CAPÍTULO 11

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Jihyo nunca tivera um paciente tão feroz quanto, bem, Jeongyeon. Como experiência, ela só havia tratado das feridas ou cortes peculiares de seu pai, mas ele sempre teve a gentileza de ser educado. Desde o momento em que trouxe Jeong de volta para o castelo, ela vinha sendo uma perfeita ingrata. E Jihyo estava ficando bem
cansada daquilo. Não foi ela que teve de caminhar pela neve densa com sapatos finos. E não foi ela quem passou a jornada toda temendo pela própria vida. Não.

Jeongyeon tinha ficado inconsciente durante todo o trajeto. Foi Jihyo quem teve de olhar ao redor apreensivamente a cada mínimo ruído. Foi Jihyo quem se preocupou com ela ficando a cada minuto mais fraca e mais próxima da morte.

Ela não havia se dado conta do quão tensa estivera até ela e Philippe chegarem ao portão do castelo e Momo aparecer na porta da frente, junto de toda a equipe, para ajudar. Então, e somente então, Jihyo deixou escapar um longo suspiro e se permitiu começar a tremer. E, uma vez que ela começou, demorou um longo tempo — e um banho bem quente — para parar.

Mas aquilo já havia passado e a situação era outra. Agora, ela estava ocupada tentando cuidar de Jeongyeon, que se provou uma bebezona quando o assunto era dor.

Enquanto Bela se recuperava, Momo ordenou que levassem Jeong para seu quarto na ala oeste. Agora ela estava deitado em sua velha cama,
com membros da criadagem reunidos ao redor, esperando para servi-la. Um jarro de água quente e uma tigela foram colocados ao lado da cama. Despejando um pouco da água na vasilha, Jihyo acrescentou uma pitada de sal antes de mergulhar um pano limpo na mistura. Ela puxou o pano e então, com a mesma gentileza, esfregou-a em um corte no braço de Jeong.

Ela rugiu como se ela tivesse feito outro corte.

— Isso dói! — rosnou ela, mostrando suas presas e tentando puxar o braço.

— Se você ficasse parada, não doeria tanto — retrucou Jihyo, agarrando o
braço dela de volta.

— Se você não tivesse fugido — disse Jeongyeon, com a mandíbula cerrada —, isso não teria acontecido.

— Bom, se você não tivesse me assustado, eu não teria fugido.

Assistindo à briga da dupla, Momo ergueu uma sobrancelha. Então
olhou para Sana, que estava rodeando a porta nervosamente. Eles trocaram olhares conclusivos, mas permaneceram em silêncio, ambos curiosos para saber até onde iria essa nova familiaridade.

— Bem… — continuou Jeong, determinado a ter a última palavra.

— Você não deveria ter ido à ala oeste.

Jihyo não recuou.

— Bem… Você deveria aprender a controlar seus nervos.

Jeongyeon abriu a boca, mas a fechou. Então abriu de novo. E fechou mais uma vez. Enfim, soltou um pequeno suspiro. Ela tinha razão.

Sorrindo, Jihyo olhou de volta para a ferida que estava limpando. O sorriso se foi. Apesar do conflito, ela estava honestamente preocupada com Jeong. O ferimento estava pior do que ela havia pensado a princípio.

— Tente descansar um pouco — aconselhou ela, esfregando gentilmente a ferida uma última vez com a toalha. Levantando-se, ela observou enquanto os olhos de Jeong se fechavam lentamente e sua respiração acalmava. Quando teve certeza de que ela estava dormindo e momentaneamente sem dor, virou-se para deixar o quarto. Para sua surpresa, Momo e Sana a aguardavam, próximo à porta. Ela havia esquecido por completo de que elas estavam ali dentro.

— Obrigada, senhorita — disse Momo, sorrindo com gratidão para
Jihyo de seu carrinho de servir.

Sana fez uma reverência e acrescentou:

A Bela e a Fera (Jeongyeon e Jihyo)(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora