Capítulo 21: Perigos Aquáticos

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Três anos depois, no meio do oceano Nereu

Vinte horas e 12 minutos da noite.

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O oceano Nereu, o maior oceano de Gaia. O único oceano do mundo que tinha água azul, enquanto os outros dois oceanos, Tauma e Euríbia, tinham as suas águas de cor verde e turquesa, respetivamente. 

O clima estava muito quieto, muito calmo. O cheiro do mar era inevitável, as baleias vindo à superfície para adquirir oxigênio, o movimento das ondas, tudo era magnífico. A vida realmente era muito linda e abundante no mar, mas infelizmente, era devido a essa exuberância que certas pessoas, de mau coração, se infiltravam no território que não lhes pertencia.

Literalmente no meio do oceano Nereu, próximo ao equador do planeta, havia dois navios... dois navios bem peculiares e intrigantes. Eram galeões enormes, provavelmente com 72 metros de comprimento e com uma boca que podia medir entre 23 a 30 metros. Os mastros eram enormes,  e navios como os galeões poderiam pesar mais de mil toneladas e ter, em média, 40 bocas de fogo para disparar contra inimigos. Não havia dúvidas, aqueles dois navios eram navios de guerra, navios que pertenciam a piratas.

Muitos interpretavam os piratas como meros gatunos que não sabiam lidar com a força naval do Governo Global, mas para outros, os piratas traziam justiça e equilibravam o poder do povo com o poder das forças armadas do Governo. Não importa aquilo que era dito sobre eles, os piratas seguiam uma conduta própria e não ligavam muito para comentários alheios. Eram homens e mulheres ferozes, destemidos, carismáticos, brincalhões e bastante loucos.

Parecia que estava a decorrer uma festa, uma grande festa animada. Aparentavam ser duas tripulações distintas, pois as bandeiras piratas desses navios, formalmente denominadas de "Jolly Rogers", eram bem diferentes. Eles bebiam, comiam, cuspiam para o mar e para o próprio "chão" do barco. Desfrutavam dos seus tesouros, glorificavam-se e romantizavam as suas façanhas imorais e pusilânimes. Eram autênticos piratas, autênticos larápios dos mares.

Havia lanternas, lâmpadas e outros tipos de decorações iluminantes que entrelaçavam os dois galeões. Havia dezenas, não... centenas de tripulantes naqueles dois barcos enfeitados. Eles não paravam de gritar, não paravam de comer carne e beber vinho, e com toda a certeza, não parariam de cantar, o que era muito prejudicial para eles, principalmente durante a noite.

Era durante a noite que os "espíritos falavam" e que a lua "chorava", para muitos isto era um facto irrefutável, para outros, era somente uma crença popular que não tinha evidência alguma. Se os piratas continuassem a cantar e a dançar deleitosamente em seus barcos, eles poderiam chamar a atenção de certas criaturas aquáticas, criaturas aquáticas que com toda a certeza perturbavam e infernizavam a vida dos pescadores, dos piratas e de outros marginais que navegavam pelo mar para saquear inocentes, matar marinheiros e enterrar tesouros imensamente valiosos em ilhas longínquas e desconhecidas.

Por estarem no oceano Nereu, isso significava que eles estavam no oceano que tinha as águas mais piscosas do mundo inteiro, com uma variedade e abundância gigantesca de peixes acardumados, crustáceos e moluscos, perfeitos para serem pescados e depois vendidos, bem fresquinhos para o consumidor. Não obstante, isso também significava outra coisa... significava que os piratas que estavam festejando, como sempre festejavam, estavam exatamente no território do reino Namu, o reino que pertencia principalmente às sereias e às ondinas. 

Era até bastante raro um pirata interagir com uma ondina, era mais provável um surfista ou uma criança fazendo castelos de areia na praia ver uma ondina de perto do que um simples e reles bandido do mar. No entanto, as "irmãs" das ondinas, ou seja, as sereias, não eram assim tão gentis e amigáveis com os piratas, na verdade não eram amigáveis com nenhum tipo de ser humano. As sereias eram sedutoras e agressivas com outras raças, principalmente com seres humanos ousados que tinham uma certa coragem de passar ou até pescar no meio do oceano Nereu, onde estava instalado o reino Namu, a quase 12 mil quilómetros de profundidade. 

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