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C.B/P. O. V/ Capítulo 8

6:15 da tarde, sexta feira e eu tô no meu consultório esperando a Dayane. Tô tão nervosa que não paro de bater a caneta no meu caderno de anotação enquanto o meu coração bate uma velocidade mais rápida a cada segundo. Eu sei que pensei comigo mesma a 5 dias atrás que tudo que eu precisava saber era; A Dayane é minha paciente e eu sou a piscicologa dela. Mas é difícil colocar isso em prática quando a minha paciente já foi o amor da minha vida enquanto eu fui a primeira vez dela, ela também foi a minha primeira em tudo, nós nos descobrimos juntas e esse tipo de coisa é difícil de esquecer. Olhei pro relógio de parede que tinha na parede a minha frente, passei o olho naquela sala bege com plantas e cadeiras confortáveis e olhei pra porta, assim que a porá abriu e eu vi aqueles cabelos negros meu coração parou de bater rápido e eu tenho certeza que ele na verdade parou de bater de vez. Ela sorriu pra mim sem mostrar os dentes e eu pude ver aquela pinta que ela sempre teve na boca e eu vivia dizendo que tinha sido o Van Gogh que tinha feito. Ela sentou na cadeira que estava na minha frente e parecia um pouco nervosa.

- Tá tudo bem Dayane? - Perguntei vendo que ela passava a mão na calça e preta que ela usava.

- Tá, eu só tô.. Hm..Nervosa - Ela respondeu sem me olhar nos olhos e então pousou sua mão em cima das próprias pernas.

- Não precisa ficar nervosa, trate isso como uma conversa comum. Somos amigas e estamos conversando, ok?

- Ok.

-É então Dayane, como veio pra sessão hoje?

- Eu vim de carro e sozinha, não quis que meus pais viessem então resolvi vir sozinha

- E como se sentiu durante o caminho e durante essa semana?

- Eu tenho me sentido um pouco.. Estranha talvez? Vim o caminho todo nervosa dentro do carro, me sentia com medo e extremamente minúscula em frente ao volante. Tenho tentado dormir mais cedo, mas não consigo, toda vez que fecho os olhos eu me vejo no acidente, pareço ver meu corpo sendo arremessado pra fora e acabo não conseguindo dormir, acordo estressada e sinceramente tô tendo um péssimo desempenho em um tudo na minha opinião. - Ao ouvir isso eu escrevi "Estresse-pós traumático" no meu caderno.

- Entendendo. Você pode estar com uma ansiedade muito forte e isso trás o medo de carros ou até de pistas por causa do acidente, recomendo que pare de tomar cafeína e comece a tomar alguns chás que ajudam a dormir. Não vou te receitar nenhum tipo de remédio tarja preta porque ainda acho cedo pra fazer isso, não sei se você tem algum problema que faça seu corpo rejeitar o remédio então comece a tomar um chá de camomila antes de dormir, ok? - Ela assentiu e então eu mudei de assunto. Perguntei pra ela sobre seus gostos pra música, sobre seu trabalho, sua família e etc.

Eu tinha 2 horas de sessão com ela e pareceu passar bem rápido infelizmente, quando terminamos eu levei ela até a porta e ela parecia querer falar algo, mas parecia presa.

- Carol

- Sim?

- V-Você quer sair comigo? Só sair pra comer, sei lá.. Podíamos ir pra algum restaurante se quiser, o-ou não

- Dayane, eu não acho que seria legal sair com uma paciente pra um encontro - Sim, eu estou mentindo.

- Mas não sou só sua paciente, sou sua amiga e eu sinceramente não tenho o menor problema em mudar de piscicologa só pra sair com você - Quando ouvi aquilo eu sabia que não teria como dizer não, uma hora isso ia acabar acontecendo. Ela ia me reconhecer de alguma forma e iria tentar falar comigo.

- Tá bom, eu aceito seu convite Dayane.

- Tem mais alguém pra falar com você hoje?

- Não

- Ótimo, a gente vai sair agora.

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