Capítulo 25

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Cheguei na casa do Adam à noite, no dia seguinte, pois os seus pais só podiam estar presentes naquele horário específico. Apesar de minha mãe ter protestado por não levar eles também, temia que o casal não gostasse do meu namoro com o filho deles e minha família intervisse, gerando uma briga.

- Olá, boa noite - uma senhora muito bonita abriu a porta, parecendo muito gentil, enrugando a testa. Eu havia batido na porta errada ou aquela era a mãe do Adam? Imaginava a minha sogra uma bruxa de nariz grande e pontudo e muitas verrugas no rosto, mas a figura a minha frente era uma jovem senhora de uma aparência muito calma.

- Olá - retribui o sorriso, hesitante, nervosa demais para presenciar uma possível mudança de humor a qualquer instante. Pedi com licença para poder adentrar na casa do Adam, tentando avistá-lo dentro do apartamento que parecia muito mais arrumado do que de costume.

- Você é..?

- Ah, desculpe. Meu nome é Charlotte - a observei melhor e pude notar seu vestido colado e elegante de seda azul.

- Achei que o meu filho fosse convidar a namorada dele para conhecermos, mas agora sabemos que ele trouxe mais convidado - ela comentou, dando um sorriso simpático e me olhando, enquanto eu sentia o meu sangue gelar e esquentar ao mesmo tempo - o meu é Alexis.

- Charlie! - o Adam veio acompanhado do pai e me dando um sorriso nervoso. Pelo olhar já desvendara um possível recado: "deveria ter avisado" - já conheceu a minha namorada agora, mãe.

Alexis arregalou os seus olhos azulados iguais aos do filho para mim, parecendo que o Adam havia dito que eu era uma assassina prestes a matar todos ali.

- Mas essa criança poderia ser a sua filha !

- Mãe - Adam começou - pai também é mais velho que a senhora muitos anos.

- Mas antigamente era mais comum que hoje em dia - ela argumentou, me olhando - quantos anos ela tem?

- 20 - respondi, automaticamente.

- Faz faculdade?

- Sim. Letras.

- Sou o professor dela - Adam interviu, me segurando pela mão.

- Não sabia que estava tão desesperado assim - o pai dele nos olhou em um tom de reprovação, e eu senti uma vontade enorme de chorar.

- Não estou, por isso que nunca quis namorar aquela mulher que me apresentaram.

- Era para ter continuado com a sua mulher independente do erro dela. Mas aquela que apresentamos pelo menos é muito mais bonita - a mãe dele falou alto e subitamente, me assustando.

- Agora chega, vocês passaram dos limites. De tudo o que pensei que vocês fariam, isso se superou - Adam ficou vermelho e abriu a porta - podem sair agora.

- Adam, não - pedi - está tudo bem.

- Não, não está. Saiam agora, por favor - ele abriu ainda mais e apoiou a cabeça na porta, de um modo exausto.

Assim que os pais dele saíram, não antes deixando de me olhar de um modo reprovador, fitei Adam.

- Está chorando? - eu fui até ele segurei em seu rosto, preocupada.

- Sim. Eu só queria que meus pais colaborassem comigo e pudessem entender. Sei que estou parecendo um adolescente agora, mas é vdd - ele me olhou com os olhos já vermelhos e com a cabeça baixa.

Não pude falar nada. Nada que eu vivenciara tinha chegado àquele nível. E aquilo tinha sido apenas uma cena na vida do Adam.

- Vai ficar tudo bem - disse, tocando no sei ombro direito e fazendo uma linha com a boca. Eu sempre fazia isso quando ficava sem palavras.

- Me desculpe, Charlie. Não achei que seria tão ruim quanto foi.

- Tudo bem.. - o puxei para o sofá e me sentei em seu colo, olhando o seu rosto triste a cansado.  No fundo, eu sabia que os dele não iriam facilitar para nós logo de cara. 

Acabamos que passamos a noite assistindo televisão enquanto comíamos os sushis que o Adam comprara para comermos na ocasião, conversando sobre a novela mexicana que estava passando e rindo sobre como o personagem estava sendo tão dramático chorando na chuva porque achou que perdeu o amor da mulher que ele gostava. E eu tentava esquecer o drama daquela noite.

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora