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D.L/ Capítulo 9

Eu nunca fui de me aproximar rápido das pessoas e nem querer pessoas desconhecidas ao meu lado, sempre fui uma mulher de negócios e com isso eu quero dizer que sempre fui fria e arrogante, não tinha tempo pra pessoas e nem tempo pra perder com essas pessoas. A Daniela me tirou um pouco isso, ela tirou um pouco da minha arrogância, da minha possessividade e da minha falta de tempo pra tudo simplesmente porque ela me encantava, não do mesmo jeito que a Carol Biazin, mas ainda sim me encantava. Atualmente eu não sei o que tá acontecendo, eu não queria ter chamado ela pra sair comigo, mas ao mesmo tempo que pra mim ela é só uma desconhecida eu sinto com ela o que eu sentia com a minha Carol, eu gaguejo quando falo com ela, quando pergunto algo tenho medo dela me dizer não e eu só quero ter essa mulher perto de mim, sinto como se só ela pudesse me fazer ver algum sentido nas coisas que eu via sentido antes e agora não vejo mais. As vezes tenho olhado pra essa mulher e tenho visto a minha Carol, na fala, no jeito, nos cabelos e nos olhos. Parece loucura, eu sei, mas eu posso jurar que ela é a minha Caroline e por que não seria? A Carol não morreu, tenho certeza disso e sei que se ela tivesse morrido eu saberia. O mundo é pequeno e dá muitas voltas pra que não ocorresse de eu encontrar a minha Biazin.

Eu trouxe a Carol em uma Starbucks que ficava perto do consultório dela e estávamos tomando um café forte juntas em uma mesa que ficava na janela mais distante das pessoas. A Carol era muito amável, seu sorriso era lindo e sua voz era doce. Seus olhos cor de mel tinham um brilho diferenciado que eu não via em ninguém a muitos anos e ela era exatamente o tipo de pessoa que sabe argumentar em uma conversa, isso acaba fazendo com que seja extremamente satisfatório conversar com ela e ver seus argumentos.

Conversamos sobre coisas aleatórias, conversamos sobre pessoas aleatórias e começamos a conversar sobre amores aleatórios.

- Eu já amei e a pessoa que eu realmente amei não deve ter me amado do mesmo jeito, mas e você? - Perguntei e bebi um pouco do meu café forte e quente. Estava nublado e eu sempre gostei de tomar café nesse tempo.

- Eu já amei uma pessoa e tenho certeza que ela é a única pessoa que eu realmente consegui amar, mesmo que eu tenha alguém hoje em dia não acho que sinto a mesma coisa pela atual que já senti pela outra.

- Se não ama a pessoa que está com você atualmente, por que continua com ela? - Perguntei enquanto a olhava atenta. Carol falava comigo como se me escondesse algo ou estivesse com medo, era estranho.

- Eu gosto dela.. Ela só não é a pessoa que eu realmente deveria ter em meus braços - Ela falou com um sorriso triste que não mostrava seus dentes enquanto.

- Então por que não vai atrás da pessoa que realmente você deve ter? - Perguntei. Era a coisa mais óbvia a se fazer, se eu soubesse aonde a Carol está eu com certeza iria atrás dela.

- Por medo. Faz anos que não conversamos, não sei se ela iria me entender e não sei se ela continua a mesma que eu conheci - Ela falou me olhando. Percebi que seus olhos eram profundos e que eu poderia facilmente nadar e me perder naquele olhar dela e eu queria.

- Medo não resolve nada, tenta do mesmo jeito Carol. Você pode se surpreender com a forma que ela deve te receber - Falei tentando a reconfortar. Eu sei como é viver com o fardo de ter deixado alguém que você ama ir embora e eu não desejo isso pra ninguém, muito menos pra ela.

- Eu vou tentar. - Eu ia mudar de assunto quando o celular dela começou a tocar. Ela atendeu e deu respostas curtas a pessoa que estava do outro lado da linha e então quando desligou me olhou meio triste.

- Preciso ir embora e resolver um assunto.. Obrigada pelo café e seu convite ainda está aceito ok?

- Que tal jantar comigo amanhã, sábado às 8 da noite?

- Claro, muito obrigada pelo convite Day. Agora eu realmente preciso ir - Ela me deu um último sorriso antes de sair e então se foi, eu resolvi ficar ali e tomar mais uma xícara de café enquanto olhava aquele céu nublado e admirava a beleza daquele outono.

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