XIII

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Ela sentia a excitação, o medo e a ansiedade. Matthew estava preparando um chá para os dois e ela estava com camisa dele sentada na cama, não sabia que aquele seria o momento de perder sua virgindade, não sabia o que poderia acontecer.

— Aqui está — entregou a xícara com o chá para ela e se sentou ao seu lado, pegou o controle e colocou em um filme qualquer que passava na televisão.

Maria não tomava o chá apenas olhava para ele, sabia que queria ficar com ele, repousou a xícara no criado ao lado e se virou para ele, que percebeu e fez o mesmo.

— Desculpe — começou ele — Eu vou dormir no sofá, não se preocupa.

— Eu quero que durma aqui — pediu ela.

— An?

— Eu quero — arfou e se inclinou o beijando.

Matthew retribuiu o beijo, colocou as mãos no cabelo dela enquanto a outra o apoiava. Maria queria mais, tirou às cobertas e sentou no colo dele que no momento interrompeu o beijo.

— Não precisamos fazer isso — lembrou querendo o melhor para ela.

— Eu quero — insistiu.

— Maria...

— Eu tenho certeza, estou pronta — anunciou.

Eles se olharam por um tempo, Matthew parecia avaliar as expressões dela que fez um sim com a cabeça, o rapaz a girou e ficou em cima dela, começou a distribuir e aceitar todos os beijos que ela dava, com cuidado e carinho a ajudou a tirar a camiseta, ele parou e olhou o corpo dela por um tempo, cada detalhe e curva.

— Você é maravilhosa — afirmou enquanto distribuía beijos por todo corpo dela.

Maria colocou as mãos na bainha da camisa dele e puxou para cima, eles estavam arfando de desejo, a ansiedade e todo o cuidado de Matthew deixaram tudo mais especial. Ele tirou o shorts e se voltou para ela.

— Você tem certeza? — perguntou uma última vez.

— Tenho — respondeu o puxando para um beijo.

Maria sentiu inúmeras coisas, coisas que não conseguiria explicar ou descrever, estava deitada no peito dele e não conseguia tirar o sorriso do rosto, Matthew acariciava seus cabelos enquanto grava cada detalhe daquela noite.

—Você está bem ? — indagou ele dando um beijo no topo da cabeça dela.

— Muito — respondeu se aninhando ainda mais no colo dele.

E assim eles adormeceram, maravilhados e ainda mais apaixonados. Ela acordou com o despertador dele, mesmo sendo sábado o rapaz tinha que trabalhar, se virou na cama e não encontrou Matthew, se levantou assustada e colocando uma camisa dele desceu as escadas a sua procura.

— Bom dia — recepcionou ele com um grande sorriso e com o café pronto.

— Você fez tudo isso ? — indagou se sentado na bancada.

— Eu sou incrível meu amor — se gabou se juntando a ela — Se acostume — ele se inclinou e deu um estalinho nele.

Eles tomaram um café maravilhoso, mas tudo que é bom tem que acabar não é mesmo ? Matthew foi para o trabalho e Maria para casa, tinha que voltar alguma hora e conversar com os pais. Assim que chegou os encontrou na mesa do café, não pareciam preocupados e sem bravos.

— Bom dia — cumprimentou tentando subir para o quarto.

— Onde você estava ? — perguntou o pai sem olhar para ela, a garota tentou não responder a pergunta.

— Maria, onde você estava ? — insistiu a mãe.

— Na casa de Matthew — afirmou e esperou, Anastasia resmungou e fingiu estar ofendida e Miguel baixou o jornal e fuzilou ela com os olhos.

— Mesmo depois de falarmos que não gostamos dele você ainda vai insistir nisso ?

— Vou pai, eu amo ele e vou continuar com ele — retrucou já cansada daquilo.

— Ele é pobre Maria — lembrou à mãe como ser pobre fosse uma doença.

— Eu não me importo— afirmou — Não sou como você.

— Me respeita garota mimada — ordenou a mãe se levantando e indo até ela, ficou cara a cara com a filha e deu um tapa na cara dela, não foi forte mas deu um grande estalo, Angélica que estava ali saiu chorando.— Tome juízo e nunca mais fale comigo assim.

Maria massageava o rosto agora vermelho, olhava sem reconhecer para a mãe e para o pai que não pareceu se surpreender com o tapa da mulher.

— Eu te proíbo de encontrar com esse rapaz — avisou o pai.

— Não vou obedecer — falou com veemência.

— Vai sim, eu te proíbo Maria — começou Miguel em um tom muito ameaçador — Acho bom você obedecer ou vai ser pior para os dois.

—Você não ousaria fazer algo com ele — choramingou à garota.

— Não tenho problemas com isso e se lembre que sua irmã está precisando de uma colega de quarto.

— Pai não, por favor — suplicou já chorando. Sabia que as ameaças dele eram verdade.

— Acabo com ele e te mando para Londres — afirmou dando um olhar para ela.

Maria subiu as escadas correndo, não queria estar naquele lugar, não queria ver os pais, percebeu como eram horríveis e ruins, além de colocar dinheiro na frente de tudo, não se importavam com nada além de status. Ficou com medo por Matthew, se lembrou de um namorado de Clara, sua irmã, o pai sujou o nome do rapaz em todos os lugares, ele teve que se mudar e construir uma nova vida.

— Minha menina — chamou Angélica entrando no quarto. Maria que já estava chorando, correu para empregada e chorou ainda mas — Minha doce menina, não fique assim, por favor.

— Eu amo ele — afirmou soluçando. — Eles não têm o direito.

— De tempo ao tempo Maria, tudo vai se encaixar. — falou a mulher fazendo cafuné na cabeça dela.

Maria sabia que isso não era verdade, sabia que os pais nunca iriam aceitar Matthew. Realmente o mundo deles era diferente, tudo era diferente, mas ela não ligava, não se importava. Só queria passar a vida com Matthew, era disso que ela tinha certeza.

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