Perdendo-me Em Ti | Noany

4 - EM BUSCA DE UM PRÊMIO

Noah Urrea

Chego na casa dos Soares e há quantos anos não venho a este lugar? Eu frequentava essa casa durante minha infância e adolescência, até Any e eu ficarmos noivos.

Fui amigo de infância de Arthur, mas alguns acontecimentos nos afastaram. Mas agora, depois de anos, somos quase da mesma família... de novo.

— Noah? Meu velho amigo! — Arthur me abraça e eu assumo que estou surpreso pelo abraço. Não imaginei que ele teria essa atitude.

— Arthur! Como está? — pergunto.

— Eu estou ótimo! E você meu camarada? — ele responde animado.

— Estou bem!

— Claro que está! Vai pegar Any! — ele diz sorridente — Você terá o prêmio mais desejado da cidade, meu amigo. A irmã mais gata de todas será sua!

— Vejo que ainda continua com o mesmo palavreado, Arthur. — digo, querendo não parecer tão indiferente, mas ainda assim, em tom de repreensão. Ele parece não ter respeito nenhum em relação a irmã e eu me pergunto o porquê? — Eu vou me casar com a sua irmã e não "pegá-la". Ela é uma garota maravilhosa e não acho adequado esse seu palavreado em relação a ela, principalmente, em público. — espero em Deus que ainda seja, penso — E exijo respeito.

— Ela é mesmo! E se tornou uma mulher muito bonita. — Arthur diz na intenção de amenizar o que disse instantes atrás.

— Tenho certeza que sim! — digo — Bom, eu vou me sentar! Ainda tenho assuntos pendentes com meu pai e preciso ver meu sogro.

— Vai lá, irmão! Eles estão no salão principal. — Arthur me abraça e eu me retiro.

[...]

Estou sentado ao lado de meu pai e me sinto um completo estranho. Normalmente, estou confortável em minha pele e esse não é o caso de hoje. Talvez, pelo contexto da situação. Não é todo dia que vemos um casamento arranjado, como nos séculos passados.

Um sentimento não correspondido pode destruir a vida de uma mulher, mas eu tentarei ser um bom marido, mesmo não a amando, até porque, o que segura casamento, é um bom sexo, e nisso, eu me garanto! Mas não sou bom com sentimentos, nunca fui.

Vejo meu irmão Richard descendo as escadas e arrumando seu paletó e há um sorriso satisfeito em seu rosto e isso me intriga. Não duvido que ele estivesse transando com Sophie no primeiro beco escuro que achassem. Não julgo esse tipo de ato, mas também, não sou inconsequente como meu irmão mais novo. Richard é um fanfarrão irresponsável!

Meus pensamentos logo se voltam para Any... tenho pensado bastante nela e no que será de nossas vidas!

Pobre moça! É apaixonada por mim desde criança, segundo Arthur. Ela deve estar feliz com o casamento. Um sonho infantil se realizando. É até patético! Não entendo a facilidade com que ela se submeteu a essa situação.

Nos falávamos normalmente, até me pegar transando com uma das auxiliares no escritório há alguns anos. Isso deve ter ferido seus sentimentos! Depois do ocorrido, ela me tratava com indiferença e semanas depois, pediu para ir para um colégio interno. Eu não levava esse noivado a sério e achei que Any também não... Imaginei que teríamos liberdade e que seríamos livres para transar com quem bem entendêssemos.

Eu sou homem e a secretária era muito gostosa e queria que eu a fodesse a muito tempo. Eu tinha necessidades, e não fui egoísta, exigi que meu sogro não impedisse a filha de ter uma vida normal e relacionamentos e sei que ele me ouviu! Mesmo sendo noivo de Any, não tive como evitar a situação. Any era só uma menina de pouco mais de dezesseis anos, não a via como uma mulher, ela era só a irmã mais nova do meu melhor amigo... até vê-la descendo as escadas da sala de estar. UAU! Ela está... linda!

Me levanto do sofá, sério e observador; Deixando meu copo na mesa de centro, vou recebê-la nas escadas.