a Europa! Acredito que devo ficar por volta de um mês mais ou menos! Afinal eu mereço, porque trabalho muito! — falei rindo. 

— Que chique! Mas onde que eu entro nessa história? — me perguntou com ar de desdém. 

— Você?... Você é a peça mais importante dessa história, deixa eu te explicar, como eu vou ficar um tempinho longe, eu acredito que o meu pai vai precisar de ajuda... Então eu pensei em colocar uma pessoa para me substituir e preciso com uma certa urgência. Sabe? Eu sei que não vou viajar mas preciso de alguém pra ontem! Assim eu vou ter tempo de treinar essa pessoa. Entende? 

— Sim, perfeitamente! Mais uma vez, o que eu tenho a ver com essa história? — pergunta e me encara com curiosidade. 

— É que uma vez, você me falou que a Ana paula, a sua filha, sonhava em trabalhar aqui, eu sei que ela ainda está na faculdade... Mas será que ela topa vir trabalhar aqui? E se for do interesse dela, pode até começar como estagiária que vai ajudar muito no currículo dela. Agora me fala, será que ela topa? 

— Você está falando sério? — me perguntou com a mão no queixo. 

— Sim, Rosa! Será que ela aceita? — perguntei ansioso. 

Pelo Mar e Por AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora