Capítulo 3: Izo Fujikawa

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No dia seguinte...

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Eagle teria acordado bem cedo, por volta das seis da manhã, juntamente com o seu filho Mihawk, tendo a mais pura intenção de chegar antes das nove horas ao dojo que queriam ir para que o mestre de Kenjutsu e os seus discípulos vissem o quão habilidoso Mihawk era de verdade. Eagle estava realmente empolgado e estava com fé que o seu filho iria impressioná-los com o seu talento extraordinário e com a sua destreza magnífica. Quando o sol nasceu, algo deslumbrante aconteceu... Um fenómeno meteorológico chamado pó de diamante, que ocorria com grande frequência em regiões polares e em regiões montanhosas de latitudes mais elevadas. Era formado por cristais de gelo muito finos, também conhecidos como prismas de gelo, que cintilavam lindamente ao refletir a luz do sol.

O dojo ficava no topo de uma montanha média, coberta de neve. Uma das maiores montanhas presentes na ilha onde a família de Mihawk residia. Era um dojo convencional, com diversas pinturas específicas que representavam a arte nipónica perfeitamente, tendo, como principais técnicas artísticas, o Ukiyo-e e o Bonseki. Não era um dojo grande mas também não era pequeno, era adequado para o Sensei Izo Fujikawa passar a sua mensagem e o seu conhecimento aos seus pupilos relativamente ao Kenjutsu, uma arte marcial utilizada pelos samurais que enfatizava o uso de uma espada, uma das artes marciais mais reconhecidas, valorizadas e respeitadas na ilha e em várias partes do mundo, era muito utilizada por espadachins orientais, diferentemente da esgrima, que era mais valorizada e praticada pelos ocidentais.

Eagle e Mihawk caminharam ao seu ritmo até alcançar o dojo, ambos bem agasalhados devido às temperaturas baixas que eram mais que comuns naquela ilha de inverno. A viagem a pé demorou quase duas horas, desde a casa nada humilde de Eagle até ao dojo limpo e sagrado de Fujikawa. Eles completaram essa viagem sem dizer uma palavra um ao outro. Eagle sabia que o seu filho era bastante reservado e introvertido, portanto era escusado tomar a iniciativa de falar com ele sobre qualquer coisa, portanto ficaram 2 horas, lado a lado, sem olhar para a cara um do outro, prestando atenção aonde pisavam com os pés, pois havia muita neve ao redor e corriam risco de escorregar e arcar com as consequências após movimentos bruscos e pouco sisudos. Esta "metodologia de ensino" que Eagle adotou para incutir valores na cabeça de Mihawk acabaria por mudar a sua personalidade, para todo o sempre.

Chegando finalmente no dojo, foram avistados três rapazes de estatura, em média, avantajada, vestindo kimonos e com as suas katanas embainhadas, que o trio matinha inamovível no ombro. Eles eram os aprendizes mais competentes e habilidosos do dojo, muito superiores aos outros 30 discípulos que Fujikawa treinava também. Ao ver estes três jovens, com um semblante sério e totalmente preparados para um novo dia de treino e estudo no dojo, Eagle demonstrou um pequeno sorriso labial para o trio enquanto Mihawk manteve-se quieto e calado. Logo após isso, o grande mestre apareceu ali, abrindo uma das portas do dojo, caminhando lentamente até eles com os seus lindos e majestosos getas vermelhos. Izo Fujikawa era um homem vivido, aparentava estar na casa dos 50 anos, e era alto, muito mais alto que Eagle, que tinha 1,88 m de altura. Tinha cabelo preto espetado, olho negro com um tom acastanhado, cicatrizes no seu pescoço e no seu peito, além de uma enorme cicatriz no seu olho esquerdo, devido a uma batalha violenta do passado que lhe custou esse mesmo olho. Ele usava um grande kimono preto e utilizava uma camisa preta para condizer com o kimono que trajava. Além disso, na sua cintura, poderia ser vista a sua espada, que era uma tachi de cabo enegrecido. A presença de Fujikawa era intimidadora, dava para ver claramente que ele era um estrangeiro, vindo diretamente do oriente, tendo em conta a sua voz agressiva e o formato do seu olho, que era ligeiramente amendoado. Ele aproximou-se de todos ali presentes, iniciando um diálogo com a sua voz grave e imponente, que exaltava autoridade e que exigia um grande respeito.

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