Capítulo: 8

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Ludimilla mantinha os olhos no par de coxas que Brunna tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.

Bem gostosa.

-- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. -- Brunna reclamou e automaticamente Ludimilla apertou mais a almofada contra seu colo.

-- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. -- Ludimilla disse. -- Minha mãe me dizia isso.

-- Não seria bem assim. -- Brunna se defendeu. -- Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

-- E implantaria no útero de todas as mulheres? -- Ludimilla indagou e Brunna riu.

-- Bem, as que quisessem ter filhos.

-- Você quer? -- Ludimilla perguntou por impulso.

-- Na verdade, sim. Só não agora. -- Brunna explicou.

-- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. -- Ludimilla arriscou continuar o assunto.

-- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. -- Brunna explicou. -- Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós.

-- Talvez ela tenha visto todos morrerem. -- Ludimilla disse com frieza.

-- Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. -- Brunna disse com veemência. Ludimilla queria contar a Brunna que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.

Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.

Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

-- Você ficava com homens antes disso acontecer? -- Ludimilla perguntou e Brunna negou.

-- Eu era muito nova. -- Brunna explicou rindo. -- Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? -- Disse. -- mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

-- Entendo. -- Ludmilla disse, comemorando internamente a parte onde Brunna disse que o "brinquedinho" deles era bastante atrativo.

-- E você? -- Brunna perguntou, causando um constrangimento terrível em Ludmilla.

-- Sempre gostei só de mulheres. -- Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.

Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.

-- Patrícia foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

-- Nunca bebi. -- Ludmilla revelou e Brunna a olhou boquiaberta.

-- Pois bem, hoje será sua primeira vez. -- Ludmilla sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.

O Último Pênis (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora