Eleitos pela Morte
Alguns dias se passaram desde a competição no campo de treinamento, e as coisas seguiam um caminho um tanto... Questionáveis naquele ambiente.
Os novatos descobriram sua natureza, o que os ajudou bastante nas aulas que se seguiram. Vale ressaltar que Diego simplesmente sumiu do lugar. Wendy Fergunso, a jovem bibliotecária, teve que assumir as aulas por inteiro, passando quase todas as horas das noites inventando coisas para ter o que ensinar aos Eleitos.
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- Eu juro, não estou brincando! - Viviane afirmava novamente o que dissera anteriormente para Henrique.
- Tudo bem, tudo bem, mas você sabe que isso é meio impossível não é? - Henrique ainda a questionava. - Quer dizer, quais as chances de nós termos alguma habilidade especial fora as que nos foram concedidas por sermos o que somos?
- Bom, segundo o livro que ganhei, as chances estão entre uma em um milhão. Mas não chega a ser impossível. - ela continua.
- Cara, mas como isso é possível? Nós somos Eleitos pela Morte, não uma espécie de super-heróis ou algo assim.
- Tecnicamente, estamos mais para Mutantes. - Vivi continua com uma risada irônica em seguida.
- É, pode ser, mas mesmo assim. Nós só achamos corpos mortos e ajudamos a alma a seguir seu caminho. Não é como se fossemos salvar o mundo.
- Eu sei, Rique, mas como Miguel nos explicou aquela noite, nós somos uma espécie de "quase-anjos", e os anjos também tem habilidades específicas, porém, alguns como os arcanjos, tem um tipo especial de dom.
- Mesmo assim Vivi, não acho que nós poderíamos ter essas habilidades.
- Bom, vou pesquisar mais no livro, quem sabe acho alguma coisa.
- Sua boba sonhadora. - Henrique diz rindo e colocando o braço em volta do pescoço dela, a puxando para si e a abraçando.
- Você que é um incrédulo pessimista. - Ela diz se afastando e olhando ironicamente para ele.
- Agora vamos. Tenho que estudar a matéria de hoje. Sinceramente não entendi nada do que aquela bibliotecária explicou hoje. Queria saber onde está Diego... Ele era bem melhor para nos ensinar.
- Eu concordo. Mas acho que ele só deve estar com problemas. - diz Vivi enganchando seu braço direito ao esquerdo de Henrique, que a conduz em direção ao seu quarto.
Os dois se tornaram grandes amigos improváveis. Mas, apesar das brincadeiras de sua colega de quarto, Vivi adorava aquela amizade, e não achava que passaria a ser algo mais. Joice ainda assim acreditava que Henrique se apaixonaria e tentaria conquistar Viviane de todas as formas possíveis. Vivi dizia que era bobagem. Ele simplesmente a ajudava a suportar tudo aquilo, e ela apenas tinha sido a primeira a se interessar pela amizade de Henrique.
- Espero que ele volte antes do final do semestre, não quero bombar no provão por culpa da bibliotecária... - Henrique diz.
- Que provão? - Vivi pergunta.
- Uma que Diego faz no final de cada semestre pra avaliar nosso aprendizado. Uma porcaria, se quer minha opinião.
Viviane fica pensativa por um momento, e então responde: - Entendo...
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"Beth estava em sua casa na Bulgária. Ela tinha cinco anos. Ela acordara no meio da noite com uma dor insuportável no peito. A jovenzinha estava desesperada, pois nunca em sua vida sentira algo assim. Ela gritava por sua mãe, desesperada, mas não recebia nenhuma resposta. Ela se levantou e foi até o quarto de sua mãe. Neste dia, seu pai estava viajando a trabalho, e seu irmão estava num acampamento da escola.