XXI

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A vida de Maria tinha voltado para onde ela queria, caminhava tudo bem. Ela e Matthew estavam ótimos, na escola todos os amigos de Davi tinham se virado contra ele e se desculpado com ela. Até Davi tinha mudado.

— Maria — chamou Davi em pé ao lado da mesa.

Eles estavam no intervalo, Maria, Catarina e Taylor estavam sentados em uma mesa distante da muvuca. Pelo que Maria percebeu os outros dois tinham desenvolvido uma íntima amizade. Davi estava em pé na frente deles, nenhum dos três responderam, apenas ficaram encarando o rapaz.

— Okay, eu entendi — avisou erguendo as mãos — Só queria me desculpar — pediu olhando no fundo dos olhos dela— Por tudo — finalizou olhando para os outros ali.

Maria respirou fundo e olhou para Catarina que revirava os olhos.

— Davi, tudo que você fez comigo não me incomodou — Maria começou retribuindo o olhar ao ex — Mas o que fez com Matthew foi injusto e errado.

— Eu sei e me arrependo muito, — falou de maneira sincera — eu quero me redimir com todos vocês, e com ele. — Davi vez uma pausa para tomar fôlego — Por isso, eu falei com meu pai. Ele está precisando de um projeto para o lobby do hotel de Gramado e eu indiquei Matthew.

— Davi, isso é ótimo — agradeceu se levantando rapidamente — Muito obr...

Maria tonteou e deu uma cambaleada para trás , sentiu o mundo girar e o estômago embrulhar.

— Maria — chamaram os três preocupados.

Davi a segurou dando apoio.

—Você está bem ?

— Acho que levantei rap...

Ela não conseguiu terminar de falar, desmaiou nos braços de Davi antes. Todos que estavam ali perto se espantaram.

Um pouco longe dali, em um escritório da Paulista algo pior acontecia.

— Tenho uma reunião — ele fez uma pausa — eu acho — sussurrou para si mesmo — com Sr. Miguel Boop — avisou para recepcionista muito maquiada.

— Pode se setar, ele já está vindo— avisou com uma voz nitidamente falsa.

O rapaz se sentou em uma poltrona preta. Era um típico escritório, na recepção tinha algumas poltronas espalhadas e todas as salas eram de vidro. Enquanto observava os detalhes de arquitetura do lugar, se perguntava o motivo de estar ali.

Ele tinha recebido uma curta e direta ligação de Miguel solicitando que ele comparecesse no escritório, não sabia o motivo e percebeu o quão idiota seria continuar ali.

Ameaçou se levantar mas travo quando viu Miguel se aproximando, ele estava com outro dois homem de terno e pareciam fechar algum negócio. Eles se despediram, e se virou para o rapaz de olhos arregalados.

— Sr. Matthew Espinosa — cumprimentou ajeitando o terno e olhando para o mas novo.

—Sr. Boop.

— Venha — ordenou dando as costa e o guiando pelo local.

Eles entraram em uma grande privativa sala, tinha um pequeno bar, um grande sofá , uma mesa com alguns papéis e atrás tinha uma estante com diversa fotos de Maria.

—Bebe algo ? — ofereceu, se servindo de whisky.

— Não, obrigado — agradeceu, ele estava apenas querendo saber o motivo do inesperado convite.

— Por favor, sente-se — ele sinalizou para cadeira na frente da mesa.

Matthew se sentou e Miguel fez o mesmo.

— Bom, deve estar se perguntando o motivo de estar aqui. — começou tomando o líquido do copo em apenas um gole, Matthew concordou com a cabeça — Estamos com um projeto de levar A15 para outro lugar, algum tipo de galpão. Vai ser um grande projeto e o arquiteto precisa de um estagiário.

Os olhos de Matthew brilhavam, ele não acreditava no que estava acontecendo, estava ganhando uma grande oportunidade. Miguel captou a excitação dele.

— Estou com um memorando aqui, onde te coloco no cargo.

— Muito obrigado Sr. Boop, isso seria incrível.

— Que bom que gostou — ele se levantou e foi se servir de mas bebida — Você aceita?

— Clar... — Matthew se interrompeu, sentiu que algo não estava certo e desejou estar enganado. — Tem alguma condição não tem ?

— Você é bem esperto Matthew — elogiou se sentado no canto do sofá enquanto o rapaz se levantava.— Tem uma condição, uma condição bem facil a ser seguida. Você aceita o emprego, um emprego estável e... — ele se calou e tirou um pequeno papel do bolso o estendeu a ele, Matthew aceitou, abriu, era um cheque no valor de meio milhão de reais — e recebe essa quantia. — ele bebeu o conteúdo do copo e continuou — Quero que apenas fique longe de Maria.

Matthew não se espantou, apenas continuou olhando a quantidade de zeros no cheque.

— Você está me pagando para ficar longe dela ? — indagou finalmente olhando para o homem sentado de maneira clássica no sofá, Matthew tremia.

— Isso — afirmou como se fosse algo normal — Matthew, não seja tão melodramático, você fica longe dela e ganha esse dinheiro e o emprego.

Matthew olhavam para o cheque e para o homem que o encarava, não sabia o que pesava mas o cheque ou teu coração.

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