Jihyo abriu a porta da frente de seu chalé. Assimilando a imagem perfeita da cena bucólica diante de si, ela suspirou. Todas as manhãs na pequena aldeia de Namak começavam da mesma forma. Pelo menos durante todo o tempo em que Jihyo vivera por lá. O sol se erguia devagar além do horizonte, com raios que faziam os campos que cercavam a aldeia ficarem mais verdes, dourados ou brancos, dependendo da estação do ano. Os feixes avançavam até tocarem as laterais impecavelmente brancas do chalé de Jihyo, que ficava nas imediações do povoado, antes de por fim iluminarem os telhados de palha dos lares e lojas que constituíam o restante da aldeia. Quando isso acontecia, os aldeões já estavam se mexendo, preparando-se para o dia.
Dentro de suas casas, os homens se sentavam à mesa para as refeições matinais enquanto as mulheres cuidavam das crianças ou terminavam de preparar o mingau. A aldeia permanecia silenciosa, como se ainda estivesse despertando. Então, o relógio da igreja batia oito horas. E, como num passe de mágica, a aldeia ganhava vida. Jihyo havia presenciado a cena centenas de vezes. Mesmo assim, naquela
manhã, como em todas as outras, ela mais uma vez se deslumbrava ao contemplar a pequena aldeia e as mesmas pessoas cuidando de suas rotinas. Estreitando seus olhos castanhos cordiais, ela suspirou diante de quão mundano era tudo aquilo. Com frequência, ela imaginava como seria acordar de forma diferente. Jihyo balançou a cabeça. Não lhe fazia bem deixar-se imaginar ou sonhar tanto assim. Essa era a vida como ela sempre conhecera, a vida que ela compartilhava
com o pai desde que eles haviam se mudado do Japão, muitos anos atrás. Era uma perda de tempo habitar o passado ou se perguntar o que poderia ter acontecido.Ela tinha coisas para fazer, incumbências a cumprir e ela olhou para baixo, na direção do livro que segurava uma nova aventura para desvendar. Jihyo
endireitou os ombros, fechou a porta atrás de si e partiu para a cidade. Em questão de minutos, ela abria caminho pela rua principal de paralelepípedos e acenava conforme passava por outros aldeões. Embora tivesse
morado na aldeia durante a maioria dos seus anos de vida, ela ainda se sentia como uma estranha aos olhos dos outros. Lá, como na maior parte do interior
rural de Namak, era isolado e insular. A maioria das pessoas por quem Jihyo passou em seu caminho havia nascido ali e a passaria toda a vida no mesmo
lugar. Para eles, a aldeia era o mundo, e os forasteiros eram vistos com desconfiança.Jihyo não tinha certeza se ainda não seria tratada como uma estrangeira caso tivesse nascido na aldeia. Ela realmente não tinha muito em comum com a
maioria dos moradores. A verdade é que ela tinha mais prazer em ler do que em
ter conversas banais e tediosas, queria era viajar para terras distantes e viver aventuras magníficas, ainda que apenas nas páginas de seus livros favoritos.
Tecendo seu caminho pelas ruas, ela ouvia o restante dos aldeões
cumprimentando-se. Sentiu uma pontada de solidão ao vê-los. Todos pareciam estar perfeitamente contentes com a monotonia de suas rotinas matinais. Ninguém parecia compartilhar de seu desejo por algo novo e empolgante, por algo mais. Jihyo chegou à tenda do padeiro, onde o cheiro delicioso dos pães recém-assados se espalhava pelo ar. Como sempre, o ansioso padeiro segurava uma travessa de baguetes frescas e resmungava consigo mesmo.- Bom Dia - disse Bela. O homem assentiu distraído.
- Uma baguete... -Jihyo investigou a fila de potes cheios de geleias vermelhas. - E um deste também, por favor emendou ela, escolhendo um pote e deslizando-o para dentro do bolso de seu avental. Após pagar pela compra, ela seguiu caminho para completar sua próxima missão. Estava prestes a dobrar a esquina quando se deteve. Jung, o velho oleiro,
estava parado ao lado de sua mula, parecendo confuso. A carroça atrelada ao animal estava cheia de cerâmicas recém-feitas. Jung levantou o olhar e sorriu ao flagrar Jihyo observando-o.- Bom dia, Jihyo. -cumprimentou ele. Sua voz era arranhada pela idade. Ele estava analisando a carroça, com uma expressão intrigada.
- Bom dia, Jung-oppa - respondeu Jihyo.
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A Bela e a Fera (Jeongyeon e Jihyo)(Concluída)
Fiksi PenggemarMoradora de uma pequena aldeia coreana, Jihyo tem o pai capturado por Jeongyeon e decide entregar sua vida a estranha em troca da liberdade do progenitor. No castelo, ela conhece objetos mágicos e descobre que Jeongyeon é na verdade uma princesa que...