Capítulo: 55

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Ludimilla analisava através da janela do trailer como Brunna estava há quase uma hora deitada entre o matagal, admirando o céu. Ela só pôde identificar pois ela havia deitado com as pernas para fora.

Ludimilla não queria ir até lá, afinal Brunna queria ficar sozinha, mas a maior sentia que parte de sua vida era sugada a cada segundo que estavam naquele clima ruim, então ela decidiu que iria até lá sim e, caso Brunna não quisesse falar com ela, então ela esperaria.

Abriu a porta do trailer e caminhou até ela, parando em sua frente com uma expressão triste em seu rosto.

-- Posso falar rapidinho com você? -- Ludimilla perguntou e brunna a fitou. -- Eu vou ser rápida e prometo ir embora assim que eu falar.

-- Como assim ir embora? -- Brunna perguntou rapidamente.

-- Para o trailer. -- Ludimilla esclareceu e brunna suspirou aliviada.

-- O que foi? -- brunna indagou se sentando e Ludimilla se jogou ao lado dela, empurrando matos compridos com o corpo ao se sentar.

-- Preciso que acredite que eu não fiz de propósito. Eu sei que você não quer filhos agora, mas preciso que saiba que se você estiver grávida, nem que eu trabalhe dias seguidos, você vai ter uma gravidez segura.

-- Não é que eu não queira um filho agora. -- Brunna disse e Ludimilla segurou sua mão.

-- Nos tempos antigos seria estranho ter filho com tão pouco tempo estando juntas. -- Ludimilla disse e brunna mordeu seu lábio inferior. -- Você quer se certificar de que dará certo, não é? O transplante de cromossomo.

-- Em um mês vai ser a primeira tentativa. E se der errado e eu estiver grávida? Não vou ter tempo de trabalhar tanto com uma criança.

-- Suas amigas nos ajudarão nisso e, bem, eu vou estar lá. Não é como se você estivesse sozinha nisso. -- Ludimilla disse e brunna encostou sua cabeça no ombro da maior. -- Mas pense por outro lado, talvez você não esteja grávida. Sua menstruação acabou antes de ontem, os óvulos estão apenas amadurecendo ainda. Temos mais chances do que se estivesse no período fértil.

-- Mas mesmo assim, a gente transou muito. Conheço a porcentagem de chance de estar grávida. -- brunna disse e Ludimilla a olhou.

-- Desculpe. -- brunna negou com a cabeça.

-- Eu que peço desculpas, não deveria ter falado daquele jeito com você. -- brunna disse e Ludimilla passou um braço pela cintura da menor. -- E se tivermos um bebê ele será bem-vindo.

-- E se estiver, bem, faltarão só quatorze. -- brunna riu e se aconchegou nos braços de Ludimilla.

-- Não teremos quinze filhos, esqueça esse sonho. -- brunna disse e Ludimilla riu.

-- Está bem. -- Ludimilla disse sorrindo.

-- E se eu estiver grávida, o vírus voltar e nosso bebê for menino? -- brunna perguntou baixinho, deixando sua respiração tocar o pescoço de Ludimilla. -- Da outra vez morreram mesmo na barriga das grávidas, Ludimilla.

-- Não vai acontecer. O babaca do Reid morreu. Não teremos outra catástrofe dessas.

-- Eu tenho medo. -- brunna confessou e Ludimilla a abraçou mais forte. -- Se essa merda voltar pode me tirar você.

-- Eu não vou a lugar nenhum. -- Ludimilla disse acariciando as costas de brunna.

-- Obrigada. -- brunna sussurrou, sentindo um beijo em sua testa antes do silêncio se instaurar.

-- Amor, estamos no mato. Podemos dar uma aqui para nos despedir com estilo. -- Ludimilla disse e brunna riu.

-- Você não sossega esse pinto.

-- Confessa que você gosta dele que eu sei. Ele é charmoso e bonitinho. -- Ludimilla disse.

-- Ele é lindo. -- brunna disse rindo. -- Mas vou ficar com ciúmes desse amor incondicional todo que você nutre por ele.

-- Amor só por você. -- Ludimilla disse e Brunna ergueu a cabeça apressadamente.

-- O que disse?

-- Que amor só por você. -- Ludimilla disse, esboçando um sorriso singelo. -- Não sei quando virou amor, mas eu te amo. -- O coração de brunna acelerou e ela ficou sem expressão por algum tempo, até que finalmente sorriu abertamente. -- Por isso vim me desculpar, levei semanas para voltar a te beijar, não quero te perder de novo.

-- Está dizendo isso só para transarmos aqui? -- brunna perguntou brincando.

-- brunna, não pode levar tudo na brincadeira o tempo inteiro. -- Ludimilla disse o que brunnaa havia lhe dito uma vez e a menor riu.

-- Eu tenho duas coisas para te falar. -- brunna disse antes de depositar um beijo nos lábios de Ludimilla. -- Uma é que eu também te amo.

-- E a outra?

-- Não iremos transar no mato. -- Ludimilla olhou para o meio de suas pernas e suspirou.

-- Ele é perversa, viu só, meninão? Deu a notícia boa para logo tacar gelo no meu rabo.

-- Para de falar com ele como se ele fosse uma pessoa, Ludimilla. -- Brunna disse e Ludimilla negou.

-- O meninão é da família, brunna. Eu sei, as meninas sabem e você também. -- Ludimilla disse naturalmente.

-- Você está louca. -- brunna disse se levantando.

-- Ele foi meu único companheiro por anos. Não me critique. -- Ludimilla disse se levantando também. -- É tipo onde o náufrago fala com uma bola, mas no meu caso são duas.

-- Fica quietinha, meu amor. -- brunna disse rindo, entrelaçando seus dedos nos da maior. -- Agora vem, é hora de irmos embora. Adeus meio do nada e olá grande cidade.

-- Sabe que vou precisar me esconder lá, não é?

-- Só por esse mês, estou apostando no transplante e aí todo mundo vai poder ter filho e vão deixar minha namorada gostosa em paz. -- brunna disse sorrindo e Ludimilla assentiu.

-- Se me pegarem e decidirem assassinar a dona do último pênis, peça para cortarem ele fora, não quero morrer. -- Ludimilla disse e brunna riu, começando a caminhar de mãos dadas com a maior de volta para o trailer.

-- Estou ouvindo ele reclamar dizendo que isso é traição, porque ele diz que é da família. -- brunna disse e Ludmilla assentiu.

-- Ele é, mas tenho chances de ser mãe, prefiro viver sem pinto do que não conhecer meu bebê. -- brunna se virou para ela e sorriu encantada.

-- Ele ajudou nesse processo. -- brunna disse.

-- Mas minha namorada é cientista e encontraria um jeito de ainda usar meus cromossomos Y mesmo sem o meninão. -- Ludimilla disse orgulhosa. -- E ainda quero conhecer meu bebê.

-- Sabe que ouvindo você falar assim dá até vontade de torcer para dar positivo? -- brunna perguntou fitando as orbes verdes.

-- Então vamos voltar para o mato e foder o resto do mês todo lá que esse positivo sai. -- brunna negou e selou os lábios de Ludimilla.

-- Não iremos transar.

-- Droga. -- Ela disse, deixando seus ombros caírem.

-- Droga, comprei um binóculo a toa. -- Patrícia gritou da janela do trailer ao lado e Brunna a fuzilou com os olhos.

-- Patrícia!

-- O quê? Eu queria ver ele em ação.

-- Veja pornô.

-- Gosto de viver perigosamente, dá licença. -- Ela disse entrando e brunna negou com a cabeça. Estava cercada de loucas.

O Último Pênis (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora