Castelo de cartas.

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Narrador onisciente.

— Eu já disse que não tá acontecendo nada, Normani. — Cabello insistiu, ainda sem encarar a melhor amiga, concentrada em sua própria tela do computador.

— Mentirosa! Fala Camila, eu sei que tá acontecendo alguma coisa. 

A morena bufou irritada.

Estavam naquela discussão há pouco mais de vinte minutos. Normani insistia em dizer que as duas andavam distantes e que tinha algo de errado acontecendo, algo que Karla não estava compartilhando.

Obviamente tinha, na verdade Cabello estava mentindo há bastante tempo para Kordei, sobre tantas coisas, que tinha medo de abrir a boca pra contar qualquer evento novo. Como se uma coisa levasse a outra e o castelo de cartas que havia construído fosse desmoronar num simples sopro.

— Já disse que não é nada, Mani. — Insistiu — Por que acha que eu esconderia algo?

— Porque você está! Sequer tá me olhando.

Só então Cabello permitiu-se fita-la; encontrando a garota de olhos brilhantes com os braços cruzados na altura do peito e uma feição séria.

— Eu tenho uma reunião com Jauregui em quinze minutos, Mani. — Explicou paciente, esboçando um sorrisinho — Depois disso podemos sair, sim? Então vamos a cafeteria e eu prometo te contar qualquer coisa que quiser — Mentiu mais uma vez.

— Você não vai me enrolar, Mila. Está fugindo.

— Não estou.

— Por que você e Cecile terminaram?

Cabello engoliu o seco ao ouvir a frase. Céus, estava tão óbvio assim que as duas já não tinham nada?

Quer dizer, elas ainda saiam juntas com a mesma frequência e se falavam diariamente. O que exatamente na sua atitude em relação a ela havia mudado ao ponto de Normani perceber que algo não estava certo?

— Bem, nunca tivemos nada sério, então tecnicamente não terminamos.

— Cabello. — A atenção das duas se voltaram pra Lauren, que saia de seu escritório carregando algumas pastas — Estou descendo. Esteja na sala de reuniões em dez minutos e traga tudo o que eu pedi.

Camila acenou com a cabeça em confirmação, enquanto observava a mulher elegante caminhar em direção ao elevador.

Era incrível como ela sempre aparecia toda vez que ela e a amiga falavam de algum assunto particular. Quase como se tivesse um radar para conversas alheias e vivesse ouvindo-as atrás das portas.

— E com ela? — Normani perguntou quando Jauregui desapareceu.

— Desculpe?

— Jauregui. Quer dizer, o que foi aquilo aquilo ontem? Ela saiu correndo atrás de você. Descalça. Hoje eu fui ao vigésimo andar e só se fala disso.

— Como se pudéssemos esperar alguma coisa diferente desses fofoqueiros — Ralhou baixinho.

Houve um tempo de silêncio onde Normani analisou o rosto da amiga como se pensasse sobre algo, a testa estava franzida e o olhar perdido.

— O que ela queria?

— O contrato — Respondeu rápido — Eu não entendi muito bem, pra falar a verdade. — Continuou, um pouco desesperada para pensar em uma resposta convincente — Hum, ela me pediu minha pasta de volta e disse que era importante. Você sabe, ela anda meio maluca com o tanto de trabalho e... Acho que ela surtou.

— Certo. — O tom de voz levemente desconfiada — Ela anda meio diferente mesmo.

— Eu acho que é por causa da Elisabeth. — Continuou — Quer dizer, desde que ela surgiu as coisas andam meio estranhas com ela, não é?

Breakaway (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora