Mojito.

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Camila Cabello.

Ainda com meu coração na mão na mão, fui em direção a porta do meu apartamento na intenção de tranca-la.

Não que eu tivesse medo que Lauren voltasse, pelo contrário, eu tinha medo de mim. De me arrepender da minha coragem em dizer não e descer os lances de escada correndo chamando pelo seu nome, como em um filme de romance barato.

Eu não podia ceder, não depois de tudo o que ela havia me feito passar. Das suas palavras desferidas a mim naquele escritório, da forma infantil como ela sempre se vingava de algo que não gostava. De como ela me deixava confusa porque eu sempre vi a dualidade de suas ações.

Eu não podia permitir que aquilo continuasse.

Eu não podia deixar que ela mexesse tanto comigo.

Porque apesar do meu sentimento não ter desaparecido, e eu ter ficado mexida com sua declaração, eu não sabia até que ponto ela havia mudado. Eu não sabia se essa descarga de consciência que havia a atingido, havia sido forte o suficiente para que entendesse que eu não queria ser só outra garota.

Que eu queria mais.

E infelizmente, a Jauregui antiga não poderia me dar isso.

Talvez nem a nova, se é que ela realmente existia.

Na semana que se passou após a sua partida para Milão, eu havia ficado mal, mas não podia transparecer isso uma vez que Normani permanecia ao meu lado quase vinte e quatro horas. Então, sempre que ela me questionava porque d'eu estar estranha, eu falava que estava apenas cansada.

Ela obviamente não acreditou, mas foi o suficiente para faze-la parar de questionar.

Não combinamos nada para aquele final de semana, o que resultou em uma Camila largada no sofá em pleno sábado.

Até imaginei que poderia ser ela a tocar o interfone por volta das três da tarde, mas a voz que me pediu permissão para entrar era diferente.

- O que faz aqui? - Questionei abrindo a porta do apartamento.

- Estava por perto - Cecile afirmou, se encaminhando em direção ao meu sofá.

- Em Sugar Hill? - Questionei em descrença com uma sobrancelha erguida.

- Tá bom! Eu tava entediada e não queria ficar em casa. - Admitiu se acomodando melhor no assento - Aí decidi vir pra cá. Somos amigas, é seu dever me tirar do tédio.

- Perdeu a viagem. Eu não tenho nada de bom pra fazer.

- Qual é Camila! O que você normalmente faz nos sábados?

- Trabalho.

Ela rolou os olhos, tomando um tempo para pensar.

- E quanto a suas fotos? Algo novo que queira me mostrar?

Eu sorri.

Há tempo estava adiando o trabalho de organizar o pequeno escritório que eu tinha no apartamento, e como dois pares de mãos trabalham melhor que um, foi o que eu sugeri que fizéssemos aquela tarde.

Breakaway (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora