9 - FRÁGIL, MAS NEM TANTO

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Any Gabrielly

Noah pega em minha mão e descemos as escadas.

Somos recebidos com olhares curiosos na mesa e sinto que farão comentários... minha família e os típicos comentários constrangedores.

Noah se senta ao meu lado e Cat me olha e me cutuca querendo saber detalhes de uma noite inexistente. Eu a ignoro, não quero contar o que aconteceu, ou melhor, o que não aconteceu.

— E aí, como foi? — ela pergunta sorrindo e baixinho e não respondo. Apenas, balanço a cabeça discretamente em negativa.

O primeiro comentário é de Richard e Noah não leva muito tempo para se estressar.

Ele bate na mesa e grita alto e me levanto imediatamente quando ele me ordena. Faço com satisfação! Não que eu esteja ansiosa para a viagem, mas qualquer coisa que me tire de perto de Richard é melhor. Dou um beijo em minha família e peço para que Arth se acalme. Ele não gostou dos comentários de Richard e temo que eles saiam no tapa. 

Noah volta e me pega pela mão e vamos para fora, ele quase me arrasta de dentro de casa.

— Entra no carro, Any! Agora! — fala firme.

— E as malas? Ainda estão no quarto. — digo.

— Sebastian trará. Agora, entra no carro. — fala impaciente.

Eu entro e ele entra em seguida. Bate à porta forte e olha para mim como se estivesse me analisando. Ele puxa o meu cinto de segurança de forma tão brusca que bate o cotovelo em meu quadril e levo um susto pela dor repentina. Ele põe a mão em cima na intenção de aliviar, mas seu toque me traz uma sensação de medo.

— Desculpa! — Ele diz de forma seca. Ele está visivelmente nervoso.

— Tudo bem! — Falo tão baixo que fico surpresa por ele ter ouvido.

Depois que ele prende meu cinto, ele puxa o seu e arranca o carro bruscamente e em segundos, estamos na saída em direção ao aeroporto. Noah dirige como um louco! Ele corre tão rápido que quase não consegue frear quando uma vaca aparece na estrada de repente. Um sentimento de raiva e susto me toma e eu grito com ele.

— Você está louco? Quer nos matar? — Grito assustada.

— Abaixe seu tom comigo, Any! Somos casados, mas quero que você entenda que não pode me intimidar.

— E você que minha vida não é sua e se você quiser morrer, que morra sozinho! — Desço do carro.

— Any, volte aqui! — Ele segura meu braço e me puxa quando me afasto— Aonde você pensa que vai?

— Ora, voltar para a fazenda! E me solte agora mesmo.

— Não vou soltá-la! Você não vai voltar para fazenda. — ele diz e eu puxo meu braço, mas ele não solta — Eu só estou estressado, desculpa!

— Então toda vez que você estiver estressado, vai tentar nos matar? — pergunto irritada — Me dê a chave do carro se quiser prosseguir! — digo — Eu dirijo!

— Você? Dirigir? — fala como se estivesse duvidando de minha capacidade — Não mesmo!

— Adeus, Noah! — Digo e saio andando em direção a estrada.

— Any!!! — ele fala quase gritando, já que estou a alguns metros dele — Que merda, menina. — ele fala sendo grosseiro — Vá com calma!

Ele me dá a chave e entramos no carro. Antes mesmo de qualquer coisa, ele puxa meu cinto de segurança e o prende. Que mania estranha!

— Me guie, por favor! Eu não conheço o caminho e aqui não há sinal para o GPS. — digo.

— Uma motorista que se preze, sempre sabe o caminho. — Ele é tão irônico que tenho vontade de matá-lo — Para esquerda!

Demora uns 20 minutos até que chegássemos ao aeroporto. Tocou "The Weekend" o caminho todo, sem parar. O único barulho no nosso silêncio.

Assim que descemos do carro, dois homens pegam nossas malas e despacham.

Noah pega minha mão e anda tão depressa que mal consigo acompanhá-lo.

Do nada, surgem reportes e paparazzis de todos os lugares nos fotografando. E eu me pergunto o porquê, mas logo, eu mesma respondo. Ele é um dos maiores empresários do país, logicamente, nossa vida será cercada de pessoas e curiosos.

— Srta. Soares, está feliz com o casamento? — Pergunta um repórter. Não respondo.

— Onde pretendem morar? — Pergunta uma moça.

— Quando pretendem ter filhos? — Pergunta outro.

— Não tardaremos! — Noah diz em uma resposta direta e humorada — E não responderemos mais perguntas, eu e minha esposa ainda temos uma longa viagem. Com licença!

Continuam a nos fotografar e minha cabeça foca no "não tardaremos". Será que ele de fato quer ter filhos? Filhos comigo?

Estamos no avião e ele ainda não soltou minha mão.

A viagem é demorada e Noah já adormeceu no banco com minha mão segura na sua. Quero puxá-la, mas não faço.

O avião pousa depois de 11 horas de viagem e ele acorda com o anúncio na aeronave.

— A gente já chegou? — Esfrega os olhos.

— Sim! Você dormiu toda a viagem. — Falo.

— Há anos que não durmo tanto. — ele diz — Você não dormiu?

— Só um pouco! Eu não costumo dormir em viagens.

— Ah! – ele diz — Sua mão está vermelha! Desculpa, acho que é culpa minha... eu gosto de segurá-la, mas acho que exagerei.

— Tudo bem! — digo.

Descemos do avião e nossas malas já estão na casa. Tem um carro preto nos esperando. Entramos no fundo e vamos para a casa que Noah comprou.

Leva uns 30 minutos até que chegássemos ao destino.

— Seu pai disse que você gosta de decorações rústicas e simples. Espero que goste casa nova! Não é muito grande, já que, seremos só nós dois, por enquanto.

Entramos e nossa... a casa é linda! E é grande, mas não como a casa de papai.

A decoração de fato é simples e rústica, mas delicada. Ela é pouco iluminada em algumas partes, mas bem iluminada em outras. Uma mistura de marrom e cinza.

Alguns móveis brancos, outros pretos. E há um cheiro muito gostoso no ambiente.

— A casa é linda! — digo — Tudo muito bem organizado. É perfeita.

— Fico feliz por ter gostado. Se quiser mudar qualquer coisa, fique à vontade. A casa é sua, literalmente.

— Obrigada, mas ela está perfeita! 

Perdendo-me Em Ti | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora