Partida.

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(Tentei ao Maximo deixar tudo bem claro e explícito com relação ao ocorridos anteriores ao inicio da trama

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(Tentei ao Maximo deixar tudo bem claro e explícito com relação ao ocorridos anteriores ao inicio da trama.)

O sol eterno radiava fraco por entre as longas e infinitas dunas de neve. A jovem devaneava tristemente contemplando o temeroso horizonte que havia levado primeiro sua mãe, depois seu pai e agora seu irmão. Ela o odiava, mas sabia que o único modo de conseguir ter paz era enfrenta-lo.

Aquele mundo hostil de onde vieram inúmeros demônios trajados de chamas e portando ferro e aço. Um horizonte perigoso que trazia com sigo apenas dor e sofrimento. A onde estava sua família.

Pela manha um vento gélido vem se despedir, enquanto a jovem parte escondida de sua acolhedora avó. Que descansava docemente, sonhando com o regresso de seu genro e neto, que estavam distantes a lutar pela vida e liberdade e ela própria usufruía.

A neve sobre seus pés a engole como um caloroso abraço de mãe, quase como se tentasse a impedir de partir. Um ultimo olhar em seu pequeno vilarejo de neve e amor; que compunha-se de apenas crianças e mulheres, e talvez alguns idosos.

Ela põe tudo o que podia dentro de uma pequenina canoa feita a mão e parte. Uma trouxa de roupas para se trocar, um saco de dormir, um pouco de alimento a foto de sua família. E muita esperança.

Por dias horas e semanas ela rema sem saber se estava seguindo em frente ou voltando em círculos. O cortante vento ártico a castiga como se a obrigasse a voltar a seu lar; como se a empurrasse de volta, tornando sua luta ainda mais desgastante.

Suas mãos cobertas por pura pele de leão marinho costuradas em luvas; congelavam, porem ela não se importava. Estava focada em seu objetivo, vencer aquelas águas, vencer seus medos, vencer a guerra.

Ela devaneia, voltando a época em que o mundo se tratava apenas deste pequeno paraíso congelado; quando brincava com seu irmão ligeiramente mais velho enquanto sua mãe os observava orgulhosa. Seu pai caçava junto dos outros homens de sua tribo e tudo a sua volta parecia cintilar.

Um forte rajada a traz de volta de seus pensamentos, jogando a contra dura realidade que se encontrava. Não tinha como lutar. O vento era forte e ela fraca. Sua pequenina canoa é jogada de um lado a outro sem que ela pudesse se defender. Agarrando-se a vida e a suas poucas coisas ela se abaixa, rendendo-se a força da correnteza.

O mundo para de girar. E ela se levanta sentindo o calor por baixo das grossas roupas de pele de animal, tingidas de azul. Retirando suas luvas às vê suadas, e o mesmo escorre por sua testa entrando por sua roupa. Estava muito quente e ela se via no meio do oceano. Límpido e vazio.

Retirando o grosso e pesado capuz seus longos e ondulados cabelos se vêem livres pra dançar com forme o vento. Duas pequenas tranças eram amarradas em sua nuca e ela logo trata de prender o restante do cabelo em uma trança grossa.

A forte tempestade havia a arremessado mais longe do que imaginava. Não fazia a menor idéia de onde estava muito menos para que direção iria. O sol radiava forte e não podia se localizar pelas estrelas. Não havia a onde se cobrir e se proteger de um sol que nunca havia enfrentado na vida.

Ela retira seu manto grosso se cobrindo com ele o fazendo de cabana. Teria tudo aquilo sido um grande erro? Será que sua mal iniciada aventura acabaria ali? Seus remos haviam desaparecido. Levados pela mesma fúria que a havia arrastado ate aquele local desabitado. E ela esta só.

Havia crescido em volto de água, água amiga. Porem esta era estranha. Salgada. Que tipo de água tem sal?

Era impossível de beber. E a fome começava a apertar. Seu alimento era farto porem ela sabia que não duraria muito. Desesperada e farta de ser sempre fraca ela põe suas mãos sobre a água como se estivesse tentando acaricia-la; ela ora e pede, tenta fazer força. Nada acontece. Tenta de novo. Agora com mais raiva e fúria. Parece funcionar, a água se move e ela se anima, ela iria sobreviver mais um dia.

Com cuidado e muita concentração ela vai puxando sua pequena canoa surrada em uma direção aleatória, porem é só a maré soprar que a levava a outra direção. Insistente ela não desiste. Força e luta. E assim o dia passa e chega à noite.

Em sua terra a noite durava dias e os dias também, sendo épocas do ano, porem neste novo mundo o dia e a noite dançavam bem mais rápido a deixando um pouco confusa. Ela já havia ouvido falar que o mundo fora de sua terra congelada era muito diferente, mas não esperava que o dia e a noite também fossem.

Aproveitando que o sol impiedoso a havia dado uma trégua, ela tenta se localizar pelas estrela, em vão. Ate suas estrelas tinham sido levadas. Nada era conhecido. Em que mundo hostil e cruel ela estava?

Começava então a se questionar. Talvez tenha mesmo sido uma péssima idéia. Talvez devesse ter ficado em casa. Talvez esta seja a punição por não ouvir sua família, que sempre a protegeu de todos e do mundo.

Volta a se lembrar de sua carinhosa mãe, seu sorriso tenro que a transporta de volta ao lar. Sua avó que deveria estar a frangalhos atrás de si, seu pai que nem sonhara imaginar que ela poderia estar naquela situação. E seu irmão. Seu teimoso irmão que assim como ela havia saído em busca de acabar com tudo aquilo. Alguns anos antes...

Ela acorda assustada. De novo o sol a castigava. Cegando-a.

A boca seca, nada para se beber. Como ela iria imaginar que alguém havia salgado a água? Só poderia ser culpa dos cruéis seres de fogo.

O dia passa e ela continua sua luta contra os ventos e correntezas. O sol cruel faz sua pele arder e doer cada vez mais. O mundo começa a ficar cada vez mais embaçado. E derrepente tudo desaparece...

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Ela desperta com uma rajada de água fria sobre si. Estava acorrentada a uma parede de aço frio, e um demônio trajado de pele humana a encarava por baixo de suas vestes de aço e fogo. Ela treme e teme. O homem sorri, e sai da sala a trancando.

O imenso navio balança, a fazendo se sentir cada vez pior. A onde estavam suas coisas? A onde ela estava? Demora algum tempo para ela se tocar que não estava sozinha. Um velho magro a olhava entristecido, amarrado ao chão este abraçava uma pequena criança, que se escondia entre seu finos e fracos braços. Suja e ferida parecia temer a tudo não querendo ver nada, enquanto o velho fitava tristonho o local a sua volta. E sem dizer uma única palavra ele afirma a pobre jovem de cabelos e pele morena. Nós vamos morrer.

O sol não desiste de castigar a pobre jovem, transformando uma cela em um forno que balançava, devaneios de sua pobre família já não a confortavam mais. Ela nunca mais os veria.

E logo um braço forte a ergue do chão, forçando a caminhar para fora. Os gritos da pobre criança estremecem seu corpo, ele era arrancado do senhor que não pode lutar contra a força dos homens, sendo levado junto com ela. O senhor fica para traz e logo um curto grito é silenciado. A criança se desespera ainda mais, esmurra e chora inutilmente.

Seus pés se tropeçam e ela mal consegue andar, sendo levada junto outras jovens, que assustadas engolem seco ao vela ser atirada junto das demais. Fraca ela não pode se reerguer, nem mesmo ver a onde estava. Lutando por mais alguns segundos de consciência ela percebe estar em um cais.

Lotado de embarcações dos demônios e comerciantes acostumados com o terror e humilhação.

( Como deu pra notar não gosto muito de fazer falas. Porem vou faze-las sim. Espero que a narrativa tenha agradado. Deixem suas criticas.)

A lenda sem o avatar. (Livro 1 Agua)Onde histórias criam vida. Descubra agora