𝐑𝐮𝐧 𝐀𝐰𝐚𝐲 [🌊]. txt, Soobin.

1 4• 𝐖𝐡𝐚𝐭 𝐝𝐢𝐝 𝐈 𝐬𝐭𝐞𝐚𝐥? [⛈]

Se passaram uns dias, aquela caixa continuava sob a cama, as cartas haviam parado de aparecer, parecia que a pessoa havia se cansado de ser ignorada, eu também me cansaria.
Estava começando a ter sintomas de uma gripe, no dia anterior, acabei pegando uma chuva enquanto voltava para a agência depois de ir atrás de comprar algumas comidas na loja de conveniência, estava ainda mais cansada e com o nariz avermelhado, estava com enormes olheiras e com a garganta inflamada.
Por causa da suposta gripe, tive que tirar alguns dias para mim, o médico confirmou e me deu um atestado, iria ficar na empresa até melhorar, quando o tédio me invadiu e não conseguia pregar os olhos decidi ir para o kakaotalk.

KakaoTalk.

Hueningkai: hey, onde a @MiSuk está? A professora Yun me contou que ela está doente.

Soobin: Sério? Você foi atrás da professora Yun?

Hueningkai: Não, ela esbarrou em mim e puxou assunto, foi aí que me contou que ela não estava se sentindo bem.

Me: Ah, meninos, eu estou bem,
estou apenas com uma gripezinha, logo
logo vou voltar para as aulas, apenas
preciso me recuperar um pouco.

Taehyun: Que bom que você está bem, precisa de alguma coisa? Se precisar é só chamar, estamos ao lado.

Yeonjun: Exatamente, não seja tímida, somos amigos secretos, certo?

Me: Claro, pode deixar mas não
acho que eu vá precisar de alguma coisa,
enfim, agradeço de qualquer forma.

Mi Suk On.

Desliguei o celular e me obriguei a descansar, seria o único momento de descanso que poderia ter, antes de pegar no sono, várias coisas perambulavam minha cabeça acabei apenas conseguindo adormecer depois de duas horas.

[...]

Acordei com a luz do Sol no meu rosto, poderia parecer até mesmo "poético", mas era um saco.
Estava sem forças para me levantar, apenas me virei para o outro lado, foi quando vi novamente a caixa, me sentei e a puxei para cima da cama, iria terminar de ver.

Um pequeno coelhinho de pelúcia sujo e aos pedaços com um pequeno bilhetinho amarrado ao pé.

"Não deixem que teu machuquem.
Seja forte, logo logo iremos para longe das pessoas que te machucam.
Se você aguentar um pouco mais, juro te dar a vida que você merece. Papai."

De fato, ele sabia de tudo, sabia da "caixa", sabia do cinto, sabia das vezes que a vovó me mandava "morrer", mas ele fazia oque era preciso e graças a isso, tivemos uma boa vida.

Um papel, amassado e amarelado, com uma carinha triste ao lado de fora ":("

"A mamãe morreu.
Talvez a culpa tenha sido minha?
Ela disse que eu roubei algo dela, por isso ela foi embora?
A vovó disse que a culpa foi minha, mas não sei oque fiz.
Creio que fui covarde em ficar no banheiro enquanto eu a escutava chorar.
Me perdoa papai, não fui corajosa."

Foi a segunda e ultima vez que ele respondeu uma de minhas cartas, estava grudada a mesma.

"Você não foi covarde.
Foi esperta por preferir se proteger, as vezes precisamos arriscar pela nossa sobrevivência.
Não significa covardia, mas sim coragem para poder pensar em si mesma.
Não se culpe, sua mãe não era feliz a muito tempo, e seus avós a enlouqueceram.
Foi o melhor que ela pôde fazer. Papai."

Foram as únicas palavras que ele me disse, ele me disse certas coisas que apenas agora pude interpretar com clareza, disse de forma amigável oque o suicídio significava, minha mente infantil nunca entenderia, mas era a forma de dizer de que as vezes, a melhor forma de sair da pressão do mundo, é acabando com ela da raiz.
Papai nunca me contava sobre a mamãe, me contou uma vez depois de ter bebido horrores, disse que quando se conheceram, ela era radiante como o Sol e linda como a Lua, mas depois que se mudou para a casa de sua própria mãe, ela acabou enlouquecendo e aos poucos, perdeu seu brilho e sua beleza.
Depois da mamãe, muita coisa piorou na casa, quem havia enlouquecido eram os velhos, ficaram tão ariscos, a ponto de ter que passar a dormir trancada no banheiro, quando finalmente ele ligou dizendo que iria me levar, meus avós disseram "não, agora queremos ela aqui", pareciam que não tinham mais ninguém para infernizar.
A última coisa que escutei de sua boca foi "você merece morrer, igual o seu pai", anos depois, descobrimos que ambos haviam se suicidado, e haviam escrito uma carta, papai nunca me deixou ler, disse que eu não entenderia, então era inútil, me conformei.
Até agora, não sei onde foram enterrados e também não saberia se realmente os visitaria se soubesse.
A campainha tocou, arranjei forças para colocar a caixa de volta no lugar dela e me levantar, verifiquei o olho-magico, mas não havia uma silhueta, nem mesmo sombra, assim que abri a porta, pude ver uma pequena caixa no chão, uma caixa de remédio, a analisei e a levei para dentro, remédio para gripe, junto estava com um pequeno papel.

"Você não iria nos pedir mesmo que precisasse, esperamos que melhore. - TXT"

Sorri e me mantive alerta para agradecer mais tarde, mas acabei esquecendo, tomei apenas uma pílula e voltei a deitar.

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Hoje a criatividade faltou, e não soube como completar as palavras que faltavam, acabou que encerrei tudo perto de 889 palavras, espero que vocês não me cancelem por isso, enfim, não se esqueça de votar e de comentar a opinião de vocês.

Estou APAIXONADA por "drama", que MV perfeito, socorror.