capítulo vinte e dois.

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Melinda Andrade.

— Mãe eu já desliguei lá, mas não sei ver a lasanha. — ele apareceu ali um tempo depois que nos duas já haviamos conversado sobre mil e uma coisas.

— Vou lá ver e aproveitar para chamar a sua avó, fique aqui com a Melinda. — ela sugeriu e ele assentiu, se sentou na minha frente, pondo a cadeira para mais perto e puxou minhas pernas para o seu colo, iniciando um carinho em minhas coxas.

— E aí? Ela te mordeu? — ele brincou ainda com o medo que eu estava sentindo mais cedo.

— Claro que não, palhaço. — ri e ele riu junto, aproximou o rosto de mim e selou meu ombro e pescoço. — Jason...

— Oi, amor... — disse baixo ainda brincando de beijar meu pescoço e descia para o colo de meus seios.

Jason Carlos.

— Fala amor. — ri e ela me olhava com aqueles olhos azul piscina vidrados em mim. — Vai, pergunta...

— Como você sabe do que eu vou falar?

— Eu imaginei que ela iria te contar sobre ela saber do Murillo. — eu suspirei, selei sua boca e ela deu um sorrisinho.

— Ela me disse que você estava muito nervoso, preto.

—  E estava mesmo.

flashback— on.  meses atrás

Já tinha passado dois dias desde aquele merda havia atacado a minha menina, mas agora que o peso estava caindo sobre minhas costas. Eu havia acabado de sair da casa da Melinda e ainda não me sentia confortável para deixar ela, mesmo que seus pais estivessem cuidando e protegendo ela. Minha mente estava girando a tantos milhões que eu não sabia decifrar o que estava me deixando mais tonto: a minha confusão mental a fumaça do beck que se acomulava dentro do meu carro que estava inteiramente fechado enquanto eu digiria para a casa de um dos meus maiores refúgios e porto-seguro em terra.

Meu peito se aliviou quando eu desci do carro e inalei um ar puro diferente do que eu estava fazendo nos últimos quinze minutos. Eu bati a porta do carro e atravessei a rua num piscar dos olhos, entrei em casa e minha mãe se assustou pois eu não havia avisado a ela.

— Filho? O que aconteceu, Jason?

Eu queria falar, queria gritar, mas meu peito comprimia qualquer dessas ações, minha mente girava e girava constantemente, meus olhos estavam em brasa e minha mãe me olhava atenta.

— Jason, meu amor... você está me assustando. Me conte o que aconteceu. — ela ja havia levantado e estava em minha frente, tocou a mão no meu rosto e me olhava com carinho. — Filho, me conte... por favor.

— Ele... ele não podia machucar ela. Não podia.

— Quem, Jason? Quem fez?

— E se ela não... mãe, ela pode querer o pior. Mãe? — eu estava exausto de segurar tudo dentro de mim, estava pesado demais e meu corpo dava sinais que entraria em um colapso de choro nos segundos seguintes.

Eu sentia todos os meus musculos entrando em choque e começando a tremer no instante seguinte, meu peito apertou tanto que parecia que eu levava uma sequencia fudidas de socos disparados todos um atrás do outro, sem chance alguma de relutar contra ou buscar por um pouco de ar.

— Sua respiração tá descompensando, Índio, você vai entrar em uma ataque cardia se não controlar isso. — minha mãe falava mansa demais e eu estava confuso, não conseguia abrir a boca nem mesmo pra pedir por socorro.

Ela encurvou meu corpo para frente e me fez sentar no chão e por a cabeça o mais próxima possivel dos joelhos dobrados. — Shiiii... se calma amor, se acalma e podemos conversar sobre tudo isso.

— Ele iria acabar com a vida dela, mãe. Ele não.. não... não tinha o poder de fazer isso. — eu já estava com o rosto lavado em choro e minha mãe me encarava de olhos arregalados. — Ele não podia machucar a minha mulher, mãe.

— Amor, o que aconteceu? Fica calmo e me conta, não precisa ter pressa. Eu tô aqui com você.

Eu fui me acalmando a medida que minha mãe cantarolava uma música do Tom, era umas das minhas preferidas e ela sabia perfeitamente daquilo. Minha blusa estava quase que inteiramente molhada de tanto que eu a usei para secar meu choro tentando acabar com toda aquela merda que estava me doendo tanto por dentro. Puxei a blusa para fora de meu corpo e dei uma suspirada falhada por conta de ainda rastros dos soluços de meu choro desesperado.

— O chefe da Melinda invadiu a casa dela, tentou a estuprar e eu quase matei aquele filho da puta de tanta porrada... E não me arrependo, se eu pudesse bateria muito mais... — eu suspirei cansado e ela escutava tudo bem quieta. — Ele não tinha que fazer aquilo mãe, ele não tem esse direito. Ele poderia ter destruído a vida dela mãe... ela não iria aguentar, mãe.

— Melinda é a mesma que você veio me contar que tá gostando dela, não é isso? — eu assenti e contei com mais detalhes como havia acontecido tudo e o que eu havia presenciado naquela sala. — Filho, por Deus você chegou no momento certo e impediu que a situação piorasse. Claro que você pode ainda levar alguma culpa por ter batido no rapaz se formos contar com a influência que ele deve ter no país...

— Tô pouco me fodendo pra isso, mãe. Eu faria tudo de novo por ela, sem pensar duas vezes.

Flashback— off.

Eu tentei contar pra Melinda como tinha acontecido as coisas daquele dia, mas fui impedido de terminar porque ela pulou no meu colo e tava toda chorosa.

— Amor?

— Não precisa terminar, eu não quero ouvir mais nada que me lembre daquele dia. Por favor.  — suplicou e eu assenti em concordância enquanto acarrinhava seu cabelo, ela se ajeitou no meu colo e secou o  rosto antes de me encarar. — Eu te amo muito, muito, muito.. e não poderia ter sido alguém melhor para me defender e cuidar de mim naqueles dias.

Eu faria tudo de novo por você, sem pensar duas vezes. — ajeitei seu cabelo pondo um pouco atrás da orelha e ela deu um sorriso largo antes de beijar minha boca.

××××××
esse capítulo não estava nos meus planos, mas a Kemi — crfweb — me deu essa idéia e eu ameeeeei  montar esse flash-back, pois me lembro de que não havia relatado tanto as sensações do nosso menino quando todo aquele ocorrido com a Mel, aconteceu.

obrigada amiiii, ❤ !!!

e aí? preparadas para a nossa reta final?
eu vou morrer de saudades do meu casalzinho.

Aúdio Falso 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora