capítulo dois.

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Já tinha fudidos dois dias inteiros que eu não saía de dentro do meu quarto para nada, minha mãe entrava lá, me dizia poucas coisas e deixava algo para comer... o que na maioria das vezes eu engolia forçadamente.

Minha cabeça mal tinha parado um segundo sequer de doer ou me incomodar durante todos esses dias, eu estava cansada... meu corpo estava cansando e me fazendo sentir um peso enorme na mente por tentar relutar tanto para esquecer tudo e principalmente ele.

Seria foda demais, mas eu precisava... precisava ou iria me afundar e outra vez toda aquela merda iria voltar e hoje o dono de quem me faria sentir só era meramente diferente, já que suas atitudes de merda foram iguais a do Henrique.

Eu estava encarando o teto por um tempo longo do caralho, suspirei, fechei os olhos e me permiti relaxar um pouco mais a minha mente era a minha pior inimiga e sempre me fazia voltar á um ponto especifico:

flashs backsss — on.

— Era para terminamos a noite de outra forma, né?

— Eu sempre ouvi nos casamentos uma parada que fala assim, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença.

— Xamã, meu filho? — questionei curiosa e um tanto confusa, desviei o olhar do dele e voltei a tomar minha água.

— Acho que é bem isso que fazemos por quem amamos. — eu senti minha garganta fechando na mesma hora, cuspi a água ao longe e fui me engasgando no mesmo milésimo de segundo. Jason começou a ria alto demais, era cômico demais. — Achava que sua reação fosse mais bonitinha quando eu confessasse que tô apaixonado por você.

》 》

— Jason, eu te amo. — sussurrei e levantei um pouquinho o rosto, senti ele segurar em minha bochecha e selar  nossas bocas.

— Eu também, amor. Muito. — dei um sorrisinho e voltei a deitar no seu peitoral, enquanto ele começou a cantarolar bem baixinho até que quando tomei alguma ciência já estava dormindo.

》 》

Cala a boca, filha da puta! — ele tava prendendo o riso e a gente já estava rindo horrores. Meu pai foi pra cozinha junto com o Ret e as meninas foram atrás de minha mãe, Jason se jogou no sofá bem coladinho em mim. Selou minha boca e eu acabei rindo. — Cê tá bem, meu amor?

— Tô sim. Mas acho que eu tava meio delirando sabe?

— Ah, é? Porque? — se fez de sínico e eu bati em sua perna. — Ué, amor?

— Trouxa! Sai daqui!

Ele gargalhou e me puxou para ele me apertando forte e eu acabei rindo também, sua boca foi selando meu rosto, boca e pescoço.

— Foi delirio nenhum não, sereia. Eu te amo, pô. — me roubou um selinho longo e me soltou quando meu pai veio da cozinha com o Ret. Ele saiu rindo de perto de mim e eu fiquei ali toda boiolinha com o que ele tinha repetido mais uma vez.

flashs backsss — off.

— Você tinha que estragar tudo né, seu filho da putinha? — indaguei sozinha e escutei a porta do meu quarto se abrir me dando um susto.

— LEVANTA PRA CUSPIR VAGABUNDA, HOJE TEM ULTRASSOM DO BABYRET! — Juliana entrou fazendo zona e eu bufei, puxei o travesseiro para a minha cara e ela estava abrindo as cortinas com maior escândalo. — BORA MELINDA ANDRADEEEEEE! VAMBORA, MANDA O JASON CARLOS PRA CASA DO CARALHO E VAMO AGIR A VIDA.

— Nossa Juliana, sério! Morre. — indaguei e ela me deu um tapa, puxou o travesseiro da minha cara e me bateu com ele.

— Você quer que seu afilhado morra, sua pilantra?

— Eu disse você e não ele, parece uma galinha ciscando... porra, para de escândalo. — me sentei na cama e ela me encarou e deu uma suspirada se aproximando pra sentar do meu lado.

— Esse índio é um filho da puta e você não merece ficar assim, Mel. Vamos, por favor!
— senti seu carinho e comecei a sentir o choro voltar a subir em minga garganta. — Ah, não... sem chorar!

— Eu não consigo, Ju. Eu amo ele. — eu dizia baixinho e já encarava minhas mãos entrelaçadas e sendo molhadas por meu choro.

— Prima, eu sei que dói... mas você não pode se isolar de tudo assim. Por favor, dê um jeitinho, reage, revive... você nasceu sem esse macho, Melinda!

— Mas posso morrer muito bem se for pra continuar sem... Que inferno. — eu indaguei puta e sequei meu rosto.

— Para com isso, não se tortura assim... Não vale apena, Mel. — eu assenti e fiquei de pé. — Se arruma e eu te espero lá em baixo, depois da consulta vamos pra Luísa... as meninas estão por lá.

— Tudo bem. — respirei fundo e fui procurar algo pra vestir.

— Isso vai passar e se for pra sofrer vamos sofrer todas, apesar que foi você quem sentou na pica né... — ela indagou como se estivesse desacreditada com aquilo e eu não aguentei e acabei dando uma risadinha.

— Some daqui, Juliana Ret!

— Se demorar dez minutos, eu volto hein... — disse já saindo dali e eu neguei, louca...

×××××××
eu não sei de quem eu sinto mais dó, da melinda, do jason, de mim ou de vocêsKKKKKKKKKKKKK rindo de desespero

eu to empolgada nessa bagaça hein

Aúdio Falso 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora