15

1.2K 116 2
                                    


D.L/P. O. V/ Capítulo 15

Dor de cabeça, claridade vindo da janela e cheiro de café. Foi com isso tudo que eu acordei. Quando olhei pra janela vi o tempo fechado, aquele não iria ser um dia de sol e sim de chuva e nuvens no céu. Eu adoro dias assim e sempre preferi o tempo nublado então me senti um pouco melhor em ver o céu daquele jeito. Eu estava em uma cama desconhecida e sem ninguém ao meu lado, realmente espero ter ficado tão bêbada a ponto de ter ido pra um hotel ao invés de ter ficado bêbada e ido pra cama de alguém que com certeza não é ruiva e não se chama Caroline.

Me levantei e fui seguindo o cheiro forte de café que pairava sobre aquele ambiente e quando cheguei na cozinha americana em tons escuros vi uma mulher de estatura pequena e fios ruivos. Ok. Eu preciso muito parar de beber. Ela estava de costas e então eu me sentei no banco que havia no balcão e ao me sentar o banco fez um barulho pequeno que a fez se assustar e dar um pulo. Eu não aguentei e comecei a gargalhar quando vi o susto da Carol e ela pousou a mão direita no peito como quem confirmasse se o coração estava batendo mesmo ou não.

- MAS QUE PORRA DAYANE! - Ela gritou e minha cabeça começou a latejar por conta do barulho e eu coloquei a mão na cabeça como tentativa(inútil) de fazer a dor parar.

- Desculpa, desculpa, desculpa. Eu esqueci da sua ressaca. Toma aqui, vai fazer você se sentir melhor - Ela falou me entregando uma caneca com café quentinho e eu peguei na mesma hora e tomei. Café forte e sem açúcar como ela sempre fazia, acabei sorrindo ao lembrar disso e ela me olhou como se tentasse adivinhar no que eu pensava.

- Café forte e sem açúcar como você sempre fez pra mim. Nostálgico. - Falei e ela sorriu parecendo sentir a mesma nostalgia. Mas em pouco tempo o sorriso se desfez e ela me olhou um pouco, fria?

- Já que nós estamos em pura nostalgia vamos a pior parte. Precisamos conversar ok? Não dá pra ficarmos desse jeito, não temos mais 15 e 18 anos pra discutirmos e só voltarmos se for a base da bebida Dayane, eu não quero que seja desse jeito. - Errada ela não estava, eu sei disso. Sempre funcionamos desse jeito, a Carol sempre foi a mais calma e eu a mais"explosiva", nunca fomos de discutir e sim de conversar, mas quando discutíamos eu sentia que haviamos terminado e não procurava saber se era mesmo um término então saia pra beber. Depois de ficar tão bêbada a ponto de achar que mercúrio estava acenando pra mim eu voltava e ia logo em direção a casa da Carol já que a noite o tio dela nunca tava em casa, eu dizia que não podia a perder e que tava bebendo por culpa dela e ela sempre cuidava de mim e tentava fazer eu me sentir melhor. Se opostos não se atraem o universo fez algo de errado comigo e com ela, sinceramente.

- Eu sei. Eu só quero recomeçar tudo Carol, quero conhecer você de novo e nem precisamos começar a namorar agora ou algo do tipo, só preciso conhecer você agora e de novo. Por favor não me recusa e não recusa esse único pedido que eu tô te fazendo - Falei com o olhar baixo evitando o máximo possível ter contato visual com ela, mesmo que pra mim ficar olhando pra Carol seja algo ótimo eu preferi evitar isso naquela hora.

Ela deu a volta no balcão e veio até mim, ficou entre as minhas pernas e então colocou suas mãos no meu rosto e o levantou.

- Não vou recusar você e não vou recusar seu pedido. Esperei tempo demais pra ter você tão perto e eu não quero que você saia daqui ok? Só vamos com calma, vamos sair, ir ao cinema, a cafeteria e etc só pra nós conhecermos de novo. Vou ficar feliz em conhecer essa nova Dayane e acho que vou ficar tão apaixonada por ela quanto eu fui pela antiga - Ela falou calmamente enquanto olhava nos meus olhos e eu me derreti totalmente e tenho certeza que isso ficou claro na minha expressão já que ela me olhou com tanto carinho que eu tenho certeza que se eu fosse um ursinho de pelúcia estaria sendo esmagado por ela.

- Obrigada por cuidar de mim.

- Eu que deveria agradecer por você ainda querer que eu cuide de você.

\\ Back to You \\ Onde histórias criam vida. Descubra agora