Cap8-Trancafiados

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Nos obrigaram a descer do caminhão,todos descemos e uma multidão de rebeldes estava lá, passamos ao meio deles.

Alguns nos olhavam e gritavam dizendo coisas como "Os escravos do reino dos collidianos!", não sou escrava dos collidianos, pelo menos acho que não, mas as vezes a liberdade é apenas uma ilusão.

Alguns me olhavam, fixamente para mim e sentia medo em seus olhos.

Frutas foram atiradas em nós, mas nenhuma me acertou, a fúria das pessoas por não conseguirem me acertar mesmo com correntes em minhas mãos fazia meu corpo tremer.

Um garoto passou em meio a multidão e parou perto de nós, ele levantou o punho fechado e todos pararam de arremessar frutas.

Ele vestia uma calça de couro preta, uma jaqueta preta fechada, ele estava com uma espada suja de sangue em mãos, olhei para seu rosto e imediatamente o reconheci, ele é o garoto de olhos azuis que veio falar comigo na escola.

Não consigo acreditar que agora sou prisioneira desse cara!Ele se virou para nós, analisou todos e quando chegou em mim, ele observou cada detalhe do meu rosto.

-Quem diria em? Novata! -disse abrindo um sorriso .

-Não sei do que você está falando seu verme-digo e nojo aparece em minha voz.

-Acho que você sabe sim-ele diz e isto me irrita, ele está confiante demais, meus olhos se enchem de raiva e uso a única parte do meu corpo que não está acorrentada, meu pé, pisei com todas as minhas forças no seu pé e ele gritou.

-Levem essa coisa pra lá-grita com raiva, ele me chamou de coisa?esse infeliz!Um dos guardas acorrentou meus pés e estava difícil para andar, entramos em uma porta com um enorme corredor e a última coisa que escutei lá de fora foi "AQUELA BRUTA MACHUCOU O PRÍNCIPE STEVAN ELA DEVE SER PUNIDA!!"....Príncipe? aquele cara é o príncipe? Uma risada sobe por minha garganta e tento segura-la,mas não consigo, o silêncio foi cortado com minhas gargalhadas, os guardas olharam para mim pensando coisas tipo "A garota está caminhando para morte rindo igual psicopata"

Paramos em frente a uma cela e eu já estava chorando de tanto rir,abriram a cela e mandaram eu entrar, mas eu resisti, entrar naquela cela seria como suicidio,um chute acerta as minhas costas e minha risada some, mas as lágrimas que antes eram de alegria continuam mas agora é de pura dor.

Cai de barriga no chão duro, a dor se espalhava em meu corpo e fico me perguntando se quebrei a coluna, jogam Alan contra a parede da cela, e o ar desaparece de seus pulmões por um instante, o desconhecido e Paul entraram de boa vontade.

Acho que cansaram de lutar, eles foram derrotados, eu vou resistir até o final, não serei fraca como eles, nunca vou me entregar.

Tento me levantar, mas a dor é agonizante,uso minhas mãos para arrastar meu corpo praticamente morto até uma parede, e lá me deito, vou dormir, preciso me recuperar,fecho os olhos e uma lágrima escapa e meu último pensamento antes de dormir é Será que perdi meus movimentos?

Estava sentada em um chão de pedras, o ar soprava quente, derrepente o chão começou a se transformar em lava , eu tentava me levantar mas não conseguia, é como se eu não tivesse pernas, a lava começa a cobrir meu corpo, afundei.

Abro os olhos suando frio, lágrimas caiam do meu rosto.

-Luna...Você está bem? -pergunta Alan em um tom triste.Tento me levantar para ir até ele, mas não consigo.

-Não consigo sentir minhas pernas-digo preocupada.

-Droga-Os olhos de Alan se enchem de raiva.Oque eu faço agora? e se eu não puder mais andar? Desespero aparece em meus olhos, droga, droga! DROGA! Eu tenho que andar! Eu tenho que fugir daqui! Eu tenho que lutar! !!Não quero passar o resto da minha vida sentada...sinto minhas bochechas molhadas por mais lágrimas, Alan com dificuldade por causa das correntes vem até mim e me envolve em seus braços.

Teto de Vidro-Série dos três Reinos-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora