Audácia

2.1K 165 28
                                    

Camila Cabello.

O Mocaccino foi depositado sobre o porta copo. Os documentos, devidamente posicionados ao lado esquerdo da mesa, o notebook no centro e as malas encostadas na parede que ficava atrás de sua cadeira. Tudo absolutamente perfeito e alinhado da forma que ela exigia.

Sorri com o resultado final.

O cara da moto havia me levado ao prédio de minha chefe em uma velocidade impressionante. Avançamos alguns sinais vermelhos, eu realmente pensei que fosse morrer, mas no final, consegui chegar com antecedência. Enquanto eu me deslocava pela cidade, havia pedido para que Normani comprasse o maldito Mocaccino.

Tudo deu certo.

Me virei para me retirar e dei de cara com Lauren. Ela andava concentrada no celular, mas quando notou minha presença ergueu os olhos, e eu posso jurar que vi um lampejo de surpresa neles.

— O que faz aqui? — Ela questionou com uma das sobrancelhas erguidas.

— Apenas me certificando de que tudo está em ordem. — Afirmei com um ar vitorioso, enquanto observava ela se sentar e provar do café. — Deseja mais alguma coisa senhorita Jauregui?

— Que saia.

— Claro. — Acenei com a cabeça e me retirei do escritório, certificando-me de encostar a porta de vidro jateado.

No hall do andar, sorri abertamente para Normani, caminhando alegremente para minha mesa.

— Como foi? — Ela questionou retribuindo o sorriso.

— Foi incrível! Tinha que ter visto a cara dela, Mani. — Me aproximei e abracei minha amiga de forma desengonçada. — Obrigada por tudo. Se não fosse você eu já teria sido demitida...

— A gente se protege Camila. — Retrucou se afastando ligeiramente. — Queria ter visto a cara dela.

— Ah, foi mais ou menos assim:

Fiz uma careta surpresa arrancando uma gargalhada da minha amiga. Logo após, o telefone tocou e ela fez questão de atender, anotando algum recado.

Eu estava feliz comigo mesma.

Em geral era muito difícil agradar Lauren. Além de uma pessoa extremamente exigente a mulher ainda fazia questão de ser imprevisível. Muitas vezes quando você achava que fazia o certo, estava fazendo errado, e isso era frustrante porque não se sabia como ganhar a admiração dela.

Mais do que isso, eu tinha para mim, que a única pessoa que ela admirava de verdade era a si mesma.

Maldito ego.

Apesar disso, o olhar que ela lançou sobre mim naquela sala foi diferente.

Era como se ela estivesse esperando que eu falhasse e de repente eu tivesse superado suas expectativas.

Sorri.

Decidi então que era melhor que eu me centrasse em meu próprio trabalho.

Eu era quem respondia alguns e-mails da senhorita Jauregui, sabe, só os padrões. Os que eram realmente importantes, com propostas e documentações, eram redirecionados a uma outra conta que somente eu e Normani tínhamos.

Era divertido.

Cerca de cem e-mails chegavam todos os dias nessa conta, entre eles, alguns convites para festas beneficentes, cartas de amantes anônimos e pessoas pedindo oportunidades que provavelmente nunca seriam dadas. Alguns me faziam rir alto, outros repensar quais eram meus reais objetivos.

Breakaway (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora