Desilusão

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(Ate que eu demorei pra por "ele" na trama

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(Ate que eu demorei pra por "ele" na trama. Não foi de propósito. Simplesmente ficou assim.)

O mar acertava com fúria o forte casco do navio. A embarcação quase não suporta. Os homens correm de um lado a outro sem saber o que fazer, lutando contra a fúria da natureza que se jogava por sobre eles.

O navio era forte e resistia a tudo o que o mar furioso jogava sobre ele, a fúria dos céus parecia roar, enquanto o céu e o mar se confundiam em quantidade de água e localidade. Levantando e rodando a pobre embarcação entre suas presas.

Seu dono por sua vez não se importava com o pavor e desespero de seus tripulantes ou o estado de seu navio.

Os olhos amarelos como o sol faiscante estavam vazios e mortos, a fitar a densa e implacável tempestade. A cicatriz em sua face esquerda era sua marca e seu martírio. Ela havia tomado um quarto de seu rosto e com isso seu olho boa parte de sua testa e fundido sua orelha ao crânio. Seu corpo inerte e mergulhado em pesar e culpa, ensopado, não despertava nem com os gritos de seus homens.

Apesar de jovem parecia carregar o peso de mil vidas. Seus finos e escuros cabelos, amarrados em forma de um longo rabo de cavalo era a única coisa que se movia em seu corpo, seguindo junto das velas as ordens marrentas daquela tempestade.

Porem assim como chegou à tempestade se vai. E o sol se mostra ainda mais radiante e amistoso, e todos se põe a comemorar. ...menos ele.

Era só mais um dia em sua sina... e parecia que nem mesmo a morte queria liberta-lo.

Abandonando as comemorações exaltadas da tripulação o jovem adentra o navio em busca de seus aposentos para isolar-se mais uma vez, sendo seguido apenas pelo olhar tristonho de um senhor de face gentil e reconfortante.

O quarto escuro e sem janelas possuía apenas uma estreita cama, um tapete em uma das paredes portando o símbolo de sua gloriosa nação e uma pequena cômoda que continha uma espada embainhada e velas.

O jovem para perante a cômoda parecendo que iria orar, porem fica a intimidar a lamina escondida. As velas tripilam seguindo sua calma e quase inexistente respiração.

O senhor de face dócil entra no quarto em silencio. Preocupado ele se aproxima do jovem que não se preocupa em virar-se. Apesar de ter acabado de sair de um densa tempestade se corpo estava completamente seco.

Sem ter o que dizer o senhor apenas suspira e sai dos aposentos fechando a porta e deixando o jovem sozinho. Ele era teimoso e forte de mais para tirar a própria vida.

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O navio se atraca e saudosos os homens deixam a embarcação, descendo com seus pertences. Era fim de mês e haveria uma troca de pessoal, aqueles retornariam satisfeitos a suas famílias e novos homens entristecidos subiriam a bordo para servi-lo.

O jovem não desce, ele nem sequer sai de seus aposentos. Já sabia o que iria passar se o fizesse. Não estava fugindo, apenas estava cansado de ouvir o mesmo papo enfadonho mês após mês, anos após anos.

O senhor desce ao cais, pensativo. Analisa os novos homens que subiriam a bordo e sorri para anima-los. Afirma que um mês passa bem rápido e que todos se divertiriam muito neste tempo. Sabendo ser mentira.

Ele segue pelo vasto mercado. Espia os comerciantes por entre ombros e segue seu caminho. Apesar de ser um bom comprador ninguém o queria ali. Suas vestes assustam e intimidam a todos. A cor do sangue e do fogo era o temor dos homens daquela região. Isso já não o afetava mais. Estava acostumado a este tratamento dês que sairá de seu lar quando garoto para embarcar no exercito. E agora novamente com esta nova tripulação. Só que desta vês ele não lutava.

Algo logo lhe chama a atenção. Uma larga moldura com quadrados pintados de maneira a formar um losango e um quadrado o arremata a uma época mais doce, quando inocente ele acreditava na bondade humana. Seus olhos dourados como o ouro a refletir o próprio sol tripilam ao ver o vendedor pegar a moldura de madeira e entregar-lhe.

Não era difícil de notar que o velho se tornara uma criança com uma bola nova. Feliz ele não tinha palavras para agradecer o vendedor. Não aceitando o preço pedido e o entregando algumas moedas a mais; que alegram a filha e a esposa que as recolhem rapidamente, voltando à tenda. Ele os saúda e sai seguindo seu caminho com vigor; compra alguns pães com uma senhora que parecia menos intimidada e cantarola uma musica agraciando uma pequena criança que sorri. Sendo logo retirada de perto dele. Coisa que o entristece. ---- Não sou nenhum monstro. ---- pensa ele ao distanciar-se. ---- Não sou mais.

Na volta a seu navio uma jovem de cabelos castanhos e pele morena agarra sua perna. Ele sinaliza para um homem que vinha castiga-la, furioso, para que a deixa-se em paz. Bela a jovem estava muito fraca; e um nó se faz em sua garganta.

Entristecido ele pega um dos pães com o ímpeto de lhe entregar, porem ao ver o estado das demais jovens ele cessa e pensa por um ou dois segundos. O nó em sua garganta se aperta quase o sufocando. Ele então pega um pote. Pequeno e contendo um liquido viscoso e passa algumas ervas sobre ele. Respira fundo. Olha em volta. Ninguém o via, ninguém se importava com aquelas jovens ali. Ele se abaixa e entrega o pão recheado com as ervas batizadas e parte rapidamente sem olhar para traz; arrependendo-se amargamente do que havia feito.

E finalmente de volta ao navio todos partem. Só estavam esperando por ele.

Algumas léguas a dentro ele abre seu novo tabuleiro, o cheiro de madeira nova rescem esculpida era ótimo. Ele não demora a chamar alguns dos tripulantes, os ensinando as difíceis e antigas regras deste jogo tão respeitado e antigo. O Pai Sho.

As regras são confusas e difíceis, os homens se entretém por horas. Ele não. Já fazia isso há tantos anos que ate seu jogo predileto já havia perdido o sentido.

Pegando uma pequena pedra da mesa com o entalhe de uma flor de lotos, ele deixa o conforto da saleta indo a te o convés a onde se põe a fitar o horizonte sem fim. Tentando se esquecer das jovens. Da pequena jovem que o pediu auxilio mudamente. De seu ultimo feito cruel que amargava sua garganta.

Por meio segundo a pequena peça de madeira deixa seus dedos e perambula pelo recosto do navio quase se aventurando no mar aberto. Ele a segura com as patas de um gato. Voltando a olha-la seriamente.

Um meio sorriso se faz em su rosto e ele ordena uma nova direção a este navio.

(Estou muito feliz de finalmente estar postando esta trama para o mundo. Mesmo que não se torne popular é uma meta minha que estou cumprindo.)

A lenda sem o avatar. (Livro 1 Agua)Onde histórias criam vida. Descubra agora