4- registros

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  O dia ontem não foi tão produtivo, Cody não encontrou nada nos corpos.
Eu estou agora totalmente acabada, quando saímos do necrotério voltamos para o treinamento.

  Catelyn não concordou com a proposta do Sr. Pierce, mas ela não pode mudar a escolha dele.

  Hoje depois dá aula Cody e eu vamos começar a procurar pistas, uma das primeiras é saber quem são as famílias lupinas de Long Beach.

...

— você parece péssima, dormiu bem?— Mia perguntou analisando meu rosto.

— estou bem sim, é que eu e minha irmã fazemos muay thai, é normal está meio cansada as vezes— menti e Mia acreditou.

  Voltei a comer minha comida em silêncio e sem a mínima vontade de estar na escola. Mia está mexendo no celular, Alice tirando um cochilo e Jack tomando seu refrigerante.

— oh, não! Ela não vai fazer isso— Jack disse olhando para algo atrás de mim.

  Virei e seguir o olhar dele que dá diretamente em uma garota e Vanessa. Parece que as coisas não vão terminar bem entre as duas.

— o que ela vai fazer?— perguntei.

— ontem Vanessa deu uma bela de uma resposta em Heather e agora parece que ela está tentando se vingar— Mia me explicou.

  Continuamos olhando para elas. A garota, Heather, está falando alguma coisa. O dedo dela está apontando para o rosto de Vanessa, que parece estar irritada... Ela sempre parece estar.

  Sem pensar duas vezes, Vanessa desferiu um belo de um tapa na garota que caiu em seguida.
A galera do refeitório se aproximou botando fogo na briga.

  Mia levantou e me puxou junto com ela. Nos aproximamos e vimos Heather chorando.

— o que é isso?— a professora Petrovich passou pela multidão— senhorita Parker, o que significa isso?

— mande a vadia loira ficar longe de mim, Samira— Vanessa disse estridente e saiu do refeitório.

  A professora ajudou Heather levantar. Um aluno ajudou ela no caminho até a enfermaria para colocar gelo no rosto e tomar um analgésico.

— o que aconteceu?— Alice se aproximou espreguiçando-se— perdi algo?

  Sorrimos pela voz rouca de Alice. Mia contou para ela do surto de Vanessa.
O sinal anunciando​ o fim do intervalo tocou. Eu me despedi das garotas, que resolveram matar aula. Minha aula é de química orgânica agora.

  Quando passei em frente a diretoria vi Vanessa sentada conversando com a professora Petrovich. Ela olhou para mim e eu apressei meu passo.
Quando estava virando o corredor para ir pra aula esbarrei em alguém, como estava prestando atenção em Vanessa não vi essa pessoa vindo.

— me desculpe!— pedi abaixando para recolher os livros da pessoa no chão—me desculpe, eu não te vi—  olhei para cima e me deparei com Lorenzo Parker me observando.

  Levantei e entreguei os livros a ele, que não tirou os olhos de mim um segundo sequer.

  Senti minhas bochechas ficarem vermelhas com todo o contato visual. Os olhos claros a poucos centímetros de mim foi de perder o fôlego.

— Enzo, vamos!— a voz de Vanessa soou pelo corredor.

  Lorenzo passou por mim e seguiu o seu caminho até a irmã.
Respirei fundo e continuei meu trajeto até a aula.
Eu tentei focar e prestar atenção no professor, mas não consegui esquecer Lorenzo e como ele é interessante.

...

  Cody abriu um grande livro de registros na minha frente. Hoje ele foi me buscar na escola pelo bem da sanidade mental de Catelyn.

  É a primeira vez que eu estou no segundo andar. Aqui tem várias  prateleiras, etiquetas com vários nomes e lugares. E não posso esquecer o tanto de sala restrita.

  Enquanto Cody lê o livro, resolvi olhar outra coisa que possa ajudar.
Peguei um caderno com registros do ano passado.
Comecei a ler as páginas, mas não encontrei nada de tão importante.

— alguma coisa?

— não— respondi soltando o caderno— e agora?

— vamos olhar nos computadores— sugeriu.

  Sentei na frente de um computador e comecei a abrir alguns arquivos. Tem uma pasta com o nome "crimes recentes", cliquei.

  Comecei ler e logo vi um sobrenome suspeito e eu conheço sim uma pessoa com esse mesmo sobrenome.

  Me afundei na cadeira e fechei os olhos.

— o que foi?— Cody perguntou quando voltei a olhar para a tela.

— a minha professora de literatura tem esse sobrenome— apontei para a tela.

— Samira Petrovich?— indagou e eu assenti— não é ela.

— como você sabe?— perguntei curiosa.

— Samira tem registros por todo o instituto, mas acredite, aquela loba velha nunca faria isso.

  Um alarme soou alto e eu olhei assustada para Cody.

— vamos, o dever chama.

  Saímos​ da sala de registros e descemos para ver qual é missão.

  Me aproximei dos caçadores que estão olhando para a tela. Alguns dos de Prata estão reclamando.

— isso não é nosso problema— escutei Courtney Pierce murmurar com Peter.

  Fingir não escuta-la, afinal, o que tem de tão importante nessa missão pra os caçadores estarem tão nervosos?

— quem vai?— Peter perguntou para o caçador próximo ao painel.

— Cody e a pequena Whittmore— ele respondeu olhando para nós— o Sr. Pierce deu a missão de encontrar o lobo assassino para eles, então é justo eles irem agora ver o que está acontecendo na floresta.

— não devia ser alguém mais velho? Já está escurecendo— Peter pareceu preocupado.

— Calma, Bullet. Cody sabe exatamente o que fazer.

...

— eu não sei o que fazer!— Cody olhou para a entrada da mata receoso— aquele estúpido do Jason, sempre me testando!— falou exasperado.

— vamos, não pode ser tão ruim assim—  tentei esconder meu nervosismo.

  Cody deu de ombros e seguimos em frente.
O sol já está se pondo e a floresta está cada vez mais escura.

  Tentamos ser mais silencioso possível. Cody está armado até os dentes. Ele é experiente, mas não é acostumado a estar no meio do mato caçando, então entendo o porquê de tanta proteção.

— a professora tem registros por todo o instituto, mas você tem certeza que não é ela a assassina. Por quê?

— porque não é um lobisomem normal que está fazendo isso— Cody respondeu baixo— aqui em Long Beach, os lobisomens tentam ser mais discretos possíveis.

  Nesse momento ouvimos um barulho atrás de nós.
Quando eu virei vi grandes olhos vermelhos, mas ele desapareceu em segundos.

  Sem pensar duas vezes corri na direção por onde os olhos grandes sumiram.
Cody gritou meu nome, mas o ignorei.

  Parei finalmente de correr percebendo que a coisa com olhos vermelhos sangue desapareceu. Percebi também que perdi Cody de vista.

— Cody?— chamei, mas não tive resposta alguma— Cody? Você consegue me ouvir?

  Um silêncio ensurdecedor tomou conta do ambiente. Tentei procurar o caminho de volta, mas não faço a mínima ideia de como vim parar aqui.

  Depois de minutos de silêncio um grito preencheu meus ouvidos.

  Corri na direção e logo encontrei Cody no chão sangrando.

ANOITECER: os caçadores de lobisomens (1° Versão - Rascunho)Onde histórias criam vida. Descubra agora