Capítulo - 16

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Any Gabrielly

Acordo tonta e com uma sensação de que fui atropelada por um trem em alta velocidade. Olho no relógio e já passa das 4h da madrugada. Sinto meu estômago revirar e corro desesperada para o banheiro e sinto que vou vomitar até a minha alma.

Ouço batidas na porta e dou permissão para que entre.

— Está tudo bem? — Noah me pergunta, passando o pulso nos olhos, como quem acabou de acordar — Ou é só a ressaca da marinheira de primeira viagem?

— Aí! — digo e me sento no chão — Minha cabeça dói. Eu nunca tinha bebido...

— O que mais você nunca fez? — pergunta e obviamente, está carregado de duplo sentido. Merda! Será que falei o que não devia?

— Tudo o que eu disse que nunca fiz. — respondo neutra.

— Você deixou muitas perguntas sem respostas. — diz.

— Ok... depois falamos sobre isso. Agora eu prec... — não concluo a frase e me apoio no vaso sanitário e começo a vomitar novamente. Noah apoia um joelho no chão e fica atrás de mim. Seu antebraço está em torno de minha cintura e com a outra mão, ele segura meu cabelo. Sinto como se eu fosse desmaiar... me sinto fraca e vomito por uns cinco minutos seguidos.

— Viu? O silêncio pode deixar um gosto amargo na boca. — diz e sorrio e eu o olho de lado, condenando sua brincadeira — Vamos até a cozinha! Você tem que comer alguma coisa.

Descemos até a cozinha e ele me prepara um sanduíche e um café amargo. Sinto um frio forte e só agora me dou conta de que não estou com a roupa que estava a horas atrás.

— É normal beber e não se lembrar de coisas que falamos e fizemos? — pergunto.

— Às vezes, sim! — responde — Por quê? Não se lembra do que me contou? — sorri de lado e meu sangue gela.

— O que eu te contei? — pergunto e minha voz sai evidentemente, nervosa — Fala logo, Noah! O que eu te contei?

— Ei, calma! Você tem tantos segredos assim? — pergunta, erguendo uma de suas sobrancelhas, mas não lhe dou resposta — Relaxa, nada demais. Só que seu primeiro beijo foi com Fred Stwel e você odiou. — reviro os olhos — Que nunca fez um ménage, nem transou em um parque, um carro ou em uma biblioteca.

— Ok! — digo e me lembro vagamente disso — Eu não me lembro de ter trocado de roupa... ou ter tirado a roupa. Eu tirei a roupa? — pergunto assustada. Não sei como fico quando estou bêbada.

— Ah não, eu é quem tirei! — diz e eu arregalo os olhos.

— Por que você tirou minha roupa? — pergunto irritada. Meu Deus, o que aconteceu?

— Porque seu moletom estava sujo de bebida e molho. Você estava semimorta, então, eu te troquei.

— Droga! — digo e coloco as mãos no rosto.

— Ah, qual é? — pergunta — Não me olhe assim! Eu já te vi em situações bem mais intimas e expostas antes. E outra, eu não sou adolescente maníaco que vai se masturbar olhando pra sua barriga — ele ri e meu rosto queima — E eu jamais tocaria em você com segundas intenções sem que você estivesse totalmente consciente. Consentimento é importante, Any.

— Desculpa! Não foi isso que eu quis dizer. — digo arrependida — É só estranho isso tudo. Eu ainda estou me adaptando — continuo — E obrigada por cuidar de mim depois de me deixar bêbada.

— Não há de quê! — responde — É minha obrigação como marido, responsável por seu primeiro ''porre'', melhor amigo de infância do seu irmão e ser humano. Agora, coma! — me entrega o sanduiche — Você precisa estar bem para amanhã... digo, para mais tarde.

Perdendo-me Em Ti | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora