capítulo vinte e um.

3.8K 264 191
                                    

Melinda Andrade.

Depois de termos saído do motel antes mesmo de bater as doze horas pagas, eu fiz o Jason passar na casa dele pois eu queria pegar a calça que estava lá, ele só estacionou e me deu a chave da casa, eu entrei, me troquei rapidinho, passei um rímel e um gloss  meus que também estavam em uma gaveta que ele tinha me "dado" e por fim, ele voltou a dirigir agora indo para a casa da mãe dele. Depois de pegarmos um pouco de trânsito chegamos na casa dela e já era pouco mais de onze da manhã, Jason entralaçou nossas mãos depois que saímos do carro e ele entrou no quintal por uma chave reserva que ele tinha.

Ele abriu a porta da casa e escutamos uma música baixa vindo da cozinha.

— Tá nervosinha amor, tá?

— Garoto, cala a boca. — besliquei o braço dele e ele gargalhou tão alto que a mãe dele apareceu na sala antes mesmo de andarmos para a cozinha. — Oi, Dona Sônia. — eu sorri envergonhada e o idiota do Xamã não parava de rir. — Para com isso, cacete!

— Ô amor... — ele ainda ria e me soltou pois eu ameacei dar um tapa nele, ele correu para abraçar a mãe que acabou rindo de tanto que ele dava risada. — Ela tá com vergonha, mãe.

— Mel, que isso filha... nos já conversamos tanto. — ela disse risonha enquanto recebia beijos do Jason, ele a soltou e foi indo casa a dentro e ela veio me abraçar. — Precisa dessa vergonha toda não, viu? E sem o dona também.

— Teu filho ficou me pertubando durante o caminho. — eu ri sem graça.

— Esse menino não muda mesmo, vem, vamos lá... eu estou terminando de montar a lasanha.

— Humm... que delicia, eu amo! — eu ri e ela sorriu pra mim.

— Eu sei, Jason me contou e pediu que eu fizesse pra você. — ela disse sincera quando já estavamos entrando na cozinha e eu olhei pra gracinha do meu namorado que devorava umas uvas as puxando do cacho diretamente com a boca, ele me deu uma piscadela e eu revirei os olhos mas acabei rindo dele.

— Quer amor?

— Não, já estou bem cheinha.

— De leite. — disse baixo passando por trás de mim e eu escondi minha cara. — Que isso, tem até pudim aqui ó.

— Para de futucar a geladeira, Jason. — a mãe o repreendeu e ele deu de ombros. — Nem parece que faz boxe essa criatura, come demais.

— Tô em fase de crescimento, você pode respeitar Dona Sônia? — ele questionou como se estivesse bravo e a mãe dele parou de mexer na travessa de lasanha e ficou o encarando por uns segundos, negou e voltou a mexer lá.

— Mas então, filha... hoje você não tem faculdade?

— Não... na verdade, eu só teria um tempo e meio hoje de aula... Mas acordei muito tarde e também depois eu posso pegar com minhas amigas. — eu expliquei e ela concordava.

Ficamos ali conversando por um bom tempo enquanto ela fazia nosso almoço, mesmo que eu tenha me oferecido pra ajudar umas três vezes ela negava em todas e o Jason dava risada dizendo que eu iria insistir até que ela deixasse. No fim de tudo ela colocou Jason e eu para fazermos o arroz e uma salada, o que estava sendo trágico.

— Amor, você tinha que socar o alho antes de jogar o oléo.

— Tinha?

— Jason... vida, presta atenção. — eu disse segurando o riso e ele tirou o oléo da panela, colocou os alhos e socou junto de um pouco de sal. — Isso gato, agora põe um pouco de oléo e coloca pra dourar o alho.

Eu gesticulava ensinando a ele e cortava o alface. Ele ligou o fogo, deu uma mexida no alho e enquanto esquentava ele veio para querer fazer dengo pro meu lado.

— Tá cheirosa, amor.

— Jason, para. — gemi baixo com ele passando os lábios na minha nuca. — Amor... vai queimar.

— Vou não.

— JASON, O ALHO!! — gritei gargalhando e ele despertou e foi mexer lá.

— Caralho, quase vira carvão. — ele negava mexendo na panela, jogou o arroz e depois a água. — Ta vendo só, e tu nem pra me avisar. E eu ainda quero casar contigo... vou passar fome.

— Casar é? — a mãe dele apareceu ali na cozinha e eu ri da reação assustada que ele teve.

— Fofoqueira né? — ele implicou com ela e ela deu uns tapas nele.

Terminamos de fazer tudo ali, depois fomos para a sala enquanto tudo ficava pronto, Jason se destraiu com uma reprise de um jogo do Flu e eu fiquei conversando com a mãe dele, mas tava impossivel de escutar algo direito pois o bonitinho reagia ao jogo e nos atrapalhava, segundo ele, ele não assistiu esse pois estava fazendo show.

— Vamos ali pra varandinha, Mel. Deixa esse doido por aí. — ela riu e eu assenti. Passei pelo Jason que deu um tapa na minha bunda e ficou rindo. — Ficou lindo o anel, né?

— Ahhh,a senhora... digo, você também sabia? — eu ri e ela olhava o anel em minha mão e assentiu.

— Sabia, de tudo... desde o comecinho quando ele veio me contar que poderia está "gostando" de você. — ela riu e eu com certeza deveria ter ficado vermelha de vergonha. — Melinda, posso te falar uma coisinha?

— Claro.. claro que pode.

— Tem muito tempo que não vejo Jason tão apegado em alguém assim.. Nem mesmo quando ele namorava a Lua, claro que eles se gostaram sim. — eu concordei a dizendo para continuar e ela deu um sorrisinho. — Mas você é diferente dela, ele ficou diferente com você. Não sei bem explicar, mas o jeitinho que ele te olha já entrega ele de bandeja.

— Ai, vou ficar com vergonha. — ri e ela deu uma risadinha. — Eu fico feliz em ouvir isso sabe? Seu filho é muito importante pra mim. Muito.

— Eu sei, ele me contou sobre o que rolou com o seu ex chefe, desculpe filha... é que ele chegou aqui em casa desnorteado e soltou tudo no meu colo.

— Não... não tem problema, eu já aprendi a conviver com esse assunto. — dei um sorriso sem graça e ela assentiu.

— Ele chegou a chorar com tanto desespero que eu fiquei assustada, nunca tinha o visto assim... até essa maluca aparece o acusando dessas coisas que tem tanta mulher que realmente sofre sabe? E ela tá brincando com fogo.

— Eu sei, é muito complicado Sônia. Eu senti demais quando o Murillo tentou me ferir daquela forma, eu mal conseguia olhar algum homem nos olhos depois daquele dia... O Jason e meu pai foram os únicos que eu me sentia protegida, sabe? Foi muito importante pra mim que ele estivesse comigo.

— Eu vejo tanta verdade em você e no quanto você fala com carinho do meu filho, eu fico muito feliz por isso.

— Obrigada por confiar em mim. E mesmo que possa ocorrer algo entre a gente que nos afaste, você pode ter certeza que eu sempre vou sentir o mesmo carinho por ele. — eu sorri sentindo meus olhos marejarem e ela limpou a lágrima que acabou escapando no meu rosto.

— Você é encantadora, agora o entendo porque está tão apaixonado por você.

×××
o próximo começa outra movimentação na fic
e uma pequena passagem de tempo e dali em diante,
entraremos na reta final, bebês :(

Aúdio Falso 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora