Tudo tinha sido planejado. Deniel e Nath estavam encarregados de distrair Wendy para que ela não aparecesse de surpresa. Os outros seguiram até a cozinha para tentar pegar as informações da nova cozinheira.
- Ian, fique na porta e nos avise caso alguém chegue! Disse Viviane. Ian fez o que ela disse.
Gabriel, Beth, Duda e Vivi foram até a bancada.
- Carol! Disse Beth desesperada. "Por favor, nós precisamos de ajuda."
- O que houve com vocês? Ela disse, preocupada com seus olhares assustados.
- É sobre o Diego, Duda disse. "Tem alguma coisa errada. Ele sempre foi justo sobre tudo e com todos, mas agora ele está usando corpos de verdade para o desafio!"
- Desafio? Caroline perguntou sem entender muito bem. "Mas que desafio, pequena?"
- Uma competição que o Diego sempre faz para testar nossas habilidades e conhecimentos. Vivi disse num tom meio debochado.
- Os corpos... continuou Gabriel, "teriam que ser encontrados por nós, como num caça ao tesouro. O problema, é que da última vez cada equipe tinha um representante que faria o papel do morto a ser encontrado, mas desta vez, Diego trouxe cadáveres de verdade!"
- Você está falando sério? Carol perguntou aflita. "Mas, da onde ele conseguiu esses corpos?"
- Esse é o problema, nós não sabemos. Duda disse triste.
- Desconfiamos que ele mesmo os tenha assassinado apenas para esta competição. Gabriel concluiu.
- Oh God... disse Carol. "A situação está pior do que pensei."
- Como assim? Beth perguntou.
- Olhem, se aquelas pessoas estão mortas mesmo, nós não podemos fazer muita coisa, disse Carol. "Eu sugiro que vocês voltem para lá e façam essa atividade normalmente, sem suspeitas de que tenham falado comigo. Diego não pode saber que estiveram aqui de maneira nenhuma. Vocês entenderam?"
- Mas... O que tanto ele esconde? Viviane perguntou.
- Cinco minutos para começarmos a competição gente, Ian disse da porta.
- Olhem, em uma outra oportunidade nós conversamos melhor, mas agora vocês precisam confiar em mim, está bem? Carol disse, e todos assentiram.
- Vamos indo, disse Beth, que seguiu na direção de Ian. Se virou, acenou para Carol e continuou em frente, seguindo para o Campo. Todos foram atrás dela. No meio do caminho, Deniel e Nath apareceram.
- E então, como foi? Deniel perguntou para Beth.
- Bom, sabemos que Diego está escondendo alguma coisa. O que importa agora é agirmos com cuidado. Ele não pode saber que estamos investigando, ou os próximos cadáveres a serem encontrados seremos nós.
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Diego deu a largada e os grupos seguiram em frente. O grupo de Beth seguiu para o Sul, e logo começaram as investigações dos locais. Símbolos, pegadas, mensagens, sangue, qualquer coisa que lhes dessem alguma indicação.
- Encontrei algo nesta moita! Grita Ian, agora não tão perdido quanto no último desafio.
Gabriel se aproximou e olhou para onde ele apontava. -Parece que são fios de cabelo. E bem finos por sinal.
Duda se aproximou e pegou os fios, analisando-os com o toque dos dedos. - Pessoal, acho que nosso cadáver é uma criança.
- Ah que ótimo, não bastava aquele maldito ter assassinado eles, ainda deixa uma criancinha justamente com a pessoa mais emocional do Instituto, disse Vivi, segurando as lágrimas.
- Viviane, calma. Estamos juntos nessa, disse Deniel a confortando.
- É, além disso, não podemos ter certeza se eles foram assassinados pelo Diego ou não.
Beth deu alguns passos em frente da moita, olhou em volta, e depois de mais alguns metros começou a sentir a dor insuportável no peito, que a fez soltar gemidos dolorosos.
Gabriel correu ao seu encontro e a abraçou enquanto a ajudava a se equilibrar. - Maninha, você sentiu?
Ela achava engraçado a forma como seu amigo a tratava agora, como uma irmã caçula. - Sim, e fica mais forte se vou naquela direção, Beth disse apontando em direção a uma árvore meio torta.
Nath foi na direção que Beth apontava e começou a mover vários galhos e folhas velhas. Viviane ao se aproximar, também sentiu a dor no peito, e quase caiu no chão, mas Deniel a ajudou e a guiou para mais perto do local.
- Gente, olhem isso! Nath disse.
Ian se aproximou e a ajudou a tirar mais algumas folhas. - Ai meu Deus! Disse depois de puxar o braço que avistara. "É a garotinha!"
Gabriel e Beth chegaram mais perto, junto com Viviane e Deniel.
- Anne! Beth disse, vendo o Flashback da breve vida da garotinha. "O nome dela era Anne."
Gabriel se ajoelhou junto ao corpo e começou a chorar.
- Poxa, achei que eu era a emotiva, disse Viviane se ajoelhando ao lado de Gabriel e o abraçando.
- Não é isso. Essa cena na minha cabeça. É... Horrível! Gabriel disse e se debruçou em meio ao chão.
- Mas como assim Gabre? Beth perguntou.
Gabriel então parou de falar por um momento e se concentrou. A cena era a seguinte: A garotinha, Anne como se chamava, estava brincando no Jardim de sua casa, quando um homem de dentro do bosque a chamou. Ele era alto, esbelto e elegante. Gabriel se concentrou no rosto e se assustou ao perceber. "Diego". O homem chamou a menina para dentro do bosque, mas Anne não o encontrava. Ela olhou mais em volta para tentar acha-lo. A pobrezinha imaginava que estavam brincando de esconde-esconde, e até ria enquanto procurava aquele ser. E então ela ouviu algo atrás dela, e sentiu algo passando por sua garganta. Ela olhou para baixo e começou a chorar. Muito sangue. Ela caiu no chão, e então, apenas escuridão...
Gabriel levantou os olhos para os outros que a encaravam. - Não tenho mais dúvida, Diego é um monstro!
Viviane olhou assustada para a garotinha morta a sua frente. - Não se preocupe. Ela vai direto para o Paraíso. Tenho certeza.
Ian então pegou a corneta nas mãos da menina morta, ergueu para o auto das árvores e acionou.
Primeiro sinal do dia. Eles tinham ganhado o desafio.
Mas ninguém se sentia um vencedor.
Continua....
Que horrível!
Não pode ser o Diego!
Se for ele é um monstro!