Capítulo 41: A Vingança da Ultrice

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Oito minutos depois...

Vinte e três horas e 48 minutos da noite.

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Oito minutos se passaram e o recinto estava praticamente destruído, sofrendo os efeitos das colisões dos dois espadachins que se enfrentavam naquele momento. Não havia sobrado praticamente nada além de escombros. Os kenshis, que Mihawk tinha derrotado quando entrou no campeonato logo pela tarde daquele dia, já tinham saído do local, mas nem todos conseguiram recuperar a consciência a tempo e acabaram por ser esmagados pelos escombros da construção.

Aquela noite era realmente trágica. Além do céu noturno deixando todo o ambiente enegrecido, havia um cheiro de sangue e carne fedida no ar. Lobos, coiotes, alguns morcegos e até humanos no chão, compartilhando o mesmo cheiro e o mesmo sangue derramado. Todavia, nem todos ali estavam mortos. Uma pessoa específica ainda respirava, ainda conseguia se mexer, mesmo que tivesse imensas dificuldades para fazer isso. Essa pessoa... era Zoe. Ela ainda estava viva.

Zoe respirava com dificuldades, sentia uma dor enorme em sua barriga, que tinha sido perfurada por uma espada lendária. Ela estava perdendo sangue, muito sangue. Seu corpo estava enfraquecido, principalmente suas pernas e seu torso, provavelmente por não ter mais sangue circulando nessas regiões do corpo. A sua morte parecia ser iminente, se ela ficasse com a face dura no chão, deixando se levar pela dor, ela apenas iria morrer em vão.

Ela tinha recuperado a sua consciência quando sentiu leves vibrações, oriundas das fortes colisões que Mihawk e Lykaon faziam com as suas espadas poderosas. Cada colisão gerava uma pequena onda de choque, o que afetava as carcaças de lobos, morcegos e coiotes que rodeavam os espadachins, numa espécie de circunferência, uma circunferência de corpos de animais.

Zoe até tentou erguer a sua cabeça, para ver o que estava acontecendo de facto, já que ela estava praticamente perdida em seus pensamentos. Ela não sabia o que pensar, não tinha mais noção do seu espaço e nem do tempo, tanto que a própria nem conseguiu distinguir a noite do dia. Sua visão estava turva, ela apenas via duas silhuetas desfocadas movendo-se rapidamente, devido à falta de nitidez da visão que resultou na incapacidade de enxergar detalhes finos.

Zoe até tentou fechar e abrir os olhos continuamente, para se livrar da sua visão embaçada, mas não adiantou de nada. Mesmo abanando a sua cabeça várias e várias vezes, a visão enevoada não sumiu. A mulher de cabelos rosa não estava calma, ela sentia-se nervosa, sentia-se sem esperança e sem vida alguma. Seus olhos azul turquesa estavam mais fracos do que nunca, e isso refletia o seu estado gravíssimo de saúde. Podia-se afirmar que ela estava literalmente entre o fio da vida e o fio da morte.

Ela teria que ser esperta naquela hora, não poderia chamar a atenção de Lykaon, caso contrário, ele sairia temporariamente do seu duelo atual somente para acabar o serviço e matar a sua própria prima de uma vez por todas. Apesar da visão turva, ela olhou ao seu redor, para tentar encontrar a sua espada predileta, a lendária Otogane, a lâmina do som. 

Apesar de não conseguir ver bem, a forte aura rosa-choque da Otogane seria facilmente identificada pela sua proprietária, não era algo que deveria ser somente detetada com os olhos, deveria ser também detetada com o espírito, afinal, foi a própria Otogane que escolheu a Zoe, logo, elas eram inseparáveis. Não seria uma visãozinha distorcida que iria afastar Zoe da sua nodachi rosa.

Zoe olhou e olhou, e, logo na frente dela, a uns 13 metros de distância, estava ali, no meio do chão, a Otogane sem a sua bainha, a rutilar intensamente, por algum motivo ainda desconhecido, mas que provavelmente envolvia a banshee ainda dormente na espada.

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