Carta de Alforria.

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Okay pessoal, antes de tudo, eu me sinto obrigada a falar que esse capítulo pode servir de gatilho para algumas pessoas, uma vez que fala sobre violência doméstica.

Se algum de vocês é sensivel ao assunto, recomendo fortemente que pule essa parte da história e não leia a partir do "(...)" porque pode trazer desconforto.

Quanto aos outros, ouçam "Trauma - NF" achei por acaso e a música tem totalmente a ver com o Cap, algumas partes parecem até que foram escritas pela própria Lauren.


- X -


Lauren Jauregui.

Eu queria poder dizer que não estava exausta, mas então, eu estaria mentindo, e não era um hábito meu mentir para mim mesma.

Havíamos chegado em Milão há pouco mais de uma hora. O clima era quente, uma vez que a cidade passava pelo verão. Por isso, quando saí do jatinho, me vi obrigada a despir-me de todas as blusas que eu havia usado para me aquecer durante o voo.

Se tinha uma coisa que eu odiava - mais do que a altura - quando era obrigada a viajar, era o frio que fazia nos ares. Não importava com quantas cobertas eu estivesse, meus pés sempre estavam gelados durante os voos.

No caminho para o hotel, Elisabeth me convenceu a parar em um restaurante qualquer para almoçarmos.

Nós duas conversamos sobre trabalho durante toda a refeição. Ela estava animada, fazia muito tempo que não visitava a cidade, e queria tirar alguns dias para turistar.

Eu a avisei que nosso prazo era apertado, que eu tinha que voltar a Nova York o quanto antes para me assegurar de que estava tudo sob controle com a revista.

E como já era esperado por mim desde o momento que abria boca para lhe negar o pedido, Lise reclamou, iniciando o velho discurso intitulado por mim como:

"Lauren Jauregui: A viciada em trabalho".

Cahill me conhecia há anos, e o tempo deu a ela munição o suficiente para criar uma dúzia de monólogos destinados unicamente a me irritar, ou me deixar entediada.

Toda vez que ela abria a boca para iniciar algum deles, eu me recordava o motivo de nunca ter comprado uma arma.

Suspirei pegando a taça de champanhe que até então estava apoiada na borda da banheira na qual eu estava deitada. A água morna em contato com minha pele fazia os meus músculos relaxarem.

Haviam exatas trinta horas que eu estava acordada, e eu definitivamente daria qualquer coisa para ter alguns momentos de descanso, entretanto, não tínhamos tempo. Minha primeira reunião começaria dali alguns minutos, e se eu me deitasse na cama, não levantaria tão cedo.

Foi por isso que quando adentarmos a suíte presidencial, e Elisabeth começou a reclamar do fato de estarmos dividindo o apartamento - com seu igualmente famoso discurso: "Lauren Jauregui: A milionária mão de vaca" - eu não me importei. Apenas deixei que em falasse e segui para o meu quarto. Fechando as cortinas, impedindo que ela me visse através das portas de vidro.

Sobre minha cama haviam algumas regalias que o hotel sempre deixava para os hóspedes "especiais" - também substituível por: com maiores poderes aquisitivos -. Uma garrafa de champanhe no balde de gelo, e alguns chocolates de marcas não identificáveis por mim. Provavelmente belgas.

Breakaway (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora