Capítulo 6: O Início da Jornada

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Oito anos depois, numa certa ilha chamada Krishna.

Quatro horas e 10 minutos da tarde.

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Eram umas 4 da tarde, o clima estava bem quente e animado. Num bar local, havia um ajuntamento de pessoas cantando e dançando enquanto bebiam umas cervejas e outras bebidas alcoólicas, como se fossem todos uma família unida. Não havia brigas e nem desentendimentos. Só paz, amor e muita diversão naquele dia tão jubiloso. Todavia, nem todos estavam entrando no clima agitado.

Havia algumas pessoas que apenas queriam tomar a sua bebida em paz, no seu cantinho, sem fazer ruídos retumbantes e alardes supérfluos. Entre a multidão, próximo ao balcão, havia um homem com barba ruiva e olhos castanhos. Ele tinha um bigode ferradura, uma bandana vermelha na cabeça, um colete por cima de uma camisa branca e calças pretas comuns, além de botas de cowboy bem apertadas e um cinto preto com o símbolo de um tigre no centro. Em sua cintura, carregava consigo uma espada muito parecida com uma claymore, uma espada medieval que possuía gume duplo e é manejada normalmente com ambas as mãos. Não havia dúvidas, esse homem era um espadachim, mas quem era afinal? Parecia estar perto da faixa etária dos 40 anos no mínimo e não parecia gostar muito de se divertir ou de se meter no meio da multidão. Ele tinha a cara de ser um motoqueiro de uma gangue local que escutava rock e heavy metal todo santo dia, mas enfim, estereótipos eram estereótipos e não dava para saber ao certo as origens daquele senhor.

Ele ficou umas boas horas ali, no balcão do bar, pedindo mais cerveja quando as canecas esvaziavam. Ninguém também tinha coragem de se aproximar dele, por algum motivo desconhecido... Ou será que era verdadeiramente desconhecido? Pois na frente do bar poderia ser visto um certo cartaz de procurado, um tal de criminoso chamado Charles Hendrix, conhecido na ilha como o "Pé Grande", cuja cabeça valia em torno de 7 milhões de zhinus, uma boa quantidade de dinheiro que poderia ser aproveitada por qualquer um. Contudo, se ele tinha uma recompensa dessas em sua cabeça, é porque ele era osso duro de roer, pois ninguém com uma recompensa dessas entraria num lugar público por vontade própria, a não ser que essa pessoa fosse realmente forte e confiante de suas habilidades, o que parecia ser o caso.

Aquele homem barbudo com o bigode personalizado era realmente aquele Charles, um bandido que aparentemente não estava ali para fazer mal, apenas para relaxar e beber umas cervejolas. Ele não incomodava ninguém e ninguém o incomodava, era uma reciprocidade perfeita e era assim que deveria ser feito em todos os lugares. O homem parecia ser bem temido, pois ninguém se aproximava dele, nem por alguns metros de distância. Talvez a razão por detrás do medo e da consternação dos populares fosse a sua infâmia, já que os rumores dizem que ele foi capaz de quebrar violentamente a cabeça de um rinoceronte com as mãos nuas sem qualquer tipo de dificuldade, demonstrando um nível de força física praticamente sobrenatural. Poderia até ser apenas um boato hiperbólico ou uma lenda local, mas independentemente da veracidade dessa proeza, a força bruta do homem não poderia ser ignorada ou menosprezada. Dava para ver quase todas as veias nos seus braços parrudos, veias salientes que combinavam com os músculos bem definidos, com o bíceps, o tríceps e o trapézio muito bem trabalhados, que certamente deixariam qualquer fisiculturista abobalhado e obstúpido. Parecia que tinha uma dieta proteica baseada exclusivamente em frango insosso, ovos sem gema e batata-doce.

Enquanto o pessoal divertia-se naquele momento e esquecia-se da vida por um tempo, um certo alguém apareceu de repente, caminhando a passos lentos e firmes. Parecia ser um jovem na sua puerícia passageira, um pré-adolescente mais especificamente, com os seus 13 anos de idade. Ele carregava consigo uma katana chamada Golgotha, que parecia ser personalizada, como se tivesse sido forjada por um cuteleiro amador. Tinha uma bainha roxa e a guarda-mão (tsuba) da katana tinha o formato de uma cruz pátea ou cruz templária dourada, além de um colar amarelado que o jovem tinha em seu pescoço, que era bastante semelhante a uma cruz latina. Suas roupas eram bastante simples. Ele tinha uma jaqueta roxa que no momento estava aberta, mostrando o seu peito sarado, calças jeans que chegavam até suas coxas, um cinto roxo e uns sapatos roxos também, só que um pouco mais claros e aparentemente velhos. Além disso, seu cabelo era meio espetado e virado para trás, não parecia ser aquele típico jovem do sexo masculino que gostava de se pentear de forma vaidosa e estilosa. Era um rapaz com roupas bem comuns e que aparentava ser meramente negligente e desmazelado, num bar repleto de gente maluca, mal-educada, bêbada e bastante eufórica. Não dava para contar ao certo quanta gente sóbria havia naquele lugar, se é que havia, no meio de tanta ignomínia provocada pelos somenos ébrios que bebiam compulsivamente para ocultar o martírio acumulado na vida laboral quotidiana.

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