28- deixe-os cair

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  Liguei para Harry e coloquei o celular no viva-voz.
Ele está conectado com o instituto neste momento podendo acessar qualquer coisa.

— eles saíram— Harry avisou— cuidado lá, as câmeras só vão até o quinto andar.

  Entramos no salão principal. O painel de missões está piscando freneticamente.
Fomos direto para o elevador e subimos até o sexto andar.
Passamos pelo escritório e algumas outras salas, a última delas está trancada. Nos afastamos e Lorenzo abriu a porta com a força de lobisomem.

— conseguiram?— Harry perguntou no celular.

— ele está desacordado— falei observando o corpo do Sr. Pierce adormecido em uma cama.

  Cody e eu entramos no quarto, Lorenzo ficou na porta.
A pele do Sr. Pierce está pálida, eu me pergunto se ele ainda está vivo.

  Tem um armário com vários medicamentos no canto da sala.
Eu tive uma péssima ideia.

  Fui até o armário e peguei uma seringa, depois, uma dose de epinefrina.

— o que você vai fazer, Kath?— Cody me perguntou.

— acordar ele.

  Aproximei-me do Sr. Pierce e injetei adrenalina nele.
Talvez o organismo dele não aguente isso, eu não sou médica. E se eu tiver matado ele?

  Um barulho no teto me tirou dos pensamentos.

— o que tem no próximo andar?— perguntei a Harry.

— eu não sei bem, por quê?

— eu tô indo lá— desliguei o celular e o guardei no bolso— se ele acordar me avisa— pedi a Cody.

  Voltei para o elevador, Lorenzo ficou com Cody no quarto do Sr. Pierce.
Subi até o sétimo andar.
Quando a porta do elevador abriu revelou um corredor totalmente escuro. Peguei meus dois punhais e segui até o fim. Pelo caminho havia várias portas trancadas, mas ignorei todas elas quando escutei novamente um barulho.

  Eu me choquei com uma parede, parece que é o fim do corredor, mas é impossível ver qualquer coisa aqui.

— acende a luz— uma voz falou e comecei a procurar o interruptor.

  Quando eu encontrei e acendi a luz me deparei com uma espécie de jaula. Há vários caçadores presos.

— o que vocês​ estão fazendo aqui?— eu perguntei.

— Courtney nos prendeu aqui— uma mulher respondeu, ela é a líder dos caçadores de sangue— ela não gostou quando nos recusamos a matar inocentes.

— onde está a chave?

— a cela só abre com uma senha— ela contou.

  Peguei o celular novamente e liguei para Harry. Ele não demorou para atender.

— sim?

— você por acaso sabe a senha de uma certa cela aqui do instituto?— perguntei torcendo para que Harry soubesse.

— a única senha que eu sei é a da cela que foi usada para prender os lobisomens neozelandeses em 1974, mas a cela não existe mais...— Harry pausou, ouvir ele suspirar do outro lado da linha— a cela está aí, não é?

— sim.

— eu desconfiava disso. A senha é 130205— Harry falou— é melhor vocês serem rápidos, tem muitos caçadores chegando no centro.

— estamos indo— desliguei a chamada— antes de eu abrir preciso saber, vocês escolhem qual lado?

— escolhemos o lado que protege nossa cidade, não que sentencia ela ao caos.

  Digitei a senha. Os caçadores saíram da cela e me seguiram. A líder dos de sangue, Ane, desceu junto comigo. Fomos até o quarto e encontramos o Sr. Pierce acordado.

— o senhor está bem?— Ane perguntou e o Sr. Pierce assentiu.

  Ajudamos ele a se levantar e fomos para o térreo, onde os outros caçadores estão esperando já armados.

  O Sr. Pierce disse que estava bem, então nos afastamos.

— eu quero pedir desculpas a todos vocês, desconfiava dessa ameaça e não impedir... Não parei minha própria filha e agora sofro as consequências— ele falou um pouco abatido— agora ela vai presenciar a própria ruína.

— deixe-a cair— Ane falou.

  Saímos do instituto.
Mandei mensagem pra Harry, ele disse que o centro está cheio de caçadores. Falei pra ele dar o sinal para os outros da mansão dourada.
Vamos cerca-los.

  Continuamos andando até o centro da cidade. O Sr. Pierce foi falar com as autoridades e tentar conseguir ajuda para poder livrar Long Beach.

  Quando eu fui dá mais um passo minha cabeça girou e minha visão escureceu por um momento. Minha mandíbula começou a doer intensamente e a base das minhas unhas também.
Caí de joelhos no chão, Lorenzo e Cody pararam para me ajudar.

— Katherine você está bem?— Enzo perguntou. Meus olhos estão fechados, a luz da lua me incomoda— Kath, olha para mim.

  Fiz o que Lorenzo pediu, olhei para ele, mas ele se afastou num salto. Cody me olha apavorado.
Os caçadores continuaram marchando​.

— o que foi?— perguntei desesperada. Um osso meu quebrou fazendo um grande estalo— o que tá acontecendo?

— Cody, vai atrás de Catelyn. Agora!— Enzo mandou e Cody saiu correndo— Katherine, foca em minha voz. Você é um experimento, quer dizer, um sucesso. A lua chegou no ápice e você está se transformando como um lobisomem.

— não, não, não— falei choramingando— faz parar, Enzo, dói em tudo.

  Lorenzo apertou a minha mão e começou a contar sua primeira transformação.
Eu não prestei atenção no que ele dizia, era como se tivesse altos- falantes em cada orelha minha.

...

— Catelyn.

  Nós quatro estamos presos dentro de um blindado que estava vazio na rua. Não podemos sair, estamos cercados.

— gente, eles estão correndo— Ezequiel falou.

  Eu olhei pelo vidro e vi os soldados correndo em direção a caçadores do instituto, Cody estava com eles.

— começou— eu falei.

  Descemos do carro e na outra direção estavam os nossos soldados, correndo em direção a luta.

— vamos lá, galera!— Tyler se misturou.

  Fizemos o mesmo e começamos atacar os soldados do projeto Leopardo.
Alguém me puxou, foi Cody.

— Katherine, ela está se transformando.

— o que?— gritei.

— Lorenzo precisa de você lá, na esquina antes do instituto.

  Deixei tudo para trás e corri em direção a minha irmã. Eu já sinto o poder da lua, ela chegou ao ápice. Talvez seja por isso que corri muito mais rápido.

  Quando avistei Lorenzo segurando a mão de Katherine no chão meu coração gelou. Ela é uma daquelas coisas. Ela agora é um projeto deles que aparentemente deu certo.

  Quando cheguei perto eu me abaixei e segurei a cabeça de Katherine no meu colo.

— ela está bem?— perguntei a Enzo.

— ela tá muito lenta...— ele falou soluçando— precisa ser mais rápida ou pode acabar... Morrendo.

  Eu segurei a cabeça de Katherine de uma forma que ela olhasse apenas para mim. Um dos olhos dela está brilhando dourado.

— Kath, me escute, você tem que sentir. Sinta, Katherine, vire o animal. Lidamos com o resto mais tarde, agora precisamos de você. Vamos salvar Long Beach.

ANOITECER: os caçadores de lobisomens (1° Versão - Rascunho)Onde histórias criam vida. Descubra agora