Prólogo

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Domingo de manhã e sou acordada com beijos por todo o meu rosto. Fico puta mas assim que abro o olho vejo Lucas sorrindo pra mim e finjo devolver um sorriso sincero.

Por que eu estava tao irritada com uma atitude carinhosa? Ele não fez nada de errado, que tipo de namorada não gosta de ser acordada com beijos em um domingo de manhã? Não devia me sentir assim, né? Pelo menos é o que sempre escutei e o que ensinam em filmes clichês de romance. Devo ter algum tipo de problema e talvez eu realmente tenha, estava começando a  ficar convicta demais quanto a isso.

Lucas é o quarto homem com quem me ralaciono em seis meses, não que isso seja um problema mas não entendo por que não consigo me manter em um relacionamento por mais de um mês?

Passei vinte anos da minha vida sem me preocupar, sou a única do meu grupo de amigos que nunca teve um namorado de escola e eu realmente não ligava. Ficava com pessoas quando dava vontade e muitos tentavam manter contato mas nunca tive vontade de continuar uma conversa ou tentar algo mais do que uma noite.

Foi então que me dei conta disso, por que ninguém me interessa o suficiente para  despertar esse desejo em mim? Comecei a observar e me culpar um pouco, talvez eu seja exigente demais ou quem sabe eu seja insegura demais a ponto de achar que nunca vou amar ou ser amada e fugir de sentimentos sem me tocar de tao natural que a insegurança se tornou.

Depois de tempos pensando e surtando sobre minha vida nem um pouco amorosa, decidi que iria tentar, e na próxima vez que recebesse um convite para mais que só uma ficada iria aceitar. Talvez, eu realmente não esteja me abrindo a novas experiências e por isso nunca tenha me apaixonado.

Conheci alguns homens que deram muito errado e eu juro que estava me esforçando, mas eles eram ou muito mais velhos, ou chatos demais. Teve até um que só sabia jogar videogame e só parava quando era pra transar. Foi legal no começo, não vou mentir, não tinha ninguém enchendo meu saco e uma foda garantida, mas depois de uma semana me irritava demais toda vez que queria alguma coisa na cozinha tinha um homem só de cueca jogando na minha sala.

Já estava desistindo quando conheci Lucas e as coisas até que estavam indo bem, estavamos fazendo um mês hoje... PUTA QUE PARIU ESTAVAMOS FAZENDO UM MÊS HOJE!

Limpo meus pensamentos e me concentro no moreno com um sorriso largo na minha frente.

– Bom dia meu amor, sabe que dia é hoje? – diz logo depois de me dar um selinho.

– Bom dia. Sei sim, um mês juntos. – tento esboçar um sorriso simpático.

Ele concorda com a cabeça, dá um beijo no meu nariz e levanta da cama. Acompanho seus movimentos e o vejo esticar o braço para mim.

– Vem cá, fiz uma coisa pra você. – pego sua mão e o deixo me guiar sem contestar.

Chegando na sala vejo um café da manhã farto e lindo em cima da mesa, abro um sorriso e dessa vez verdadeiro. Viro-me para agradecer Lucas, o entrelaçando em um abraço apertado.

Nos sentamos para comer e ficamos em silêncio a maior parte do tempo. Ao contrário do sexo, não eramos muito bons de conversa.

Termino meu sanduiche e quando levo o suco de laranja até minha boca para um gole, ouço meu celular apitar, olho para o aparelho em cima da mesa e vejo a notificação de uma mensagem do Calum. Tiro o olho da tela rapidamente para encarar Lucas que logo fechou a cara, sabia que ele tinha ciúmes do meu amigo.

Pego o telefone para ver do que se tratava. Calum diz precisar de mim urgentimente e pediu para que o ligasse. Sorrio e peço licença para deixar a mesa. Sigo até a varanda e disco seu número. Ele atende e me assusta.

– Meu deus, é serio isso? – diz ele com uma voz assustada do outro lado.

– Do que você tá falando garoto? O que rolou? – falo sem entender nada.

– Ta bom, estou indo para aí agora. Chego em alguns minutos. – escuto múrmuros e ele se despedir de alguém do outro lado dizendo que precisava ir mas ligava depois.

Começo a rir por que já tinha entendido do que se tratava, ele tinha dormido na casa de alguém e não sabia como pedir para ir embora sem ser indelicado. Não me importei por que ele já havia feito muito disso para mim também.

– Ja saiu? Você não vale nada, Calum Hood.

– Sim, to no elevador já. – ele ri
– Desculpa baixinha. – conheço Calum desde o ensino médio e costumava ser mais alta do que ele mas do nada ele começou a crescer incontrolavelmente. Me irritava me chamando de baixinha como costumava fazer com ele antes mas acabou se tornou algo tão normal que agora ele me chama assim constantemente. – Eu queria muito ir embora e a gente tinha acabado de acordar, não queria parecer um idiota.

– Tá tudo bem. – falo rindo.

– Eaí, já tomou café? Quer fazer alguma coisa? – muda de assunto.

– Já tomei café mas a gente pode fazer alguma coisa, te encontro no lugar de sempre?

– Ok. Beijos, até.

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