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D.L/P. O. V/ Capítulo 3

Abri os olhos e comecei a tentar identificar aonde eu estava, mas não consegui entender o que aconteceu pra eu estar ali e nem onde eu estava. Levantei minha cabeça e vi uma mulher na poltrona. Aquela mulher me era familiar, ela era...Minha mãe!

- Mãe. Mãe ACORDA! SELMA DE LIMA NUNES ACORDA! - Gritei e a vi acordar no susto, susto esse que a fez vir pra cima de mim e eu sabia que ela ia me bater e teria me batido se não tivesse começado a chorar e a gritar por médicos enquanto dizia "A Dayane acordou".

Depois de meros segundos o meu tio Sérgio que era médico entrou acompanhado de uma enfermeira e uma mulher ruiva, linda inclusive. Meu pai veio logo atrás e então todos me cumprimentaram, me perguntaram como eu estava me sentindo e eu disse que estava bem porque realmente estava.

- Querida, me desculpe por ter falado daquele jeito da sua esposa. Se eu não tivesse falado aquelas coisas você não teria sofrido o acidente, me perdoa Day, perdoa seu velho - Meu pai falou com os olhos marejados enquanto segurava a minha mão e então eu me lembrei que havia sofrido um acidente depois de uma discussão com meu pai, mas não me lembrava o motivo da discussão e muito menos de esposa. Que esposa que eu tenho?.

- Pai que esposa? - Falei puxando a atenção de todos.

- Sua esposa Dayane, a Daniela - Meu tio Sérgio falou.

- Tio, eu não tenho esposa - Respondi.

- Aí Day para de brincar com a gente - Meu tio falou rindo e eu fiquei emburrada. Eu não sabia do que ele tava falando e eu me lembraria se tivesse uma esposa.

- Não tô brincando! Eu realmente não sei do que tá falando Tio! - Falei brava.

- Dayane você sabe seu nome, sua idade, sua profissão e o nome de todos aqui? - Ele perguntou em tom de preocupação e eu respondi com indiferença.

- Meu nome é Dayane, óbvio, tenho 25 anos, sou empresária e dona de uma gravadora, você se chama Sérgio, minha mãe se chama Selma e meu pai se chama César, mais alguma pergunta?

- Não. Bom, pelo menos ela sabe de todas essas coisas sobre ela mesma e sobre a família, sinal de que sua memória não foi tão afetada - Meu tio falou olhando para os meus pais e eles pareciam eufóricos de felicidade enquanto eu não estava entendendo nada daquilo.

- A Dayane não precisa se lembrar daquela mulher, ela se lembra de tudo sobre a própria vida aparentemente e ela está ótima - Minha mãe falou e o meu tio começou a fazer um sinal negativo com a cabeça.

- Olha, podemos não gostar nem um pouco dela, mas a Dayane a ama e não podemos deixar ela assim - Meu tio falou para os meus pais e eu já estava começando a ficar irritada com aquela situação.

- Já chega! Seja quem for essa tal mulher a quem vocês tanto se referem, deve existir um motivo para a minha mente não me fazer lembrar dela, mas eu sinceramente não me importo ok? Será que podem parar de tratar essa minha perca de memória como algo grande? Eu me lembro da minha família, me lembro da minha vida e do meu trabalho. Acho que isso já está de bom tamanho - Falei e então todos se calaram e meu tio pareceu pensativo.

- Tudo bem, se você se sente confortável desse jeito eu não posso fazer nada pra te mudar. Vamos fazer mais alguns exames pra ver se tá tudo bem e logo você terá alta sobrinha. Depois de sair do hospital eu recomendo que faça uma terapia com a Carol, vai te fazer bem e talvez te ajude a lembrar de coisas que talvez você não lembre - Meu tio falou e eu só concordei. Depois dessa pequena conversa ele saiu junto da outra enfermeira e só ficou eu, Carol e meus pais no quarto.

- Podem me deixar a sós com a Dayane? Preciso conversar com ela e talvez ela não se sinta confortável em falar com vocês aqui - Ela falou gentilmente com os meus pais e eles concordaram sorridentes, esse sorriso foi tão amável que eu até estranhei, mas então eles sairam, juro que tenho uma sensação estranha de nunca ter os visto fazer isso, mas prefiro ignorar isso.

- Dayane, não tive tempo para me apresentar. Meu nome é Caroline, mas pode me chamar de Carol. Eu sou piscicologa e vou começar a ser a sua piscicologa, suas sessões de terapia serão comigo e eu queria conversar um pouco com você, mas não considere isso uma consulta ok? - Ela falou de forma calma e eu concordei.

- E então, você se lembra de alguma coisa em relação ao seu relacionamento? - Ela perguntou com um tipo de ficha nas mãos.

- Olha, eu realmente não sei do que você tá falando. Eu não namoro com ninguém, não sou casada com ninguém e não moro com ninguém. Não tenho nenhum tipo de compromisso e nem sei o motivo de vocês insistirem nisso - Falei brava, eu realmente não namorava nem queria isso tão cedo.

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