Capítulo: 51

2.1K 186 15
                                    

Ohanna já estava há dias trancafiada naquelas pesquisas, sempre levara a sério seu trabalho e não levava desafio para casa, mas ela sabia que, como Thaissa havia falado, aquilo levaria meses.

Ohanna escutou baterem na porta do trailer e estranhou. Quem estaria naquele lugar em plena madrugada? Sua surpresa só aumentou quando viu Ludimilla do lado de fora, com os braços encolhidos devido ao forte vento que as atingia aquele horário, o inverno se aproximava.

-- Com licença. -- Ludimilla disse baixo.

-- O que quer? -- Ohanna perguntou e seus olhos se abaixaram na altura das mãos de Ludimilla quando a viu entregar a ela uma garrafa térmica.

-- Eu trouxe café. -- Ludimilla disse com o queixo batendo. -- Sempre trago para Bru e imaginei que você precisasse de um pouco. Aquece o corpo e te mantém acordada.

Qual era o intuito de Ludimilla em acordar no meio da madrugada para levar-lhe café?

-- Eu não te envenenei, se é isso que pensa. Posso até provar antes para cessar suas dúvidas. -- Ludimilla disse e Thaissa suspirou.

-- Entre aqui. Está frio aí fora. -- Ohanna pediu e Ludimilla obedeceu, ouvindo a porta ser fechada atrás de si. -- Por que acordou de madrugada só para fazer isso?

-- Oh, não foi minha culpa. Foi o meninão. -- Ludimilla disse e Ohanna franziu o cenho.

-- Quem?

-- Como "quem"? Meu pinto. -- Ludimilla disse e Ohanna franziu o cenho.

-- Seu pênis te acordou?

-- Sim, todas as noite vou ao banheiro de madrugada. -- Ludimilla disse e Ohanna por fim entendeu, assentindo.

-- Brunna estava dormindo? -- Ohanna perguntou e Ludimilla sorriu.

-- Sim, tão linda que fiquei até com pena de sair de perto dela. -- Ludimilla disse e Ohanna conteve um sorriso.

-- Gosta mesmo dela, hm? -- Perguntou, pegando copos descartáveis antes de entregar a Ludimilla.

-- Gosto. -- Ludimilla respondeu apenas isso, contudo, a intensidade de sua palavra, o brilho em seus olhos e sorriso bobo que brincava em seus lábios fizeram Ohanna saber que era algo puro e genuíno. -- Vou tomar o café para te mostrar que não tem veneno, mas já vou embora para te deixar trabalhar.

-- Não precisa tomar o café por isso. --  disse e Ludimilla suspirou.

-- Preciso me desculpar de novo com você. -- Ludimilla disse olhando para Ohanna. -- Por suas pesquisas que perdeu, sabe? Eu sinto... sinto muito. Eu só queria mais bolhas.

-- Bolhas? -- Ohanna perguntou e Ludmilla assentiu.

-- Sim, a brunna fazia bolhas por todos os lados e achei lindo, aí aproveitei para ficar bem perto dela, porque você deve saber como aquela mulher é cheirosa. -- Ludimilla disse rindo e suspirou. -- Aí queria passar mais um tempo com ela, só não sabia que daria nisso. Eu nunca quis prejudicar ninguém.

-- Eu não te entregaria de verdade. -- Ohanna confessou e Ludimilla sorriu.

-- Eu sei. A brunna disse que você tem um bom coração. -- Ludimilla disse, pegando o copo de café e virando-o de uma vez. -- Boa noite, Ohanna. Bom serviço. -- Disse indo em direção à porta.

-- Ludimilla! -- Ohanna chamou rapidamente e a garota se virou. -- Tenho algo para você. -- A maior franziu o cenho, mas esperou Ohanna fuçar em suas coisas antes de voltar até ela e entregar um comprimido lacrado em um plástico.

-- O que é isso?

-- É para a brunna, na verdade. -- Ohanna  disse. -- Só fiz essa. É uma pílula do dia seguinte. Não fiz mais porque vai perdendo a força e se usar muito pode não funcionar, então use o dia anterior de tomá-la com sabedoria e esperem os anticoncepcionais ficarem prontos.

Os olhos de Ludimilla focaram no comprimido e logo ela sorriu.

-- Obrigada. -- Ela disse e Ohanna assentiu, se sentando como se Ludimilla já não estivesse ali.

A maior saiu animada dali e voltou para o trailer de brun a, removendo somente a blusa grande. Estava frio para dormir só de cueca, então permaneceu com sua calça de moletom e sua regata preta.

Seus olhos encontraram a figura delicada e doce dormindo encolhida na cama e um suspiro involuntário saiu de seus lábios. Ela colocou a pílula na gaveta de brunna e ergueu a coberta, se enfiando ali vagarosamente antes de abraçar o corpo a sua frente e inalar seu perfume.

-- Onde esteve? -- brunna murmurou ainda de olhos fechados e com a voz sonolenta e o coração de Ludimilla se derreteu outra vez. -- Demorou.

-- Dor de barriga forte. Não sentiu o cheiro? -- Ludimilla disse e brunnaa negou, se virando para ela e afundando seu rosto nos seios da maior.

-- Graças ao bom Deus não. -- brunna murmurou e Ludimilla riu.

-- Estou brincando. Fui levar café para a Ohanna. -- As orbes castanhas se abriram instantaneamente, fitando Ludimilla confusa.

-- Ela te ofendeu?

-- Não, acho que estamos bem. -- Ludimilla respondeu e brunna suspirou aliviada. -- Ela fez para você uma pílula do dia seguinte.

-- Fez? -- brunna perguntou surpresa e Ludimilla assentiu animada.

-- Sim. Sabe o que isso significa? Que a cobra pode se esconder na toca. -- brunna riu e plantou um beijo no pescoço da maior.

-- Está tão ansiosa assim para perder a virgindade?

-- Só porque é com você. -- Ludimilla disse baixo.

-- Não transaremos agora. Estou com sono.

-- Eu sei, está frio, Brunna. O meninão se encolhe e não gosta de sair da casinha.

-- Então me abraça e durma, amor.

Amor.

Amor.

A-M-O-R.

-- Acho que estou tendo uma parada cardíaca, pode checar? -- Ludimilla disse e brunna abriu os olhos preocupada. -- Ouviu como me chamou?

-- Na verdade não. -- E, de fato, era verdade. Ela dissera sonolenta e sequer havia se dado conta.

-- Você me chamou de amor com "a" de AAAAAAAAAAAAAAAA. -- Brunna riu alto e abraçou fortemente Ludimilla.

-- Adoro as risadas que me tira o tempo todo. -- brunna murmurou e depositou um beijo nos lábios de Ludimilla.

-- Não faço por querer, mas que bom que gosta.

-- Agora durma.

-- Se eu te chamar de amor também você terá uma parada cardíaca?

-- Acho que ficarei bem com isso. -- brunnaa falou contra a pele de Ludimilla e a maior sorriu.

-- Então boa noite, amor. -- Ludimilla disse e brunna sorriu, sentindo seu peito inflar antes de sentir o sono voltar a dar as caras.

O Último Pênis (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora