ᴄᴏᴍᴘᴜʟsɪᴠᴇ ʟɪᴀʀ -ʀᴇᴅᴅɪᴇ

>0.6<

Bom cap 💨

Narrated by Eddie—

Eu estava um pouco adiantado para a ir pra escola, então resolvi tomar café da manhã com a minha família hoje. Talvez não fosse a melhor opção já que elas me encheriam de perguntas sobre ontem, mas talvez fosse bom desabafar com alguém sobre isso. Foi tudo tão de repente que eu até penso se aquilo não passou de um bom sonho, mas aí eu lembrei que passei a noite em claro por gay panic, então isso confirmava que aquilo era real.

Eu poderia estar exagerando, até porque foi só um beijo, mas eu esperava aquilo por tanto tempo que valeu a pena esperar o Richie tomar iniciativa. Eu estava curioso pra saber com reagiríamos um na frente do outro na escola, mas ao mesmo tempo eu evitava pensar nisso para não atrair nervosismo desnecessário antes da hora.

—Bom dia —Depositei um beijo na bochecha da minha mãe e da Kate.

Me sentei na cadeira à frente, pegando o creme de avelã e passando na panqueca já que eu não gostávamos de melado. Não era algo muito saudável para se comer de manhã, principalmente para mim que tenho enjoos toda vez que como doces de manhã, mas essa era uma ocasião especial.

—Alguém acordou de bom humor hoje —Minha mãe havia reparado nesse detalhe.

—Já sabemos o motivo, e olha... que motivo ein —Talvez eu estivesse começando a me arrepender de tomar café da manhã em casa hoje. —Pode começar a dizer, como foi com o vampirão?

—Não tenho nada a declarar.

—Ah tem sim Edward Kaspbrak, quero saber detalhes —Minha mãe não costumava ser autoritária, mas a curiosidade dela parecia falar mais alto.

—Foi legal, só isso —As duas me olharam com um olhar desconfiado, como se não acreditassem em mim. —Olha só o horário! Estou atrasado, tchauzinho para as duas.

Sai daquela mesa antes que elas arranjassem um jeito de me constranger mais do que eu já estava. Tive um pouco de dificuldade pra trancar a porta, mas quando finalmente consegui acabei batendo de frente com alguém que pelo visto estava na minha varanda. No meio desse baque eu acabei me desequilibrando, sendo muito bem recebido com um abraço do chão gelado e sujo.

—Ai- me desculpa, não queria te derrubar —Richie me ajudou a levantar, enquanto eu dava algumas batidinhas na parte traseira da minha calça. —Oi, e aí?

Só aí eu olhei para ele. Eu não sabia como agir, e isso era bem estranho. Tentei avançar pra um abraço, mas ele havia estendido a mão para um cumprimento, então recuei para lhe cumprimento com a mão, mas aí ele avançou para um abraço e nos dois parecíamos dois bonecos de posto tentando se abraçar. Foi constrangedor, então simplesmente ignoramos e seguimos a caminho da escola um do lado do outro. O caminho estava bem silencioso e incômodo, mas isso mudou quando Richie se pronunciou.

—Porque as coisas estão estranhas agora? —ele era alguém bem direto, e talvez isso me incomodasse um pouco.

—Eu não sei —digo com sinceridade.

—Depois de ontem eu achei que a gente se cumprimentaria com beijinhos e essas coisinhas boiolinhas —Talvez eu também tivesse esperando isso. —Aliás, é o que somos né?

—Isso ai —soltei um riso.

—Mas então, o que achou de ontem? —paramos de caminhar.

—Era seu aniversário, você que deveria achar algo.

—Mas quem deu o presente foi você, aliás que presente ein —Me arrepiei só de lembrar.