11. love is a wild thing, mother

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roi ❤️ que saudade de vocês aaaa. espero que estejam bem, que a semana tenha sido boa

bem, eu tenho 2 avisos:

- esse capítulo é um pouco grandinho mas é dividido em várias cenas

- tem algumas partes mais sentimentais (talvez tristes? não sei, é sensível), mas tem partes leves também

músicas (em ordem de aparição): Love is a Will Thing / Mother (ambas da Kacey Musgraves) / Breathless (que já apareceu antes mas dessa vez é a versão de The Corrs mesmo kkkk)

me avisem se houver qualquer erro ortográfico! 💕

boa leitura ❤️

...

Amanda costumava cantar para Catra antes de irem dormir.

A mãe sempre gostou de um pouco de música clássica e tocava demais no piano com a filha, mas também adorava o violão e músicas country calmas. Além de Slow Burn, sua favorita, ela vivia cantando "Love is a Wild Thing".

Ela até chorava às vezes de saudade de alguém nunca chegou a conhecer.

Running like a river trying to find the ocean (correndo como um rio tentando encontrar o oceano)
Flowers in the concrete (flores no concreto)
Climbing over fences, blooming in the shadows (escalando cercas, florescendo nas sombras)

Places that you can't see (lugares que você não pode ver)
Coming through the melody when the night bird sings (vindo através da melodia quando o pássaro da noite canta)
Love is a wild thing (o amor é uma coisa selvagem)

— A sua voz é tão bonita — Catra disse depois do Amanda cantarolar.

— Prefiro a sua. E sou mais desafinada. Você tem um talento natural, minha gatinha.

Amanda apertou o nariz da filha de brincadeira. Catra observou a mãe com carinho. Sua pele escura assim como o cabelo encaracolado, dentes brancos num sorriso perfeito, a marca de nascença no pescoço, olhos castanhos... ela era perfeita.

— Um dia eu vou compôr uma música pra você — a filha disse.

— Jura? Eu vou adorar.

— É. Aí eu canto pra você antes de dormir. A gente alterna.

Amanda riu e abraçou a filha, uma investida para fazer cócegas nela. Catra riu até a barriga doer e os olhos lacrimejarem. A mãe era brincalhona com ela. Por fora era meio fechada com as pessoas, na maioria das vezes uma mulher infeliz, mas não quando estava com Cat. Elas se amavam e eram melhores amigas, o porto seguro de ambas.

Por um bom tempo Catra pensou que na verdade sua alma gêmea devia ter sido Amanda. Elas eram tão conectadas que pareciam uma só. E além disso, quando a mulher faleceu, uma parte de Catra também se foi.

Então Catra tocava porque era o único jeito de conversar com Amanda.

...

Catra piscou para afastar as lágrimas. Ela estava sentada na recepção do lado de fora da sala de música esperando a aula de Scorpia terminar. Suspirou e afastou esse sentimento. Se ficava parada por um tempo as memórias voltavam.

Ela levantou da cadeira e espiou pela fresta da porta lá dentro. Era jazz. Scorpia tocava animada o ritmo agitado e Cat sorriu. Todo mundo era tão talentoso e quando os instrumentos se juntavam para fazer a música completa certa magia pairava no ar.

STRANGERS • catradora (she-ra)Onde histórias criam vida. Descubra agora