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Bom capítulo 💨

Narrated by Eddie—

—Já disse que não vou! —Disse para Beverly pela terceira vez.

Beverly já estava ficando entediada com tamanha teimosia de seu amigo.

—Mas seria bom pra tirar você dessa bolha de anti-socialismo —Seus olhos ficaram miúdos, fazendo com que suas sobrancelhas franzissem e um biquinho se formasse em seus lábios.

Ela havia insistido pra vir em minha casa hoje, alegando ter um "convite irrecusável" —palavras dela. Eu amo minha amiga mais do que a mim mesmo, mas não suporto quando ela se vê na obrigação de me fazer socializar.

—Anti-social não, apenas reservado —respondo-a. —E eu já disse que não quero, ponto final!

—Mas eu sei quem te fará mudar de ideia —eu não tinha interesse em ouvir, mas deixei que falasse apenas para não ouvir reclamações por ser um péssimo amigo depois. —, Richard Tozier estará lá!

Richard Tozier.

Um nome bonito se parar para reparar.

Admiro-o desde o 7 ano do ensino fundamental. O observo em todos os lugares: salas, corredores, refeitório e principalmente pela janela. Sim, ele é o meu vizinho, e seu quarto é de frente para o meu.

sorte eu diria.

Me sentia um stalker psicopata toda vez em que me pegava olhando pra ele, mas era algo automático, quase impossível perceber o quão estranho isso parecia, já que pra mim era rotina.

Aos olhos alheios ele não passava de um garoto inteligente, desajeitado e com piadas sujas, mas para mim ele era muito mais do que isso. Nem sei quando esse fascínio começou, mas sei que desde então só fica maior a admiração que eu tenho por esse garoto.

—O que te faz pensar que eu iria só por ele? —Questiono-a.

—O fato de você ser obcecado por ele —respondeu de uma forma simples.

Tentei fazer a minha melhor expressão de indignação, mas suas sobrancelhas arqueadas me mostravam que eu não era bom em esconder as coisas.

—Sabe, talvez você esteja certa, pode me buscar às 20:00?

[...]

—Se for dormir na casa da Beverly, me avisa! —Minha mãe Maggie, nos alertou antes de sairmos.

—Pode deixar Sr. Kaspbrak —Bev responde.

—E se divirtam —Kate (minha madrasta), veio até nós colocando algo em nossos bolsos. —Não quero ninguém com doenças por aqui.

Camisinhas.

—Não vamos usar, assim como das últimas vezes que você me deu isso —aviso, mas só por precaução eu levo comigo.

Beverly estava com seu conversível vermelho que havia ganhado do pai no começo do ano, e até hoje eu não entendo como ela convenceu-o de lhe dar um carro desse porte.

—Por que seu pai te deu esse carro? —Por pura curiosidade, pergunto.

—Descobri que ele perdeu uma das joias da mamãe, então assumi a culpa no lugar dele em troca do carro.

—Espera, só isso?

—Você acha pouco? Minha mãe brava é um bicho de sete cabeças que cospe fogo, tenho sorte de ela não ter brigado tanto comigo.

Isso parece um white girls problem, e realmente era. A família de Beverly sempre teve o bolso trasbordando de dinheiro, mas tudo isso porque conservavam suas riquezas, fazendo com que nunca precisassem chegar perto da falência. Seria o tipo de pessoas que eu negociaria futuramente.

ᴄᴏᴍᴘᴜʟsɪᴠᴇ ʟɪᴀʀ -ʀᴇᴅᴅɪᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora