Cap12-Máscara

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Acordei em quarto desconhecido, estava embrulhada, a cama era confortável, as paredes do quarto eram azuis e o teto branco,espadas foram penduradas por todo lugar,ao lado da cama havia uma mesa, vários livros estavam acima dela.

Onde estou? me levanto e observo a mesa,uma foto no canto chamou minha atenção, uma família, três pessoas, um homem com um terno, olhos negros e cabelos da mesma cor, barba bem feita e muito bonito, ele estava de mãos dadas com uma mulher muito bonita, cabelos com grandes cachos negros, olhos verdes,usava um vestido florido e um laço na lateral da cabeça e a última pessoa da foto era um garoto abraçado com a mulher, ele tinha uns cinco anos,cabelos negros, usava uma calça jeans, uma camiseta branca e seus olhos pareciam esmeraldas...Alan?Pego a foto e olho mais de perto.

-Que bom que acordou-disse uma voz que eu logo reconheci, me virei para trás e sorri.

-Oi Alan!-digo colocando a moldura atrás do corpo.

-Não precisa esconder.-Diz e eu fico surpresa e coloco a foto acima da mesa.

-São seus pais?-pergunto e ele assente com os olhos cheios de tristeza.

-Tiramos essa foto um dia antes da morte deles...-diz e eu o olho com solidariedade mas não digo nada-Luna. ...Como você fez aquilo? -pergunta e uma dúvida surge em minha mente:"devo contar a ele sobre o sonho?"Sim, eu devo....Alan é meu melhor amigo, ele tem que saber,abro a boca para dizer mas as palavras não saem, por que foi tão fácil falar para Stevan e tão difícil para Alan?mas eu não posso mais esconder isto dele...mas como vou falar da parte dos pais dele? acho que vou deixar para contar depois,quando eu achar alguma coisa ruim no reino dos collidianos, vou lhe contar mas tenho medo de que ele não acredite em mim...

-Eu não sei..-Minto e ele não diz nada.

-Então...Está com fome?-pergunta e eu me lembro da minha falsa mãe falando isto para meu falso pai todo dia quando ele chegava do trabalho,eles estão mortos, meu peito se enche de dor.

-Sim-minto denovo,não estou com um pingo de fome, Alan fez sinal para segui-lo, fomos até a cozinha, o cheiro de carne de porco assada invadiu minhas narinas e meu estômago ronca, não sei exatamente de onde veio de toda essa fome, a dois segundos atrás eu não estava com fome..

Olho para a mesa e meus olhos brilham, eu não como desde que virei prisioneira dos rebeldes,acima da mesa havia dois pratos-um do lado da mesae o outro do outro-e no meio várias bandejas uma mais bonita que a outra, em uma delas havia várias fatias de carne de porco assada, na outra vários tipos de salada,em outra arroz e na última havia frutas que eu nunca havia visto...deve ser frutas de collidium.

-Nossa! Quem fez? -pergunto e Alan sorri.

-Fui eu.

-Não acredito!-respondo surpresa

-Acredite-diz andando até a mesa e eu o sigo, ele puxa uma cadeira para eu sentar e se senta na outra.

Cada um colocou sua comida e comemos,estava delicioso, Alan cozinha muito bem.

-Pronta para voltar ao castelo?-pergunta quebrando o silêncio.

-Sim-Digo mesmo não estando pronta, não quero rever o rei, não depois de descobrir oque ele fez com a mãe de Stevan, não depois do que ele fez a Jade-Vamos agora?

-Sim,já está de noite e já deu o toque de recolher, mas acho que dá para chegar lá, afinal você é filha do rei.-Responde e eu suspiro, nos levantamos e vamos até a porta, Alan abre e fecha cautelosamente para não fazer barulho algum.

Estava tudo quieto, muito diferente do que eu havia visto alguns dias atrás,ainda não são nem oito horas e todos ja estão dormindo? tudo isto por causa de um toque de recolher?

Andamos pelas ruas desertas, até que ouvimos alguns barulhos, fomos em direção a eles.

Havia uma mulher, seus cabelos eram

verdes, seus olhos da mesma cor, eram medonhos, parecia olhos de cobra, suas roupas eram de couro preto e ela era extremamente pálida, ajoelhado aos seus pés havia um homem, um camponês de cabelos negros e roupas simples.

-Oque estava fazendo fora de casa depois do toque de recolher?-A mulher pergunta

-Minha mulher está muito gripada, eu fui colher ervas para fazer um chá-o homem responde e lágrimas caem em seu rosto.

-Não me importo com sua esposa! as regras do rei são claras! Você será punido com a morte!-Diz ela.

-Por favor me perdoe!

-Só se você pagar.

-Eu não tenho dinheiro!!-o homem fala entre soluços.

Antes que eu pudesse fazer algo a mulher estende a mão em direção ao camponês e a pele do homem se desmancha,todos seus músculos somem,seu sangue evapora e seu esqueleto vira um pó cinza.

A mulher se abaixa ao lado dos restos do homem,em sua mão aparece um pote e dentro dele ela coloca oque sobrou do pobre coitado. Eu e Alan não falamos nada apenas corremos cada vez mais rápido em direção ao castelo com a esperança de que ela não nos veja,ela é muito poderosa, ela fez aquilo com o cara só por que ele saiu para buscar folhas de chá para a mulher."...as regras do rei são claras..."se ela está punindo os que não respeitam as regras ela deve trabalhar para o rei! a máscara de Adrian caiu!

Por trás de toda felicidade deste reino existe tristeza e medo!chegamos ao castelos e batemos na porta, vou ficar aqui hoje, amanhã vou fugir, essas mentiras não me enganam mais! A máscara foi retirada! Vou proteger os justos.

A porta se abre e entramos,Sebastian nos leva para dentro e nos sentamos, o rei e o primeiro a vir nos ver, ele fica surpreso oque me faz pensar. ...Alan não contou que estávamos vivos? Provavelmente não.

Adrian abre um sorriso forçado e vem em minha direção com os braços abertos.

-Luna!!! Que bom que está viva! Achei que você havia morrido no ataque. ..Estou tão feliz!!!-Diz Alegremente mas vejo raiva em seus olhos, ele me abraça com força e eu não o abraço de volta, depois de todos virem me cumprimentar, abrir sorrisos falsos e dizer como estavam felizes de me ver eu subi com raiva e um certo orgulho no peito, eles acham que vão me enganar, mas eu já derrubei as suas máscaras, ela já estava meio solta e aquela mulher lá fora só ajudou a derrubá-la.

Alan me segue, andamos pelos corredores e agora além das placas de perigo há cadeados gigantes em várias portas,nós entramos em meu quarto e eu fecho a porta e a tranco.

-Vamos fugir daqui Alan!Vamos virar rebeldes!-Sussurro e ele me olha como se eu fosse louca.

Teto de Vidro-Série dos três Reinos-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora