IV

2 1 1
                                    

Se arrumou como se fosse para um super evento, queria chamar a atenção. Ela escolheu vestir um vestido de poá sobreposto com camiseta branca e uma bota longa que ia até o joelho, se sentiu mal por isso não tinha esse costume. Gostava de ficar nas sombras, de não chamar a atenção. Sabia que era uma garota bonita, mas não gostava de ser admirada se sentia envergonhada.

Mas naquele momento ela não estava realmente se importando com isso, ela estava dominada por um ciúme que não conseguia explicar, nunca havia sentido ciúme de Davi e mesmo com um frio na barriga se sentiu culpada e para amenizar sua culpa prometeu a si mesma que iria torcer muito por Davi no próximo jogo dele.

O restaurante estava escuro como de costume e por algum motivo razoavelmente vazio. Assim que entrou no local seus olhos procuravam Matthew e Catarina, não os encontrou. Fez seus pais se sentarem em um lugar onde ela conseguia ver todo o lugar.

— Você se arrumou hoje em Maria — comentou o pai olhando para o menu.

— Está finalmente se entregando ao meu legado— comemorou a mãe apertando a bochecha dela. Maria sorriu mas desviou da mão da mãe.

Ela já estava ficando preocupada e se sentindo uma idiota por ter feito os pais irem até lá. Mas quando estava pronta para desistir de ficar olhando cada pessoa que entrava no restaurante, no momento em que ouviu uma risada aguda que conhecia a anos. Catarina.

Maria rapidamente levando o seu olhar e fitou no casal que estava entrando. Matthew e Catarina, tipicamente a amiga estava chamativa uma saia meio branca curta e um body preto todo de renda. Mas Matthew, estava lindo, Maria nunca o tinha visto sem o uniforme verde do Vista, ele estava com uma calça jeans preta, uma camiseta branca simples e uma jaqueta jeans clara. A garota tentou controlar, mas não conseguiu desviar o olhar, ele estava lindo.


Ela ficou inquieta o jantar todo, os dois sentaram em algum lugar onde não dava para ver muitas coisas, apenas Catarina rindo e ocasionalmente se aproximando muito. Maria sentia calafrios a cada risada da amiga.

Um pouco antes de ir embora quase foi até lá, chegou bem perto mas desistiu e foi para o banheiro. Ficou lá dentro por alguns minutos. No momento que saiu quase gritou, tinha alguém a puxando para o banheiro masculino. A pessoa tampou sua boca e a jogou para dentro do banheiro. Ela queria gritar mas estava com a boca tampada e não conseguia ver a pessoa. Até que ele a colocou contra a parede, era ele, Matthew.

Ele continuou tampado a boca dela e continuou a segurando contra a parede, ele olhava tão fundos nos olhos dela que conseguia ver todos os desenhos que o amarelo e o verde faziam na íris dela. Aos poucos ele foi tirando a mão da boca dela, mas não tirou a mão dela. Delicadamente ele passou o dedo no formato de seus lábios e por alguns segundos alisou o rosto delicado dela. Até sorrir.

— O que você faz aqui ? — perguntou, ainda fitando seus olhos e a segurando.

— Jantar com meus pais — respondeu prontamente.

— Não acho que seja só por isso— provocou rindo — estou certo?

— Por qual motivo eu viria aqui? Além de comer ?

— Catarina me contou que te mostrou o papel.

— É, aliás bem clássico — debochou, sem se mover.

— Não fui eu que a chamei para sair, ela me convidou — afirmou olhando para ela.

— Ah — ela tentou mas não conseguiu conter sua expressão de sorrir

— Isso é um sorriso ? — perguntou alisando o canto do lábio dela, cada toque dele dava um choque em Maria

— Não— respondeu — Não tenho motivos para sorrir.

— Nossa, sua vida é tão amarga assim — provocou ele

— Não, não foi isso que quis dizer — balbuciou ela — Você me entendeu, pode me soltar agora ?

— Claro — respondeu e se afastou dela, ele se encostou na pia e ela continuou encostada na parede

— foi bom te ver, espero não acontecer de novo — disse e foi saindo

— Não— impediu ele — só depois de me falar o verdadeiro motivo de vir aqui

— Primeiro, como você me viu ?

— Eu te vi desde o momento que entrei e sei que você também me viu — assumiu dando de ombros — é bem difícil fingir que não estou te vendo, você esta muito linda— o desejo de chamar a atenção dela funcionou e ela corou.

— Eu vim por que eu quis, okay

— Não aceito essa resposta— ela sabia que teria que inventar algo melhor, mas era péssima em mentir, na verdade nunca mentiu.

— Acho que você não é bom para Catarina e vim ver se ela iria ficar bem. — disse, sem olhar nos olhos dele e cruzou os braços. Espera que ele acreditasse.

— Nossa — disse se afastando — Não esperava isso de você.

— Ai Matthew, me desculpe — disse indo até ele, ficou achando que tinha chateado ele.

— Meu Deus, você não merece esse mundo — disse ele, já normal — eu estava brincando, agora eu que me senti mal.

— Posso ir agora? — perguntou, na verdade ela não queria ir embora.

— Ainda vou descobrir a verdade— disse ele e abriu a porta pra ela — Please baby.

Ela saiu e não olhou para trás, chegou na mesa e os pais estavam apenas esperando ela. No momento em que foi sair procurou Matthew e viu ele sorrindo para ela.



Notas Finais


SimpleOnde histórias criam vida. Descubra agora