Capítulo 10

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Já era segunda-feira. Passei sábado e o domingo de manhã ignorando minha avó. Depois que desliguei o celular na cara do Adam, apenas me deitei na cama e fiquei olhando para o teto. Não sei o que estava acontecendo, mas doía. Doía porque, pela primeira vez, alguém estava me fazendo bem, estava feliz e acabou. Pior ainda: não por ser minha culpa, mas culpa de outra pessoa que interferiu. Minha avó escreveu coisas horríveis para ele, dizendo que era um aproveitador, sem futuro, por ser um professor, usado e sem noção. Isso foi o primeiro texto dos três que ela escreveu. Se fosse eu, eu nem sequer atenderia ao telefonema.

- Charlie - minha vó me chamou,nmas eu fingi que não tinha escutado. Estávamos na mesa da cozinha, todos nós, e eu infelizmente havia tido a INFELICIDADE de sentar de frente para ele - foi para o seu próprio bem. Me olhe!

- Mãe, deixa ela - minha mãe alterou a voz, já cansada e exausta por ter discutido sério com ela sobre as mensagens - já não basta o que fez.

- Vai apoiar o comportamento dessa menina? Ficar se agarrando com homem mais velho e ainda ficar com raiva da avó por isso - minha vó questionou, revirando os olhos - falei a verdade, fui sincera.

- A senhora foi insuportável, como sempre. Tem o costumo de fazer o que bem quer para satisfazer suas vontades, sem se importar com os sentimentos das pessoas envolvidas. A senhora magoou a ele, me magoou e estragou o meu final de semana. A senhora gosta de ouvir verdades? Aí vai uma: é uma velha intrometida e apática, que se acha muito sincera mas que é mal educada e sem noção! - Bati na mesa com o punho e saí da cozinha, indo para a sala e saindo daquela casa horrível.

Depois disso, passei o final de semana inteiro com meu coração doendo tão profundamente, que poderia ter ficado dormente. Tinha medo de contar para alguém, porque sabia que Adam nem se importava tanto comigo para ficar da mesma forma que fiquei e tinha medo que me julgassem personagem de novela mexicana. Minha vó não falou mais nada, apenas me encarava de longe. Ela não pediria desculpa e nem eu. Quem fala o que quer, está disposta a ouvir o que não quer.

Voltamos no domingo à tarde. Na hora da despedida, apenas me despedi do meu avô e me joguei no carro, porque sinceramente NEM queria olhar para o rosto daquela pessoa horrível e insensível que minha avó era e eu nem sabia.

- Perdoe a sua avó por isso - minha mãe pediu, na volta para casa.

- Nunca. Se o Adam algum dia voltar a falar comigo e disser que não se magoou, talvez um dia eu quase esqueça e perdoe o que ela fez - continuei olhando para a paisagem da minha janela, deixando minha mãe me olhando pelo banco da frente..

- Calma maninha, o Adam gosta de você. Ele só precisava de um tempo para superar o que ela disse - minha irmã colocou a mão no meu ombro. Meus olhos ficaram cheios de lágrimas, o que eu tinha evitado.

Mas, agora, de frente à faculdade, elas estavam simplismente escorrendo e eu não conseguia nem prendê-las. Eu o veria hoje. E eu era novamente Charlotte, aluna e ele, o meu professor. Apenas e somente. As enxuguei rapidamente,
antes que o meu rosto ficasse vermelho.

Assim que Adam entrou na sala, abaixei o olhar. Alice me olhou, com cara de preocupação, até mesmo porque sabia da grande merda que minha avó falou. Não ousaria olhar para ele nem sequer uma vez.

- Está te olhando - Alice me avisou - Retribua o olhar, vai acabar achando que você tem culpa. Não é culpada pela sua avó idiota.

Não iria olhar. E assim se passou a aula toda, inteira e completamente, sem que eu falasse nem sequer uma palavra.

- Charlie? - ele veio até a minha cadeira, quando todos haviam saído. Apenas Alice havia ficado, encarando meu olhar fixo na janela. Tomei um susto quando falou - podemos conversar agora?

Mordi a boca, querendo ter o poder da invisibilidade para poder sumir daqui. Me virei devagar e o encarei. Não queria ter que parecer uma garotinha de 10 anos.

- Claro que sim - me levantei e esperei ele ir na frente, não sabia para exatamente onde. Nós saímos da faculdade e fomos para o lado de fora, no canto mais inferior. Não havia ninguém nos corredores naquele horário, pois a maioria dos alunos continuavam nas salas, os professores que iam.

- Eu acredito em você - ele falou, me olhando com os olhos suplicantes - Charlie, eu acredito. Sei que não respondi na hora.

- Depois de dias tentando acreditar? - perguntei, cruzando os braços. Ele parecia arrependido, parecia mesmo.

- Eu liguei. Várias vezes. Mas seu celular estava no modo avião - ele pegou meus braços e desfez meus braços cruzados - não faz isso, por favor.

- Olha - suspirei, cedendo talvez completamente - me perdoe pela a minha avó. Ela ficou sozinha com o meu celular na sala dela quando eu estava dormindo e falou com você. Olha, eu acho você uma pessoa maravilhosa, um homem empático, fofo, divertido, completamente inteligente e...

Não pude continuar, porque ele me puxou   devagar, me olhando fixamente e me deu um beijo intenso e, por segundos, até esqueci o que tinha falado,o que estava falando, o que iria falar futuramente.

Quando ele me me soltou, o olhei perplexa

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Quando ele me me soltou, o olhei perplexa. Adam se afastou um pouco, seu olhar percorrendo meu rosto como se esperasse a minha reação. Mas simplismente me aproximei outra vez e coloquei os braços ao redor do seu pescoço. Começamos a nos beijar novamente, e me senti confortável por conta daquele perfume suave que ele usava no pescoço e na roupa, suas mão percorrendo minha cintura e minhas costas, me causando arrepios na pele. Por mais meu lado estivesse me condenando por beijar meu professor na faculdade o outro lado queria ficar o dia inteiro ali, beijando ele.

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora