Minha cabeça doía e minha visão estava turva, era um lugar escuro, parecia um porão, a iluminação era ruim, uma pequena luz amarela iluminava uma parte da sala, demorou alguns segundos para meus olhos se acostumarem com a visão, a primeira coisa que pude ver era uma bota feminina, demorei para notar quem de fato era.
— Yun???
Perguntei forçando a vista, não queria que meus olhos falhassem, ela arrastou sua cadeira mais próxima de mim.
— Sim.
Sorriu, eu não estava presa, apenas estava encostada em uma cadeira de metal enferrujada, que era muito desconfortável.
Suspirei sem entender o porquê de estar ali.— Eu não queria fazer isso, eu realmente dei a ideia de ser algo mais simples, mas me obrigaram a fazer isso.
Disse cruzando as pernas e suspirando, de repente, me veio à cabeça as cartas.
— Cartas? Você escreveu aquelas cartas?
Perguntei a olhando assustada, ela negou com uma expressão duvidosa.
— Que cartas? Do que você está falando?
Perguntou olhando para o breu, não entendia ao certo para onde ela olhava ou quem ela observava, tentei procurar pelo meu celular, mas não o encontrava em bolso algum.
— Eu cuido disso.
Disse uma voz masculina familiar, tentei me lembrar de quem era aquela voz, Yun concordou e arqueou os ombros enquanto se levantava e deixava a pessoa tomar seu lugar.
Oque estava em frente aos meus olhos parecia inacreditável, eu jamais havia pensado que ele voltaria.— Suky-e, como você está?
Por um segundo, senti a garganta trancar, parecia que o ar se negava a entrar, meus olhos se encheram de lágrimas e senti minhas pernas adormecerem.
— Pai?
Perguntei analisando sua face, de fato, era ele, aquela voz, se rosto, eram idênticos ao meu pai.
— Eu tive que fazer isso, pela nossa proteção.
Não fazia ideia do que o mesmo estava falando, não saberia dizer como ele estava lá, vivo. Parecia estar lá em carne e osso, pensei que poderia estar alucinando.
— Você está vivo?
Disse em um sussurro, minha voz saiu de uma forma estranha, e ele sorriu enquanto concordava.
— Eu vou te explicar tudo, preciso que você me de um tempo.
Minha cabeça girava na palavra "tempo", se ele estava vivo, porque não veio antes? Porque não apareceu antes? Porque não me salvou antes? Ele cruzou as pernas e iniciou a explicação.
— Eu me enrolei com algumas pessoas que ameaçaram acabar com minha família, por isso, bem, tive que forjar minha própria morte.
Neguei, era impossível, eu o havia visto no caixão, sua pele estava gélida e seu coração parecia não estar batendo, eu fiquei horas em um funeral, chorei horrores, deixei de dormir para não sonhar com o mesmo, trouxe um cachorro que eu sequer gostava, para morar comigo, estava tão assustada que as lágrimas se quer caíam.
— Você forjou a sua morte?
Perguntei e ele concordou, juntou as mãos e se aproximou.
— Eu não queria, mas precisava proteger a gente, igual sempre fiz, as pessoas que irritei eram poderosas e estavam em meu funeral, a sua reação precisava ser real.
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𝐑𝐮𝐧 𝐀𝐰𝐚𝐲 [🌊]. txt, Soobin.
Fiksi Penggemar- Nunca suponha, supor nos faz parecer idiotas. O encarei com dúvida, não sabia ao certo onde ele gostaria de chegar. - Está vendo essa cadeira? Apontou e concordei. - Você acha que ela ainda vai estar aqui, nesse mesmo lugar, amanhã de manhã? Con...