XVI

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Assim que o filme terminou ela esperou poucos segundos até Matthew ir até lá.

— O que está fazendo aqui ?

Aquela pergunta fez Maria se irritar muito, era a primeira coisa que ele a disse a semanas e mesmo sabendo que não era o que ele queria dizer, ouvir doeu.

— Pelo que sei é um local público — se levantou e saiu da sala

Matthew correu atrás dela, que estava andando batendo os pés, como uma criança.

— Maria — chamou ele parando na frente dela.

Os olhos deles se encontraram e por poucos segundos era como se tudo tivesse voltado ao que era, a felicidade encheu aqueles dois corações, mas logo a dor tomou seu lugar.

— Catarina te viu — começou contando a verdade — queria te ver, saber se estava tão miserável quanto eu.

Como uma espécie de reação involuntária ele riu, no primeiro momento ela quis socar ele, mas depois, quando reparou naquele sorriso não teve como não sorrir novamente.

— Sorvete ? — propôs ele e ela concordou com a cabeça

Eles não conversaram, andaram lado a lado e foram para tão conhecida sorveteria, que tinham até assumido ser a deles. Quando entraram a dona sorriu ao ver aqueles rostos conhecidos.

— Crianças, quanto tempo. Como vocês estão ? — cumprimentou sendo bem simpática.

Eles responderam e se serviram, os dois queriam se tocar, voltar ao que era antes, mas o medo o impediram.

— Me perdoe — pediu Matthew, sendo mais corajoso.

Maria não respondeu, apenas o olhou esperando mais.

— Você também esta miserável — comentou, ignorando o pedido de desculpas — me satisfaço com isso.

— Estou falando sério Maria.

— Eu também, você fez o que fez. Usando o discurso de que pensava no melhor para mim, mas estava enganado, o melhor para mim é ficar com você — assumiu de uma vez só, falou tão rápido e sem tomar fôlego que terminou de falar ofegante e seus olhos já estavam cheios d'água —Eu fiquei terrivelmente mal, você não tem ideia.

— Tenho, você acha que eu não me arrependi no mesmo segundo ? Esses foram os piores dias da minha vida. Eu preferia estar morto.

Mesmo ele tendo sido um pouco mais corajoso e ter falado primeiro, ela era a verdadeira corajosa dali, esticou as mãos e segurou as dele, levou um leve arrepio com o toque.

— O que estamos fazendo ?

— O certo e você sabe — avisou, mas não soltou as mãos — Eu não sou bom o suficiente para você.

— Por que não me deixa decidir isso ? — indagou mantendo contato olho a olho.

— Maria, eu sei que não sou o ideal para você...

— Isso está me cansando — assumiu revirando os olhos — Matthew, você gosta de mim ?

— Claro que gosto — afirmou com veemência.

— Então eu cuido das decisões a partir de agora e você apenas promete nunca mais fazer o que fez — sugeriu.

— Como assim ?

Obteve a resposta com um beijo, urgente e com muita saudade.

— Eu prometo.

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