CAPÍTULO 18

281 36 18
                                    

Jihyo queria acreditar que tudo ficaria bem, que Jeongyeon ficaria bem. Mas assim que ela se sentou e a cabeça dela tombou em seu colo, ela soube que o tempo de Jeongyeon estava acabando. Já havia acabado para Daniel, embora aquilo só tivesse lhe causado um impulso momentâneo de lamento. Ele fora um péssimo homem. Embora ela jamais desejasse tal destino a ninguém, tampouco desperdiçaria lágrimas ou tempo por sua memória.

Jeongyeon, no entanto, era outra história. Ela não queria que ela se tornasse uma memória. Ela queria que ela ficasse ao lado dela, sã e salva. Queria dizer o quanto ela significava para ela. Queria dizer o quão arrependida estava de ter
enviado Daniel sem querer para o castelo. Ao olhar para Jeong , ela sabia que sua chance de dizer tudo aquilo estava escapando rapidamente. Ela respirava com dificuldade e seus olhos estavam apertados pela dor que devastava seu corpo. Suavemente, Jihyo desceu a mão e acariciou o rosto dela com os dedos.

Quando Jeongyeon sentiu o toque, abriu os olhos.

— Você voltou — disse ela com um olhar de puro amor. Ela ergueu a pata e ajeitou uma mecha de cabelos dela.

— Claro que voltei — respondeu ela, tentando lutar contra as lágrimas que ameaçavam escorrer por suas bochechas. — Nunca mais vou deixá-la.

Jeongyeon ergueu o mais levemente possível os ombros. Então suspirou e disse, com a voz fraca:

— Temo que seja minha vez de partir.

Jihyo balançou a cabeça.

Não!, ela queria gritar. Lute! Não desista agora! Não depois de tudo que nós passamos. Levei tanto tempo para encontrar você. Apesar de seus esforços, as lágrimas começaram a cair. A cabeça de Jeongyeon estava ficando mais pesada em seu colo. Enquanto olhava para ela, ela sentiu seu coração se partir.

Contra todas as probabilidades, Jeong havia lhe mostrado a beleza verdadeira. Ela lhe mostrara que tudo bem ser diferente. Mostrara que não havia problema em se sentir
perdida e a fizera perceber o quão desesperadamente ela queria ser encontrada.

Ela tinha aprendido que as coisas não são sempre como parecem, que pessoas podem surpreender. Ela havia lhe dado a única coisa que ela sempre desejara: algo a mais. E agora? Agora ela estava morrendo em seus braços.

Esforçando-se para encontrar as palavras, Jihyo conteve um soluço.

— Nós estamos juntos agora — disse ela. — Tudo vai ficar bem. Você vai ver.

— Pelo menos posso vê-la uma última vez. — Enquanto ela dizia essas palavras, sua pata desabou do cabelo de Jihyo. Seus olhos se fecharam. Sua respiração ficou mais lenta, então cessou.

Com outro soluço, Jihyo se jogou sobre o corpo de Jeongyeon. Ela se fora. E ela nunca lhe dissera que a amava.

Enquanto Jeongyeon dava seu último suspiro no terraço acima, seus criados, alheios ao que havia acontecido entre a mestre e Daniel, estavam no meio de uma celebração. Elas se reuniram em um dos terraços de baixo para assistir aos aldeões fugindo pela floresta. As chamas de Sana brilhavam impulsionadas pela vitória. Mina amaciou suas penas e Nayeon tiquetaqueava mais rápido que o comum. Até as peças maiores da mobília, como Tzuyu e seu amor havia tanto tempo perdido, Dahyun, estavam participando da festa.

Sana se virou para Dahyun e a segurou nos braços. O espanador soltou risadinhas de flerte.

— Nós conseguimos, Dahyun! — disse ela, baixando-a. — A vitória é nossa!

— Ela se inclinou para beijá-la, então engasgou. Ela tinha ficado imóvel e
silenciosa em seus braços. Não estava mais viva. Com a morte de Jeongyeon, a maldição havia completado seu efeito.

A Bela e a Fera (Jeongyeon e Jihyo)(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora