Depois de ter acabado o namoro com seu ex-namorado, Thomas, Charlotte saiu completamente destruída e com um único objetivo: entrar na faculdade de Letras, seu maior sonho. Mas não esperava que encontraria muitas surpresas, e entre elas, o simpático...
Acordei no outro dia com o Adam me abraçando por trás, com os dois pés por cima dos meu também. Estava tão confortável e quentinho estar ali, com ele, o ar-condicionado ligado e o edredom por cima de nós que eu desejei poder congelar aquele momento pelos próximos 2 anos.
- Bom dia, bela adormecida - ele me apertou ainda mais, dando um beijo do meu pescoço - dormiu agradavelmente?
Como nunca.
- Sim - respondi, me virando de frente para ele, ainda com meus olhos fechados e colados de tanto dormir - e você?
- Muito melhor - ele virou de barriga para cima e virou toda a cabeça para mim - você fica tão bonitinha assim que acorda.
Dei um sorriso.
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Meu celular tocou na sala e, na mesma hora, me dei conta de que meus pais já deveriam ter chamado todo o batalhão americano por eu não ter voltado para casa.
- Quer que eu vá buscar? - Adam perguntou, mas eu já estava de pé enrolada no lençol que estava embaixo do travesseiro e quase voando para atender sei lá quem fosse. Era Martina.
- Meu Deus, sua maluca! Onde está? - ela estava quase berrando, com uma voz de choro.
- No apartamento do Adam! - respondi, sentindo remorso pela preocupação.
- Poderia pelo menos ter avisado, né? Estava quase avisando aos nossos pais. Achava que tinha sido sequestrada. Que sortuda! Eles saíram ontem para o cinema e voltaram cansados demais, tanto é que ainda nem mesmo acordaram! Vem logo para cá antes que descubram que você dormiu aí. Sua ridícula.
- Não precisa me agredir! - bufei, olhando para o quarto onde Adam ouvia a conversa ainda deitado e rindo.
- Usaram uma camisinha? Não estou pronta para ser titia.
- Tchau, Martina - desliguei o celular, andando até o quarto dele. Me lembrei do garçom achando que o Adam era meu tio, meu Deus.. - vou ter que ir.
- Você está encrencada? - ele perguntou, preocupado - eu posso conversar com seu pais.
- Desculpe, passou a madrugada tragando maconha? - perguntei, só para conferir se era aquilo ou ele estava brincando mesmo.
- Minha maconha é você - ele deu uma piscadela e depois ficou rindo - é sério, posso falar com eles.
- Não, você pode é me levar até em casa, porque tenho poucos minutos até meus cafetões acordarem.
- Seu pais são bons.
- Sim, eles são, mas vão fazer da minha vida um inferno - disse, puxando o edredom dele.
- Calma, estou sem roupa. Mais respeito, por favor, não quero que me veja nu - ele fez outra gracinha, se levantando rapidamente para escapar do tapão forte que eu ia dando nas costas dele.
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Bati devagar na porta de trás, pois fazia menos barulho. Martina a abriu devagar,me dando um empurrão de leve para dentro de casa.
- Já passou tempo o bastante com ela não? - ela resmungou, com ciúme do Adam - entra logo. E você, Charlie, suba para tomar um banho enquanto eu falo com o seu namorado.
- Oxe, virou general desde quando? - zombei, mas parei quando vi seus olhos inchados e seus cabelos assanhados e pretinhos - estou indo.
Olhei para Adam, mas ele falou um tudo bem baixinho e eu subi as escadas para o banheiro, mesmo que estivesse morrendo de medo do que Martina poderia falar para ele ou que explicação daria aos meus pais.
Adam
- Eu sei que não preciso me envolver em questões íntimas de vocês dois - Martina começou a falar, logo quando a Charlotte entrou no banheiro após pegar a toalha no quarto - porém se eu souber que você machucou ela, magoou ela, trocou ela, eu vou te dar um chute tão grande no seu saco que você nunca vai poder usá-lo outra vez! Tá me entendendo? Eu sei que pareço ser uma bocó que brinca por tudo, mas se está se envolvendo com a minha irmã a ponto de levar ela para dormir na sua casa, saiba que é bom andar na porra da linha.
Arregalei os olhos, surpreso e assustado com a mudança de personalidade da irmã da Charlie. O que era aquilo?
- Martina - respondi à altura, sem perder a calma - me desculpe se ela não avisou, mas não lembramos, simplismente aconteceu. Se quer saber, estou sim muito envolvido com a sua irmã e saiba que não tenho um mínimo interesse em magoá-la.
- É bom - ela não deu por vencida - e é bom também que tenham se prevenido, porque se ela aparecer vomitando ou enjoada daqui a alguns dias, sou capaz de perseguir você.
Meu coração acelerou. A Charlie, grávida? Não, ela não podia engravidar, não quando ainda estava no começo da faculdade. Eu com certeza não seria o responsável por atrapalhar os planos dela.
- Eu tive o cuidado - fiquei vermelho, por ter de comentar aqueles assuntos. Tinha sido a nossa vida, nossa intimidade e eu não precisava ficar ali. Mas sabia que o motivo de todo aquele questionamento era, na verdade, o namorado babaca do Thomas - não vou causar nenhum dano a ela, Martina. Charlotte é uma mulher bem resolvida.
- Eu sei - ela se acalmou um pouco mais - é só que eu preciso ainda confiar em você. Desculpe pela explosão, mas não retiro NADA do que eu falei.
- Eu vou ter cuidado.
- Fica difícil te dar fora com você sendo tão compreensivo.
Charlie desceu as escadas correndo, com os cabelos lavados e com uma expressão completamente ansiosa demais, olhando para mim e Martina.
- Cuidado para não escorregar - eu falei, a abraçando no final da escada.
- Chega, vou sair daqui antes que eu esqueça de vez o porquê de ter ficado puta com vocês.
Olhamos Martina sair da cozinha e logo subir a mesma escada que minha namorada havia passado. Quero dizer, minha quase namorada. Estávamos namorando?
- O que ela te falou? Não esconda nada - Charlie me perguntou, ainda me abraçando.
- Disse que eu não te magoasse, trocasse e que, se engravidasse, me perseguiria - contei.
- Se você engravidasse? - ela perguntou, fingindo estar confusa e gargalhou.
- Tou até enjoado já - brinquei, a beijando - Acho tou com desejo de comer vo..
- Adam! - a mãe da Charlie chamou, sorrindo, descendo as escadas e parecendo surpresa - já aqui? Como foi ontem?
Me tremi. Quase que ela ouviu o que eu ia falar.
- Foi maravilhoso - Charlie respondeu, nervosa.
- Que bom - Jolie deu um sorriso desconfiado, em razão do comportamento da filha - não quer almoçar aqui, querido? Falta ainda umas horas, mas pode ficar aqui com a Charlie.
Olhei para ela. Talvez ela tivesse algo melhor para fazer ou à noite anterior já bastasse. Não sabia. Charlotte sorriu e pegou a minha mão.